Por Michele Pacheco
Começamos nosso trabalho hoje com assunto policial.
A Polícia Militar recebeu uma denúncia de que um sequestro tinha ocorrido no centro de Piraúba, cidade com cerca de 10.300 habitantes, na Zona da Mata Mineira.
Equipes de Coronel Pacheco, Goianá e da Polícia Rodoviária Estadual de Juiz de Fora fecharam estradas e fizeram o cerco nas possíveis rotas de fuga.
A estratégia funcionou.
Dois homens foram presos no trevo de Coronel Pacheco, fugindo em direção a Juiz de Fora.
Eles foram reconhecidos pela vítima. O operário de 22 anos contou que estava indo para o trabalho, quando foi agarrado pelos suspeitos.
"Eles me chamaram de Marcelo e me empurraram para o banco de trás do Monza.
Eu disse que eles tinham encontrado a pessoa errada, que eu não chamo Marcelo, mas não deram bola e seguiram para a estrada.
Em Rio Pomba, eu fui colocado no porta-malas do carro.
O tempo todo eles diziam que iam ligar para a minha família para pedir resgate e que não iam me matar" contou a vítima.
Em Goianá, o operário notou que o carro tinha parado e que os sequestradores estavam pedindo informações sobre como chegar em São João Nepomuceno.
"Desde que fui colocado na porta-malas, fiz de tudo para abrir a porta.
Quando eles pararam em Goianá, eu tinha acabado de conseguir.
Não perdi tempo e fugi.
Pulei muros e subi em telhados, me escondendo nas casas.
Eles correram atrás de mim por um tempo, mas desistiram e fugiram.
Os moradores chamaram a polícia achando que eu era um assaltante.
Expliquei que tinha sido sequestrado e eles me levaram para fazer curativo no braço que machuquei na fuga" lembrou o operário.
Os suspeitos saíram do bairro São Benedito, zona leste de Juiz de Fora, e foram a Piraúba para o sequestro.
Eles fariam parte de uma das maiores quadrilhas de tráfico da região e estariam cobrando uma dívida da vítima com o grupo.
Essas foram as informações passadas à Polícia Militar.
Um dos presos, de 20 anos, acabou de cumprir pena por tráfico de drogas em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O outro homem, de 30 anos, seria apenas o motorista.
Os sujeitos admitiram que jogaram fora um revólver usado no sequestro.
Eles contaram que pegaram a vítima por conta da dívida de cinco mil reais.
Os policiais deram buscas no carro e revistaram os suspeitos.
Eles encontraram 63 reais em dinheiro, com notas trocadas (uma característica do tráfico de drogas), um celular, uma touca e documentos.
A ação rápida dos policiais tem se tornado uma característica na região de Juiz de Fora.
Os pms das cidades pequenas se comunicam e criam uma rede de informações que agiliza a ação e garante mais força e segurança a todos.
Estão de parabéns pelo trabalho com retorno positivo para a comunidade.
Só neste mês, este é o segundo caso de homens presos nas redondezas por suspeita de crimes praticados nas cidades pequenas da Zona da Mata.
O delegado de Coronel Pacheco, Marcelo Armstrong, disse que a cidade se tornou uma perigosa rota de fuga.
"Os criminosos saem das cidades grandes, contando com pouco policiamento no interior, e praticam os crimes.
Como Coronel Pacheco tem saída para diversas cidades, acaba na mira dos bandidos em fuga.
Os índices de violência aqui são pequenos, mas o deslocamento dos bandidos para o interior preocupa" revelou ele.
No último dia 20, quatro homens foram presos numa estrada vicinal entre Coronel Pacheco e Juiz de Fora. Com eles estavam dois revólveres e uma mochila cheia de dinheiro.
Eles eram suspeitos de roubar uma cooperativa de crédito em Goianá.
Segundo funcionários, sete mil reais em dinheiro foram levados.
Os homens foram reconhecidos pelas vítimas, tiveram a prisão confirmada e foram mandados para o Ceresp de Juiz de Fora.
