Por Robson Rocha
Estivemos em Ponte Nova na rebelião, no ano passado, em que morreram x presos.
Na época, me chamou atenção o sofrimento das famílias e a comoção que tomou conta da cidade.
Políticos de todos os partidos estiveram lá e fizeram seus discursos, prometeram resolver o problema e indenizar as famílias.
Pelo que tenho lido, o lado social da coisa se perdeu e o que ficou foi a discussão política. Esqueceram os detentos, os familiares deles e apenas se discute que não querem o presídio lá.
Que ninguém quer uma cadeia por perto, todo mundo já sabe. Pois nessa hora todos esquecem princípios religiosos, éticos e etc. E simplesmente vêem o próprio lado.
Porém, a questão é que Ponte Nova é pólo de uma micro-região e, como toda cidade pólo, tem alguns problemas, como possuir um presídio regional.
Conheço Ponte Nova há vinte anos. É uma dos lugares onde gosto de gravar. É uma cidade bonita, com potencial turístico muito bom e agora com a retomada na economia tem tudo para se destacar.
Desde que todos tenham uma visão de desenvolvimento do município, pois tudo que leio sobre ele são brigas políticas. Aliás, é um pecado o estado do prédio do grande hotel Glória.
Mas, ficamos surpresos no ano passado com o hospital Arnaldo Gavazza. Não sabíamos que a cidade tinha um centro de atendimento com tanta tecnologia. É um atendimento equivalente ao existente nos grandes centros.
Eu e a Michele Pacheco ficamos impressionados a cada sala que passávamos.
O Hospital oferece conforto e tecnologia aos pacientes de 52 municípios da região.
Foi bacana ver a cana-de-açúcar novamente sendo plantada e novas áreas sendo preparadas para o plantio. Isso é geração de empregos. Quem sabe, as velhas usinas voltarão a funcionar ou novas usinas não surgirão.
Outra coisa que nos impressionou foi a Assuvap, Associação de Suinocultores do Vale do Piranga. Quando fizemos uma matéria lá, na década de 1990, ficamos admirados com o projeto do porco light. A idéia da carne de porco com pouquíssima gordura deu certo e o que vimos em 2007 foi uma associação muito bem estruturada, com novos projetos e tecnologia que fazem Ponte Nova se destacar novamente.
Foi muito legal ver que projetos sociais viraram referência para o Ministério das Cidades. Como o CRAS, Centro de Referencia em Assistência Social, que ganhou até uma lei municipal para garantir a manutenção do projeto.
Conhecemos também o Asilo Municipal, que tinha sido todo reformado. Ali vimos que os idosos tinham uma comida legal, conforto, lazer e até uma academia para fisioterapia. Os residentes recebem cuidados como manicures, cabeleireiros, pintura e artesanato vindos de cidadãos voluntários que vão ao asilo periodicamente e contam com 5 enfermeiros. Isso é qualidade de vida!
Lá conhecemos a Maria da Conceição(não temos foto dela).
Ela vivia sozinha pelas ruas e foi levada para o asilo pela Elizabete, a Bebé. A Conceição esbanjava alegria e no dia pediu que a gente a gravasse cantando.
Confesso que gravei chorando, não tinha como não se contagiar com a emoção dela.
E eu queria que todos conhecessem a Conceição. Ela pra mim é o símbolo de Ponte Nova.
Deixou o sofrimento para trás e canta a emoção de viver.
Espero, de coração, ler mais notícias positivas sobre essa cidade que gostamos tanto.
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