Por Michele Pacheco
Hoje, trabalhamos na parte da tarde.
O que irrita muita gente serviu para colocar o papo em dia com o pessoal da imprensa.
Acampamos no salão de entrada do plenário e começamos comentando a situação dos vereadores.
Em plena campanha para reeleição, eles têm que lidar com as denúncias de corrupção contra o ex-presidente, Vicente de Paula Oliveira, o Vicentão.
Esperando o resultado da reunião à portas fechadas, comentamos as últimas matérias que cada um fez, os problemas tradicionais do jornalismo, etc.
O Ítalo Cigani, da TV Panorama, conseguiu um sofá confortável e aproveitou para descansar.
Isso é raro em dias de Audiência Pública na Câmara.
A gente bem que tenta achar um lugarzinho para encostar os ossos, mas a multidão constante torna isso impossível.
O Robson e o Maurício Mazzei estavam tão concentrados que nem percebiam o tititi em volta.
Tirei fotos dos dois, perguntei porque tantas rugas na testa e a resposta confirmou o que eu já sabia: os dois estavam falando de câmeras!
O melhor tipo, a definição do modelo tal, por que essa ou aquela vale mais a pena comprar...
Enfim, uma vez repórter cinematográfico, sempre repórter cinematográfico.
O Mazzei está com um projeto legal e torcemos muito para que ele alcance todo o sucesso que merece. É um excelente profissional. Apesar dos apertos que já passei trabalhando com ele (Estúdio é fogo - texto 045 do nosso blog)!
Foram quase duas horas de espera.
A reunião estava marcada para 15h30, os vereadores chegaram 15h45e foram direto para o anfiteatro conhecido como Asa Delta.
Para nossa alegria, o pessoal da Câmara ficou sensibilizado com o nosso plantão e nos serviu água e cafezinho.
Alertei a todos que, nos tratando tão bem, eles correm o grave risco de nos ter por lá sempre que possível para filar aquele cafezinho tão bom.
Até eu, que não sou fã de café, provei e aprovei.
Voltando ao Vicentão, ele foi denunciado pelo jornal Tribuna de Minas por envolvimento com a Koji Construção.
Vicentão seria um dos sócios da empresa que venceu 19 licitações da prefeitura de Juiz de Fora e prestou serviços à Câmara Municipal, faturando em torno de R$ 3 milhões.
O vereador renunciou à presidência e foi formada uma Comissão de Exame de Denúncia.
Três vereadores avaliaram documentos e ouviram depoimentos de funcionários do legislativo, do próprio Vicente de Paula e de pessoas que confirmaram a ligação dele com a Koji.
Hoje, foi divulgado o parecer final. A comissão aceitou a denúncia e vai enviar ao plenário pedido para formar uma Comissão de Ética, com poderes semelhantes aos de uma CPI.
Se houver dois terços dos votos, a Comissão vai ser formada e terá 45 dias para investigar e decidir se pede a cassação. Se isso ocorrer, vai ser formada a Comissão Processante, que fará a cassação.
O interessante nessa história toda é que o Vicentão é candidato à reeleição e segue com a campanha sem problemas, uma vez que a justiça definiu que candidatos com processos em andamento não podem ser considerados culpados até serem julgados.
Como é óbvio que esses julgamentos não vão acontecer até o fim desta eleição, todos estão tranqüilos para seguir na conquista dos eleitores.
Resta saber se o trabalho da Câmara no Caso Vicentão também vai ser agilizado ou se só vai terminar depois do resultado nas urnas. Tudo depende dos prazos legais para as investigações.
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