Agora, graças a ação rápida da polícia militar, mais dois homens presos
Eles também tiveram as prisões confirmadas em Coronel Pacheco e estão à disposiçao da justiça no Cadeião de Juiz de Fora.
O caso do sequestro vai ser investigado pela Polícia Civil de Guarani.
Apesar da prisão ter sido em Coronel Pacheco, o crime foi em Piraúba, cidade atendida pela delegacia de Guarani.
Quem somos
- Michele Pacheco e Robson Rocha
- JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
- Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...
segunda-feira, 30 de março de 2009
Mais violência em Juiz de Fora
Por Robson Rocha
Por volta de 8 e meia da noite deste domingo, o motorista que dirigia o ônibus da linha Remonta, se deparou com um homem caído no meio da estrada da Remonta, próximo à represa João Penido, na Zona Norte de Juiz de Fora.
O motorista chamou a polícia militar.
A viatura do Tático norte, da Cia 173, foi enviada ao local e confirmou que havia uma vitima muito ferida.
Segundo o policial, o homem teria sido espancado e se encontrava com o rosto desfigurado.
Além, de estar com um corte profundo na cabeça.
Os policiais suspeitaram de ocupantes de um Astra de cor prata que teria passado pela viatura policial e estava com o vidro dianteiro quebrado.
O rapaz foi identificado como Washington da Silva Campos, de 26 anos. Segundo a família, ele estava desaparecido desde sábado à noite.
O resgate foi chamado e levou a vitima para o Hospital de Pronto Socorro.
No HPS, Washigton contou que foi a um baile funk no sábado e na saída pegou carona com desconhecidos e que não se lembrava de mais nada.
Segundo o médico que atendeu Washington, o rapaz teve poli-traumatismos no rosto e vários ferimentos pelo corpo. Ele continua internado no HPS.
Por volta de 8 e meia da noite deste domingo, o motorista que dirigia o ônibus da linha Remonta, se deparou com um homem caído no meio da estrada da Remonta, próximo à represa João Penido, na Zona Norte de Juiz de Fora.
O motorista chamou a polícia militar.
A viatura do Tático norte, da Cia 173, foi enviada ao local e confirmou que havia uma vitima muito ferida.
Segundo o policial, o homem teria sido espancado e se encontrava com o rosto desfigurado.
Além, de estar com um corte profundo na cabeça.
Os policiais suspeitaram de ocupantes de um Astra de cor prata que teria passado pela viatura policial e estava com o vidro dianteiro quebrado.
O rapaz foi identificado como Washington da Silva Campos, de 26 anos. Segundo a família, ele estava desaparecido desde sábado à noite.
O resgate foi chamado e levou a vitima para o Hospital de Pronto Socorro.
No HPS, Washigton contou que foi a um baile funk no sábado e na saída pegou carona com desconhecidos e que não se lembrava de mais nada.
Segundo o médico que atendeu Washington, o rapaz teve poli-traumatismos no rosto e vários ferimentos pelo corpo. Ele continua internado no HPS.
quarta-feira, 25 de março de 2009
Bomba fere evangélicos em Juiz de Fora
Por Michele Pacheco
O susto foi grande!
Simone conta que estava na igreja Pentecostal do bairro Manoel Honório, zona leste de Juiz de Fora quando a bomba caseira foi jogada.
Uma mulher que sofria de problemas cardíacos passou mal e foi levada para o Hospital de Pronto Socorro.
Ela foi medicada e teve alta.
Outras pessoas tiveram arranhões provocados pelos estilhaços.
Mas, nada se comparou ao que a auxiliar de serviços gerais sofreu.
Simone nos recebeu na casa dela, na zona norte de Juiz de Fora. Ela está andando com cuidado e evitando movimentos bruscos.
Afinal, o estilhaço da bomba está dentro do seio esquerdo dela.
Olhando, parece só uma manchinha na mama.
Mas, na verdade é um furinho, aberto por um fragmento da bomba.
Os médicos não sabem se o objeto é metálico, se é uma lasca de ferro ou mesmo da telha.
A auxiliar de serviços gerais nos contou, em entrevista exclusiva ao Jornal da Alterosa, que viu uma mulher com uma criança no colo se levantar e oferecer a cadeira.
