Por Michele Pacheco
Descanse em paz! Enquanto os vândalos permitirem!
É um absurdo que nem o "descanso eterno" seja respeitado. Treze túmulos do Cemitério Municipal de Juiz de Fora foram alvo de vandalismo no último domingo.
Segundo o Diretor de Controle Funerário, Getúlio Ademar Nogueira Pavão, na madrugada de domingo os vigias receberam uma ligação de moradores vizinhos alertando que nove pessoas vestidas de preto estavam andando entre as sepulturas na parte mais alta do cemitério. Segundo o diretor, três jovens foram abordados e a polícia militar foi chamada. Depois do registro da ocorrência de invasão, os suspeitos foram soltos por não haver provas de delitos contra eles. Só no dia seguinte é que foram notados os estragos. A Polícia Militar investiga a denúncia de que um grupo de góticos teria feito a depredação.
Fomos ao cemitério registrar o caso e ficamos surpresos com a ação dos vândalos. Túmulos foram quebrados e abertos, lápides foram arrancadas e destruídas, e muitas cruzes foram jogadas no chão. Em meio ao mato que esconde alguns túmulos na parte mais alta, perto do IML, Instituto Médico Legal, os criminosos encontraram proteção contra os olhos dos quatro vigias que trabalham no turno da noite. A suspeita é de que eles tenham entrado no cemitério pulando o muro de um terreno baldio.
O Municipal tem 86 mil m2 e 19 mil sepulturas.
Difícil é entender o que se passa numa mente doentia que acha graça em destruir o que as famílias construíram com sacrifício, num momento de dor e perda de alguém querido. Como será que essas pessoas se sentiriam se encontrassem o túmulo dos pais delas naquele estado de destruição? Será que gostariam de ver os restos mortais de algum familiar desrespeitado por irresponsáveis? Violação de túmulo é crime! Pelo menos, até agora, não foi notada a ausência de ossadas nas sepulturas depredadas.
O pior, é que os suspeitos detidos no domingo usavam roupas pretas e se denominavam góticos (sub-cultura que surgiu na Europa e nos Estados Unidos nos anos 70 e chegou ao Brasil na década de 80 - tem fixação pela morte e vê os cemitérios como se fossem museus e locais de contemplação), denegrindo a imagem de um movimento que sempre foi ligado às artes e à cultura. Os primeiros góticos eram considerados excluídos da sociedade. Para eles, os cemitérios eram um lugar de admiração. O que não se encaixa ao que foi feito em Juiz de Fora. Se o grupo responsável pelo vandalismo se considera gótico, deveria se informar melhor sobre essa sub-cultura e o que ela defende.
Esses vândalos não são góticos, são criminosos!
Um comentário:
concerteza isso foi obra de "falsos góticos" pessoas q sujão o nome da tribo.
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