Por Robson Rocha
Todos os dias os telejornais estão recheados de informações e orientações sobre o trânsito, mas basta sairmos da sala e na rua vamos ver vários atos de irresponsabilidade. E o pior é que muitas vezes nós somos os irresponsáveis. Fazemos várias peripécias com a desculpa de que estamos atrasados, ou então, a culpa é do outro motorista. Voltando aos telejornais, vemos os acidentes na TV e ficamos abalados com as mortes no trânsito. Mas, a grande maioria dos casos de imperícia ao volante que vemos no dia-a-dia não é registrada. Como não temos motorista, não dá para fazer imagens. Mas, resolvemos fotografar e, em cada viagem, conseguimos flagrantes.
Nessa foto, tirada na Br 120 entre Visconde do Rio Branco e Viçosa, num dia chuvoso, com asfalto escorregadio, um motorista de um gol ultrapassou na faixa contínua uma saveiro da Apae, sem sinalização adequada e levando dois caronas na carroceria. Se houvesse um acidente, provavelmente os três da carroceria morreriam.
Será que nenhum deles sabe do risco?
Em outra foto na mesma BR 120, outro risco. Uma carroça trafegava no acostamento em uma curva. O motorista de uma carreta longa jogou a frente do veículo na contra mão, para evitar que a traseira atingisse a carroça. Mas, e se viesse um outro veículo grande na pista contrária? Com certeza seria mais um acidente com morte.
Será que o carroceiro não sabia do risco?
Na cidade, a situação também não é diferente e existem algumas agravantes.
Você já imaginou um cavalo vagando na principal avenida de uma cidade de 600 mil habitantes? Por sorte, era um domingo e o trânsito estava quase parado no centro da cidade.
E esse adolescente pegando carona na traseira de um caminhão na avenida Brasil, que é uma via de trânsito rápido? Se ele caísse, poderia ser atropelado. E a culpa cairia nos ombros do motorista do caminhão, que não tinha visão do fato. O rapaz desceu assim que viu nosso carro de reportagem, logo na traseira do caminhão.
A imprudência é generalizada. No centro da cidade, este ciclista não respeita nenhuma lei de trânsito. E se eu por acaso batesse com meu carro nele? No mínimo teria muito trabalho para provar que eu não estava errado. Isso, fora o risco de atropelar um pedestre, pois antes de atravessar as pessoas sempre olham no sentido de onde vem o trânsito.
Mas, na maioria das vezes quando chegamos ao local já encontramos uma cena como essa: um corpo coberto por um lençol. Muitas vezes, foi a vítima que atravessou desatenta, desrespeitando o sinal para pedestres ou sem prestar atenção ao tráfego.
Nas estradas, é quase impossível que alguém assuma que está acima da velocidade, se não houver um radar para provar. Quando registramos flagrantes como este, em que o acidente havia acabado de acontecer, vemos pessoas parando para ajudar, sinalizando, acionando a Polícia Rodoviária e os Bombeiros. Todo mundo fica chocado, mas será que alguém deixa de ser imprudente por isso? Olhando a destruição do carro, a gente imagina logo que é o resultado do abuso de velocidade.
Apesar de várias campanhas acontecendo todos os anos, nós registramos cada vez mais mortes no trânsito brasileiro. Por isso chego à conclusão de que somos todos burros, pois fazemos tudo pra morrer. Nós nunca acreditamos que a tragédia pode acontecer conosco!
Nenhum comentário:
Postar um comentário