Simone sentou e participava do momento do louvor, quando tudo aconteceu.
"Eu fechei os olhos quando o pastor nos convidou a louvar ao Senhor. O som da música era alto e eu ouvi algo parecido com um trovão. Achei estranho e pensei que parecia um tiro. Quando ouvi todo mundo gritando e barulho de cadeiras sendo arrastadas, eu abri os olhos e notei um grande tumulto. À minha volta algumas pessoas olhavam assustadas para mim. Eu sentia uma dor forte no peito, queimando, e vi minha blusa toda molhada de sangue. Pensei por um momento que alguém tinha me dado um tiro. Mas, então lembrei que eu estava numa igreja. Quem faria isso numa igreja?" contou ela.
A Simone foi socorrida por pessoas da igreja e levada ao Hospital de Pronto Socorro. Um raio-x confirmou que ela foi ferida por um estilhaço.
Assustada e com muitas dores, a evangélica ficou dois dias internada, à espera de uma cirurgia.
"Eles me colocaram na maca e me deram Dipirona. Eu expliquei que esse medicamento não funciona comigo. Mesmo assim, não mudaram a medicação. Eu sentia muitas dores e reclamava de fome. Mas, os enfermeiros me diziam que eu só podia ingerir soro, pois poderia ser operada a qualquer momento. Fiquei desse jeito por dois dias, até ter alta. E sem a cirurgia" reclamou.
Segundo os médicos, o fragmento andou na mama da Simone. Para retirar o estilhaço, seria necessário um corte grande, para procurar o objeto. Isso causaria uma cicatriz grande, que poderia ser vista como mutilação pela paciente. A saída que eles encontraram foi dar alta para a Simone. A idéia é que o organismo dela reaja ao corpo estranho que está nele e comece a expelir o fragmento. Quando ele estiver próximo à pele, vai se formar um caroço. Aí, sim, vai ser feita uma cirurgia simples para a retirada.
O problema é a ansiedade que a Simone está sentindo. Ela sente dores e tem medo de que o estilhaço rompa vasos e cause danos internos. A auxiliar de serviços gerais recebeu atestado médico para ficar fora do trabalho por dez dias. O pastor da igreja Pentecostal e o presidente da Associação das Igrejas Evangélicas de Juiz de Fora acompanham o caso. "Os peritos da polícia civil estiveram na igreja e disseram que não foi uma bombinha qualquer. Quem planejou o atentado fez uma bomba com grande efeito de destruição. Quando tiramos o pano que decora o teto e olhamos o telhado, havia pregos e pedaços de metal por todo lado. A explosão foi tão forte que abriu um rombo no telhado e ainda furou a telha galvanizada que fica embaixo." contou o pastor Júlio de Castro.
O susto foi grande!
Simone conta que estava na igreja Pentecostal do bairro Manoel Honório, zona leste de Juiz de Fora quando a bomba caseira foi jogada.
Uma mulher que sofria de problemas cardíacos passou mal e foi levada para o Hospital de Pronto Socorro.
Ela foi medicada e teve alta.
Outras pessoas tiveram arranhões provocados pelos estilhaços.
Mas, nada se comparou ao que a auxiliar de serviços gerais sofreu.
Simone nos recebeu na casa dela, na zona norte de Juiz de Fora. Ela está andando com cuidado e evitando movimentos bruscos.
Afinal, o estilhaço da bomba está dentro do seio esquerdo dela.
Olhando, parece só uma manchinha na mama.
Mas, na verdade é um furinho, aberto por um fragmento da bomba.
Os médicos não sabem se o objeto é metálico, se é uma lasca de ferro ou mesmo da telha.
A auxiliar de serviços gerais nos contou, em entrevista exclusiva ao Jornal da Alterosa, que viu uma mulher com uma criança no colo se levantar e oferecer a cadeira.
Simone sentou e participava do momento do louvor, quando tudo aconteceu.
