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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Operação "João de barro"

Por Robson Rocha

A Polícia Federal invadiu novamente o prédio da prefeitura de Juiz de Fora, foi mais um dia de operação procurando evidências de desvio de verbas.
Dessa vez, batizada de “João de barro”, pois envolveria desvio de verbas da construção de casas populares.
Ficamos sabendo da operação e, às seis e dez da madruga, a gente já estava na prefeitura de Juiz de Fora.
Ainda estava escuro e os veículos da Polícia Federal já estavam na entrada do prédio.

A Michele ficou fazendo maquiagem, que àquela hora tinha que ser reforçada devido à cara de sono, enquanto fui fazer imagens.
Gravei mais distante, ainda não sabia como seria a recepção.
Alguns policiais tinham acabado de subir e na recepção estavam dois agentes e o delegado Cláudio Nogueira.
Logo ouvi alguém dizendo: “Vocês não dormem não?”
Cheguei mais perto e cumprimentei o pessoal.

Eles queriam saber como ficamos sabendo, mas os deixamos na curiosidade.
Logo a Michele chegou e descobrimos que os agentes estavam no quarto andar, onde funciona a Comissão Permanente de Licitações (CPL).
Consegui fazer imagens dos policiais que passavam próximo a janela e só.
A entrada da imprensa não foi permitida durante a operação.

Perguntei se eu poderia subir e o delegado, apesar de toda a simpatia, disse não.
Fazer o quê?
Fazia muito frio e, como tinha que ficar do lado de fora, me agasalhei com vontade.
Aos poucos o dia foi clareando e o frio aumentando.
Avisamos nossa chefe sobre a operação e gravamos um flash para o Primeira Página, jornal que vai ao ar na TV Alterosa às sete e quinze da manhã.

Logo depois, chegou o prefeito de Juiz de Fora, José Eduardo Araújo, que subiu com o delegado da Polícia Federal, só consegui gravar até eles entrarem no elevador, pois mais uma vez não me deixaram subir.
Mas, não adiantou chegarmos cedo, pois não usaram nenhuma imagem exclusiva em nosso jornal.
Deve ter dado algum problema na fita, porque nem mesmo a imagem do delegado recebendo o prefeito e avisando da operação no prédio, que também era só nossa, foi usada.

Mas, enquanto os policiais procuravam por documentos, eu ficava andando de um lado pro outro, pra não congelar, ou gravava imagens dos funcionários que começavam a chegar para trabalhar.
Quando eram umas sete e meia, chegou a equipe da TV Panorama. Passei para o Manoel Santos, repórter cinematográfico, onde estavam os policiais para que ele pudesse fazer imagens.
Depois, como o jeito era esperar, a gente ficou procurando um lugar ao sol, pra esquentar um pouco.

Logo depois, o restante do pessoal da imprensa chegou.
Todo mundo informado do que estava acontecendo e o jeito era esperar.
Cada um arrumou um jeito para passar o tempo.
A maioria ficou batendo papo.
Mas, o Ricardo Miranda, da Tribuna de Minas, arrumou um jeitinho diferente.
Ele ficou desfilando em cima do banco como se fosse uma passarela, enquanto acionava as fontes dele pelo celular. Lindo, né?

Mas, nós da imagem, ficamos o tempo todo com um olho na recepção e outro no quarto andar. Porém a boca... Como esse povo fala! O Olavo Prazeres, repórter fotográfico da Tribuna de Minas, chegou sem blusa de mangas compridas e passou a manhã toda, literalmente, roxo de frio. Disse que a mulher dele, Regina Ramalho, produtor da TV Alterosa tinha avisado para levar um agasalho, mas ele achou que não ia precisar.

Já o Carlos Mendonça, repórter fotográfico, do jornal O Tempo, o do meio na foto acima, tirou o vistoso cavanhaque e registrou algumas fotos nossas.
Ele disse que eu estava parecendo um estivador com o meu gorro de lã. Mas, o frio estava cruel.
Minhas orelhas bem que agradeceram a proteção.

O tempo só começou a esquentar, depois das dez da manhã.
Mas, aí eu não podia tirar a blusa, pois o carro estava longe e não havia onde deixar o agasalho.
Moral da história, hoje eu suei a camisa.
Essa foi ruim, rsss.
O tempo não passava e nada acontecia.

As informações vinham mais de Belo Horizonte do que do prédio da prefeitura de Juiz de Fora.
O pessoal que não é da imprensa, estranhou a Michele falando ao microfone em um canto, enquanto eu estava próximo à entrada do prédio.
Tive que explicar a um senhor que estava gravando o off da matéria.
Ela saiu de onde tinha muito barulho e eu estava de olho.
Pois, se alguma coisa acontecesse eu não perdia a imagem.

Mandamos mais um material para a TV e logo depois os policiais saíram com várias caixas repletas de documentos. O delegado Cláudio Nogueira não ia gravar entrevista, mas foi cercado pelos jornalistas e, pra se livrar, acabou falando algumas coisas.
Daí foi só ir para a TV e descarregar os equipamentos.
Agora, é curtir nossa folga de final de semana.

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