Fiquei impressionada com a

Logo na chegada, havia lama e entulho por todo lado.
A força da água arrastou móveis, roupas, colchões...
Tudo ficou preso nas pontes e ruas.
Os moradores e funcionários do município dão duro na limpeza.
Máquinas estão sendo usadas para remover o acúmulo de lama das ruas.
Em alguns pontos, fica impossível seguir de carro.
A Parati da TV passou maus momentos.

Mas, para isso tínhamos que enfrentar o engarrafamento.
Com apenas uma ponte liberada para o tráfego, nem adianta ter pressa.
Os trajetos que em geral são rápidos, agora são num jogo de paciência.
No bairro Triângulo, os moradores só

Pelos cantos, vimos abandonados móveis e objetos pessoais que eram tão importantes para os moradores.
Um brinquedo aqui, um conjunto de sofá ali, uma mesa lá.
A sensação que dá é muito ruim.
Ver aquilo e imaginar o sofrimento de quem vai ter que começar tudo de novo.
É o caso da Sílvia.

Era do trabalho de cabeleireira que tirava dinheiro para ajudar o

“Tenho 25 anos de casada e vou ter que recomeçar do zero.
Perdemos tudo.
Nem sei onde encontrar forças para começar tudo de novo.
Nosso Natal acabou.
Não sei nem se no ano que vem teremos condições de ter um Natal” desabafou.
No bairro Centenário, uma casa de dois andares desmoronou.

Como os onze moradores são todos da mesma família, foram para o andar superior e de lá acompanharam a enchente.
O que ninguém esperava era que a cheia fosse a maior da história

A parte da frente da casa começou a cair.
O pessoal correu para os fundos, mas três pessoas não tiveram tempo para isso.
Elas caíram junto com os escombros.
Por sorte, apenas uma mulher se feriu, quebrando o braço.
Ela passa bem.
O asilo municipal também ficou alagado.

O resto dos objetos foi salvo pelos funcionários.
Os 55 idosos que vivem no local foram transferidos temporariamente para uma escola pública. Lá, eles têm onde dormir e refeições.
Mas, todos estão ansiosos para voltar ao local que consideram um lar.
Há estragos em vários bairros.
Só que a região central é a que mais impressiona.

Apenas três dias depois da enchente foi possível ter a noção da gravidade dos estragos.
Algumas pontes tiveram a estrutura comprometida e foram interditadas.
Na beira-rio, a força da enxurrada arrancou parte do muro de contenção e do asfalto.
Uma das pontes que

É preciso cuidado para passar.
Mesmo assim, o que para uns é sinônimo de desespero, para outros é uma cena curiosa.
Ainda há gente vindo das cidades vizinhas para ver os estragos e tirar fotos para mostrar aos amigos.

O estrago foi tanto que os alicerces das construções mais antigas ficaram à mostra.
Gravei a passagem dentro do buraco e a

É como se toda a terra e o concreto não servissem para nada.
Restaram apenas as pedras.
Há entulho, lama e lixo por todo lado, o que atrapalha a passagem dos pedestres.
Uma escada e uma passarela

Durante a enchente, muita gente ficou isolada da família.
Quem estava no trabalho não conseguiu voltar para casa, pois o rio transbordou e dividiu a cidade ao meio.
Entre os destroços, o Robson registrou o trabalho de voluntários que ajudavam a limpar as casas e o comércio.

Todos estão tensos e assustados com o futuro.
Não é justo chegar e atrapalhar o empenho deles para recuperar a cidade.
O certo é registrar as imagens, sem ficar no caminho.
O que é complicado nas ruas cheias de lama, em que apenas algumas trilhas de limpeza permitem a passagem.
Ao todo, pelo levantamento

O Afonso Mauro tem uma sapataria.
Animado com a perspectiva de aumento nas vendas com o Natal, ele investiu boa parte dos lucros no aumento de 40% do estoque.
Com a enchente, ele perdeu quase tudo.
O que foi salvo, não pode ser

“Esse é o pior Natal da minha vida.
O prejuízo chega a 50 mil reais.
Não sei como vamos nos recuperar.
Mas, pelo menos estamos todos vivos” contou o comerciante.

Ele estava surpreso com o tamanho da destruição.
Quanto ao trabalho de reconstrução da cidade, garante que vai ser feito com apoio do governo do Estado de Minas Gerais.

Com o apoio do governo do Estado, vamos começar os trabalhos já no dia dois de janeiro” disse o prefeito que já foi diplomado e assume na semana que vem.
A Polícia Militar teve papel

O Major Luiz Carlos Rhodes tinha um levantamento das cheias do rio Piranga e um histórico das enchentes.
Sabendo que as represas da região eram importantes em situações desse tipo, ele fez contato com os administradores.
Ao mesmo tempo em que se informava do volume nas represas, calculava, pela enchente de 29 anos atrás, o tempo que a água levaria para inundar a cidade.
Assim, foi possível retirar os moradores dos locais de risco e evitar mortes.
Os policiais militares

Algumas casas tinham água até o teto. Em meio ao desespero, a solidariedade serviu de consolo para quem perdeu tudo, mas salvou a vida das pessoas queridas.
Só para se ter uma idéia do que se passa nos bastidores de uma crise como essa, tinha gente superfaturando o valor dos galões de água.

A Polícia Militar agiu rápido e deu um prazo para os especuladores voltarem ao preço normal, caso não quisessem concorrência de supermercados da região que se propunham a levar água pelo preço justo.
A ameaça funcionou e o pessoal voltou ao preço normal.
A solidariedade surge em cada canto de Ponte Nova.

O dono de um posto de combustíveis liberou a água para quem precisasse.
“Há três dias que não lavo nenhum carro.
A mangueira agora é usada apenas para encher os galões de quem vem pedir socorro” explicou o José Francisco, lavador de carros.
“Lá em casa está um horror. Não tem água nem para dar

Não temos como tomar banho, lavar louças e fazer as tarefas de casa.
É um absurdo uma cidade deste porte ficar numa situação dessas” reclamou o Geraldo , motorista.
A expectativa é de que o abastecimento de água se normalize nos próximos dias.
Quanto aos desalojados e desabrigados, precisam de tudo.

São imagens de moradores dos momentos da inundação.
Dá medo só de pensar que qualquer um de nós pode ser vítima de uma tragédia dessas.
Famílias inteiras vão ganhar

As crianças que tinham tantos pedidos para Papai Noel, agora só desejam uma coisa: voltar para casa e esquecer as lembranças ruins numa época que deveria ser de alegria e reflexão.
Feliz Natal é uma expressão sem sentido para o povo de Ponte Nova.
Talvez no ano que vem...
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