"Eu fechei os olhos quando o pastor nos convidou a louvar ao Senhor. O som da música era alto e eu ouvi algo parecido com um trovão. Achei estranho e pensei que parecia um tiro. Quando ouvi todo mundo gritando e barulho de cadeiras sendo arrastadas, eu abri os olhos e notei um grande tumulto. À minha volta algumas pessoas olhavam assustadas para mim. Eu sentia uma dor forte no peito, queimando, e vi minha blusa toda molhada de sangue. Pensei por um momento que alguém tinha me dado um tiro. Mas, então lembrei que eu estava numa igreja. Quem faria isso numa igreja?" contou ela.
A Simone foi socorrida por pessoas da igreja e levada ao Hospital de Pronto Socorro. Um raio-x confirmou que ela foi ferida por um estilhaço.
Assustada e com muitas dores, a evangélica ficou dois dias internada, à espera de uma cirurgia.
"Eles me colocaram na maca e me deram Dipirona. Eu expliquei que esse medicamento não funciona comigo. Mesmo assim, não mudaram a medicação. Eu sentia muitas dores e reclamava de fome. Mas, os enfermeiros me diziam que eu só podia ingerir soro, pois poderia ser operada a qualquer momento. Fiquei desse jeito por dois dias, até ter alta. E sem a cirurgia" reclamou.
Segundo os médicos, o fragmento andou na mama da Simone. Para retirar o estilhaço, seria necessário um corte grande, para procurar o objeto. Isso causaria uma cicatriz grande, que poderia ser vista como mutilação pela paciente. A saída que eles encontraram foi dar alta para a Simone. A idéia é que o organismo dela reaja ao corpo estranho que está nele e comece a expelir o fragmento. Quando ele estiver próximo à pele, vai se formar um caroço. Aí, sim, vai ser feita uma cirurgia simples para a retirada.
O problema é a ansiedade que a Simone está sentindo. Ela sente dores e tem medo de que o estilhaço rompa vasos e cause danos internos. A auxiliar de serviços gerais recebeu atestado médico para ficar fora do trabalho por dez dias. O pastor da igreja Pentecostal e o presidente da Associação das Igrejas Evangélicas de Juiz de Fora acompanham o caso. "Os peritos da polícia civil estiveram na igreja e disseram que não foi uma bombinha qualquer. Quem planejou o atentado fez uma bomba com grande efeito de destruição. Quando tiramos o pano que decora o teto e olhamos o telhado, havia pregos e pedaços de metal por todo lado. A explosão foi tão forte que abriu um rombo no telhado e ainda furou a telha galvanizada que fica embaixo." contou o pastor Júlio de Castro.
Denúncia da comunidade leva a prisão de traficantes
Por Michele Pacheco
A ocorrência policial que cobrimos hoje é um exemplo muito bom da importância da comunidade no combate à criminalidade.
Chegando à delegacia, pensamos que fosse apenas mais uma prisão de suspeitos de tráfico de drogas.
Mas, a história nos chamou a atenção e decidimos fazer um vt sobre segurança pública e não apenas uma reportagem policial.
Os policiais da 135a Companhia de Polícia Militar receberam uma denúncia por volta de quatro horas da manhã.
A informação passada ao número de emergência 190 era de que havia tráfico de drogas e armas numa casa do bairro Vila Ideal, Zona Sul de Juiz de Fora.
Uma equipe de plantão na madrugada foi enviada ao local, pois o denunciante disse que os moradores da casa estavam se preparando para receber um carregamento grande de drogas.
Os policiais militares contaram que chegaram ao endereço passado, tocaram a campanha e um dos suspeitos abriu a porta.
Ao ver que tinha sido descoberto, ele não reagiu e deixou os pms vasculharem a casa.
Um adolescente de 15 anos foi apreendido.
Dois jovens, um de 25 anos e outro de 29, foram presos em flagrante.
Um deles dormia com um revólver calibre .38 debaixo do travesseiro.
A arma foi recolhida e levada para a delegacia.
Também foi apreendida na casa uma carabina e munição calibre .38.
A espingarda tinha sinais de ser bem usada.
Os policiais disseram que as armas seriam usadas tanto para proteção dos integrantes da quadrilha de tráfico de drogas, como para praticar roubos na área.
