Por Robson Rocha
Depois de um plantão de fim de semana, chegou a segunda-feira. Mas pra mim, quando o celular tocou às 6 da matina, ainda era domingo. Apertei um botão qualquer no aparelho e virei pro canto.
A ficha só caiu, quando o desesperado disparou o alarme embaixo do meu travesseiro.
Levantei e cheguei na janela. Essa imagem é de uma segunda-feira em que você tem que levantar da cama cedo?
Não! É uma imagem que induz o indivíduo a ficar quieto na cama e dormir até que o sol rompa a serração, aí sim, dá pra acordar.
Mas, como não havia jeito, a única solução foi encarar o furadinho pra tomar um bom banho e acordar.
A primeira pauta tinha um nome assustador. “Departamento de Saúde Bucal realiza Inquérito Epidemiológico” e o local era em uma creche. Meu pensamento foi: coitadinhas das crianças. E, como eu falo demais, falei isso pra Michele.
Ela me olhou com um olhar mortal e perguntou:
- Você leu a pauta toda?
Eu não precisei nem responder, né? A minha cara já tinha me condenado.
Li e vi que não havia nada de assustador.
Na realidade, é um trabalho para avaliar a saúde da boca das crianças de Juiz de Fora.
Chegando na creche dava dó. Só de olhar pra eles dava pra notar: a carinha de segunda-feira.
É sacanagem, se eu, um marmanjo com 3.9, só queria a minha cama, imagine essas crianças.
Mas, como criança é criança, bastou acender a luz pra gravar a criançada escovando os dentes e todos se animaram.
Aí, levaram a gurizada para uma área onde havia sol. Ali, foi feito o trabalho em si.. Durante o levantamento, quinze profissionais avaliam os dentinhos e o estado geral da boca das crianças de três faixas etárias. Entre um ano e meio e três anos; com cinco anos e com 12 anos.
Segundo o Índice de Cariados Perdidos e Obturados por Dente, outro nomezinho danado, que abreviando vira CPOD, o número vem caindo em crianças de 12 anos.
Em 1998 eram em media 2,14 dentes cariados e em 2005 caiu para 1,75 por criança.
Mas, quem chamou a atenção foi a Ana Clara.
Ela fez o exame e ficou ajudando, mostrando para as outras crianças como tinham que fazer.
Dali, voltamos para a TV, onde a Michele fechou um texto sobre o caso Tamyres.
Uma garota que morreu há um ano, quando caiu de um brinquedo de Queda Livre na Festa Country.
Depois, fomos para a Câmara Municipal, onde vendedor e comprador da fazenda que pertenceu ao prefeito de Juiz de Fora foram ouvidos pela CPI.
Acompanhamos o depoimento de Márcio Francisco de Oliveira que confirmou a venda de terras para Bejani em 2007.
Ele disse que teria procurado o prefeito para vender 11 alqueires de terra por 60 mil para poder comprar duas kitnetes, em Juiz de Fora, para os filhos.
Os vereadores insistiram em algumas perguntas, mas Márcio mostrou documentos e disse que existe no local de 150 a 200 mil reais em eucalipto e,ao que parece, não acrescentou muita coisa.
Isauro Callais, presidente da CPI, afirmou que não interessa a eles cassar ou não o mandato do prefeito de Juiz de Fora, e sim, esclarecer e trazer a verdade à população.
Ele disse também, que Bruno Siqueira, relator da CPI, está em Brasília, tentando conseguir alguns documentos com a Polícia Federal.
Enquanto isso, não se esqueça, que além de ser uma segunda-feira, já eram mais de 11 horas da manhã.
A galera da primeira fila era composta apenas por repórteres femininas que parece que não sentem fome.
E seguiam prestando atenção e anotando.
Já a turma da imagem ali, formada só por marmanjos, estava morrendo de fome.
É só olhar para o Carlos Mendonça, do O Tempo. A cara de segunda-feira dele, era a mesma de cinegrafistas e fotógrafos e o pensamento único: Comida.
Mas, a Michele e eu só conseguimos rangar depois das duas e meia da tarde, quando terminamos uma pauta de reclamação de bairro.
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