Essa é uma preocupação constante para as autoridades policiais em Juiz de Fora.
Mesmo com a Lei de Desarmamento, é grande o número de ocorrências em que os presos estão portando ou guardando armas.
Sempre que possível, a gente conversa com os suspeitos e pergunta onde eles compram ou conseguem os armamentos.
Os relatos são de todo tipo.
Tem revólver comprado na rua, em bares, e locais que não despertam suspeita.
Os mais simples, como os de calibre .32 e .38, costumam ser mais baratos, o que faz com que sejam apreendidos em maior quantidade.
Bem, voltando ao trabalho da polícia na Vila Ideal, os policiais apreenderam também três celulares, seis balanças de precisão, material para embalar droga, 85 reais em dinheiro trocado, relógios de pulso e uma espada, do tipo oriental.
Eles também encontraram na casa uma quantidade de maconha, de pasta base de cocaína e de crack.
Tudo foi encaminhado à 7a Delegacia Regional de Segurança Pública.
Vários equipamentos eletro-eletrônicos no chão nos deixaram curiosos.
Perguntamos aos policiais e eles disseram que aquilo tudo deveria ter sido trocado por droga.
Um dos suspeitos, um balconista de 29 anos, confirmou essa versão.
O depoimento dele nos surpreendeu.
O sujeito falou com a maior calma que era traficante sim, que estava nessa vida há muitos anos e que já tinha tentado sair, mas não deu certo.
Ele disse que saía de casa às seis da manhã para procurar emprego e voltava à noite, sem um centavo no bolso e sem trabalho.
"Enquanto batiam a porta na minha cara e não me davam um emprego, o tráfico estava ali, do meu lado, fácil de entrar e com dinheiro garantido" revelou o rapaz.
Aí, é que a gente lembra de tantos casos de pais desesperados porque os filhos roubaram tudo o que havia dentro de casa para comprar droga.
Quantas famílias sofre, sem saber como afastar as pessoas queridas de um mundo sem volta, onde a morte é companhia constante de traficantes e de usuários.
O balconista nos deu uma aula de sociologia, enquanto se agarrava às grades.
"Eu poderia ter seguido por outro caminho, se tivesse tido uma chance melhor quando era criança e depois, na adolescência. Todo mundo fala que tem que dar apoio, que tem que criar projetos sociais, mas poucos fazem alguma coisa para mudar a vida de quem vive na pobreza" resumiu ele com palavras simples as conclusões de muitos estudiosos.
A ocorrência policial que cobrimos hoje é um exemplo muito bom da importância da comunidade no combate à criminalidade.
Chegando à delegacia, pensamos que fosse apenas mais uma prisão de suspeitos de tráfico de drogas.
Mas, a história nos chamou a atenção e decidimos fazer um vt sobre segurança pública e não apenas uma reportagem policial.
Os policiais da 135a Companhia de Polícia Militar receberam uma denúncia por volta de quatro horas da manhã.
A informação passada ao número de emergência 190 era de que havia tráfico de drogas e armas numa casa do bairro Vila Ideal, Zona Sul de Juiz de Fora.
Uma equipe de plantão na madrugada foi enviada ao local, pois o denunciante disse que os moradores da casa estavam se preparando para receber um carregamento grande de drogas.
Os policiais militares contaram que chegaram ao endereço passado, tocaram a campanha e um dos suspeitos abriu a porta.
Ao ver que tinha sido descoberto, ele não reagiu e deixou os pms vasculharem a casa.
Um adolescente de 15 anos foi apreendido.
Dois jovens, um de 25 anos e outro de 29, foram presos em flagrante.
Um deles dormia com um revólver calibre .38 debaixo do travesseiro.
A arma foi recolhida e levada para a delegacia.
Também foi apreendida na casa uma carabina e munição calibre .38.
A espingarda tinha sinais de ser bem usada.
Os policiais disseram que as armas seriam usadas tanto para proteção dos integrantes da quadrilha de tráfico de drogas, como para praticar roubos na área.
Essa é uma preocupação constante para as autoridades policiais em Juiz de Fora.
Mesmo com a Lei de Desarmamento, é grande o número de ocorrências em que os presos estão portando ou guardando armas.
Sempre que possível, a gente conversa com os suspeitos e pergunta onde eles compram ou conseguem os armamentos.
Os relatos são de todo tipo.
Tem revólver comprado na rua, em bares, e locais que não despertam suspeita.
Os mais simples, como os de calibre .32 e .38, costumam ser mais baratos, o que faz com que sejam apreendidos em maior quantidade.
Bem, voltando ao trabalho da polícia na Vila Ideal, os policiais apreenderam também três celulares, seis balanças de precisão, material para embalar droga, 85 reais em dinheiro trocado, relógios de pulso e uma espada, do tipo oriental.
Eles também encontraram na casa uma quantidade de maconha, de pasta base de cocaína e de crack.
Tudo foi encaminhado à 7a Delegacia Regional de Segurança Pública.
Vários equipamentos eletro-eletrônicos no chão nos deixaram curiosos.
Perguntamos aos policiais e eles disseram que aquilo tudo deveria ter sido trocado por droga.
Um dos suspeitos, um balconista de 29 anos, confirmou essa versão.
O depoimento dele nos surpreendeu.
O sujeito falou com a maior calma que era traficante sim, que estava nessa vida há muitos anos e que já tinha tentado sair, mas não deu certo.
Ele disse que saía de casa às seis da manhã para procurar emprego e voltava à noite, sem um centavo no bolso e sem trabalho.
"Enquanto batiam a porta na minha cara e não me davam um emprego, o tráfico estava ali, do meu lado, fácil de entrar e com dinheiro garantido" revelou o rapaz.
Aí, é que a gente lembra de tantos casos de pais desesperados porque os filhos roubaram tudo o que havia dentro de casa para comprar droga.
Quantas famílias sofre, sem saber como afastar as pessoas queridas de um mundo sem volta, onde a morte é companhia constante de traficantes e de usuários.
O balconista nos deu uma aula de sociologia, enquanto se agarrava às grades.
"Eu poderia ter seguido por outro caminho, se tivesse tido uma chance melhor quando era criança e depois, na adolescência. Todo mundo fala que tem que dar apoio, que tem que criar projetos sociais, mas poucos fazem alguma coisa para mudar a vida de quem vive na pobreza" resumiu ele com palavras simples as conclusões de muitos estudiosos.
terça-feira, 24 de março de 2009
Bomba explode em igreja evangélica de Juiz de Fora
Por Michele Pacheco
Conversamos ao vivo sobre o perigo das bombas caseiras com um representante do GATE, Grupo de Ações Táticas Especiais, da 3ª Companhia de Missões Especiais.
Imagine 110 pessoas reunidas num salão domingo à noite para orar.
Foi o que aconteceu num culto da Igreja Pentecostal, na zona leste de Juiz de Fora.
Os evangélicos estavam cantando e rezando quando uma bomba de fabricação caseira causou pânico e revolta.
O Jornal da Alterosa mostrou o caso hoje, com exclusividade.
O Jornal da Alterosa mostrou o caso hoje, com exclusividade.
Fomos ao local e vimos um buraco no teto causado pelo artefato.
Segundo testemunhas, a bomba quebrou uma telha e explodiu.
Uma mulher que sofre de problemas cardíacos e foi operada há pouco tempo passou mal e foi levada para o hospital.
Ela foi medicada e liberada.
Uma mulher de cerca de 30 anos que estava sentada numa cadeira bem abaixo do local da explosão não teve a mesma sorte.
Uma mulher de cerca de 30 anos que estava sentada numa cadeira bem abaixo do local da explosão não teve a mesma sorte.
Os estilhaços romperam a blusa dela e se alojaram no peito.
Com ferimentos graves, ela foi levada para o Hospital de Pronto Socorro, onde espera por uma cirurgia para retirar os pedaços de chumbo e os vestígios de pólvora.
Um especialista é aguardado.
O delegado Rodolfo Rolli, responsável pela AISP 106 (Área Integrada de Segurança Pública) que engloba a zona leste da cidade, disse que aguarda retorno dos médicos.
O delegado Rodolfo Rolli, responsável pela AISP 106 (Área Integrada de Segurança Pública) que engloba a zona leste da cidade, disse que aguarda retorno dos médicos.
“Temos que saber se o caso pede instauração de inquérito ou de TCO.
Pode ser lesão grave, gravíssimo ou leve.
Se for leve, é TCO, Termo Circunstanciado de Ocorrência.
Se for grave, cabe inquérito para apurar responsabilidades” explicou o delegado.
O Pastor Júlio de Castro, responsável pela igreja, suspeita que um vizinho tenha jogado a bomba. “Estou na igreja há seis meses e temos recebido todo tipo de ameaças desse vizinho.
O Pastor Júlio de Castro, responsável pela igreja, suspeita que um vizinho tenha jogado a bomba. “Estou na igreja há seis meses e temos recebido todo tipo de ameaças desse vizinho.
Ele liga uma sirene enquanto estamos orando e joga pedras no telhado.
Não havia como alguém jogar um bomba no local que foi, sem passar pela laje da casa deste homem” contou o pastor.
Um grupo de pastores foi à 7ªDelegacia e prestou queixa contra o tal vizinho.
Um grupo de pastores foi à 7ªDelegacia e prestou queixa contra o tal vizinho.
O advogado da igreja disse que o ato foi de terror.
“Mais do que uma agressão às pessoas que estavam lá, essa bomba agrediu a todos os evangélicos, ao infringir a Constituição Federal que garante liberdade de crença num país laico.
Vamos cobrar a punição de quem fez isso” afirmou José Cláudio Rodrigues.
O presidente da Associação das Igrejas Evangélicas de Juiz de Fora está revoltado com o caso.
O presidente da Associação das Igrejas Evangélicas de Juiz de Fora está revoltado com o caso.
Ele lamenta que essa prova de intolerância religiosa tenha colocado tantas vidas em risco.
João Bosco Ferreira contou que a associação tem registrado vários casos de preconceito religioso, mas não esperava chegar ao ponto de ver 110 pessoas ameaçadas por uma bomba caseira.
Quem estava no local lembra que os momentos foram de pânico.
Quem estava no local lembra que os momentos foram de pânico.
Juliana Gladys de Castro contou que havia muitas crianças no local.
“Um bebê de colo estava com a mãe na cadeira que foi mais atingida.
A mãe saiu com o filho e cedeu lugar para uma prima.
Isso foi poucos minutos antes da explosão e a mulher que ocupou a cadeira está agora internada com estilhaços pelo corpo esperando cirurgia” lamentou Juliana.
Patrícia de Oliveira estava no palco cantando, quando ouviu o estrondo e notou várias pessoas correndo de um lado para o outro.
Patrícia de Oliveira estava no palco cantando, quando ouviu o estrondo e notou várias pessoas correndo de um lado para o outro.
Acostumada com as pedras jogadas no telhado, ela tentou continuar cantando.
“Achei que as pessoas se acalmariam com o louvor, mas então vi algumas pessoas cercando a minha prima e quando notei que a blusa dela estava suja de sangue, fiquei assustada e também fui socorrer a Simone” lembrou.
Laise de Oliveira diz que o estado da prima é complicado.
Laise de Oliveira diz que o estado da prima é complicado.
Ela espera por uma cirurgia no Hospital de Pronto Socorro para retirar os estilhaços.
Há suspeita de que alguns tenham se alojado no pulmão da Simone Carneiro.
“Foi um absurdo o que houve.
Minha prima estava orando e foi atingida por um ato de violência, de terrorismo religioso” desabafa a professora.
Conversamos ao vivo sobre o perigo das bombas caseiras com um representante do GATE, Grupo de Ações Táticas Especiais, da 3ª Companhia de Missões Especiais.
Ele orientou que em caso de receber uma denúncia ou ameaça de bomba, a pessoa deve manter a calma e tentar extrair de quem faz a ameaça o máximo de informações possível para passar aos policiais.
Se a bomba já estiver explodido, o conselho é manter a calma, socorrer os feridos, isolar o local e chamar as autoridades competentes.
Se alguém achar um objeto suspeito que possa ser uma bomba, deve isolar o local, não mexer no artefato e chamar a polícia militar.
O risco das bombas caseiras é grande tanto para quem constrói quanto para os alvos.
Uma pesquisa da PM revelou que, em Minas Gerais, 80% dos casos de bombas tem como motivação o trote e o desejo de criar tumulto.
segunda-feira, 23 de março de 2009
Fórum de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente em Juiz de Fora
Por Michele Pacheco
Há um bom tempo, acompanhamos o trabalho da Wanya Xavier na luta pelos Direitos da Criança e do Adolescente em Juiz de Fora.
Ela está sempre engajada em algum projeto para combater a violência e melhorar a qualidade de vida da população com menos de 18 anos.
A Wanya foi uma das coordenadoras do encontro que debateu temas importantes com representantes de organizações governamentais e não governamentais, segmentos da sociedade organizada, movimentos sociais e instituições que pertencem ao sistema de garantia dos direitos da infância e da adolescência.
A Wanya foi uma das coordenadoras do encontro que debateu temas importantes com representantes de organizações governamentais e não governamentais, segmentos da sociedade organizada, movimentos sociais e instituições que pertencem ao sistema de garantia dos direitos da infância e da adolescência.
O encontro foi hoje à tarde, num salão da Cúria Metropolitana.
Criado em 1991, o Fórum é um espaço aberto a todos, que oferece condições de formação, informação, reflexão, análise e avaliação de questões importantes, ligadas à preservação dos direitos humanos.
Criado em 1991, o Fórum é um espaço aberto a todos, que oferece condições de formação, informação, reflexão, análise e avaliação de questões importantes, ligadas à preservação dos direitos humanos.
Além da Wanya, encontramos por lá pessoas que não cedem às dificuldades e lutam a cada dia por mais condições de trabalho e estrutura para combater as ameaças e as violações das leis que protegem crianças e adolescentes.
Conselheiros tutelares que sempre nos ajudam e orientam em ocorrências policiais estavam lá.
O encontro começou às 13h e seguiu pela tarde toda.
O encontro começou às 13h e seguiu pela tarde toda.
Entre os temas de debate estavam:
- Organização do Fórum – estrutura administrativa e financeira, regimento interno, filiação e infraestrutura
- Conselho de Direitos e Conselho Tutelar – mudança das leis, fundo e processo de escolha
- Medidas Socioeducativas – acompanhamento sócio-jurídico, papel dos órgãos públicos e privados
- Medidas de proteção – maus-tratos, exploração sexual e trabalho infantil, acolhimento institucional, violência e outras
O Fórum busca ligar a sociedade e o poder público.
- Organização do Fórum – estrutura administrativa e financeira, regimento interno, filiação e infraestrutura
- Conselho de Direitos e Conselho Tutelar – mudança das leis, fundo e processo de escolha
- Medidas Socioeducativas – acompanhamento sócio-jurídico, papel dos órgãos públicos e privados
- Medidas de proteção – maus-tratos, exploração sexual e trabalho infantil, acolhimento institucional, violência e outras
O Fórum busca ligar a sociedade e o poder público.
Com isso, fica mais fácil garantir os Direitos da Criança e do Adolescente: vida, saúde, liberdade, respeito e dignidade, convivência familiar e comunitária, educação, cultura, esporte e lazer, profissionalização e proteção no trabalho.
Com tantas denúncias de abusos e pedofilia que temos visto na mídia nos últimos tempos, as discussões sobre a aplicação eficiente do Estatuto da Criança e do Adolescente nunca foram tão necessárias.
As reuniões do Fórum de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente estão marcadas até o fim do ano.
As reuniões do Fórum de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente estão marcadas até o fim do ano.
Quem estiver interessado, pode buscar mais informações pelo fórum.dedica.jf@nextwave.com.br e nos órgãos participantes.
02 de abril / 07 de maio / 04 de junho / 02 de julho / 06 de agosto / 03 de setembro / 1º de outubro / 05 de novembro / 03 de dezembro
Assinar:
Postagens (Atom)