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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

quarta-feira, 25 de março de 2009

Bomba fere evangélicos em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

O susto foi grande!
Simone conta que estava na igreja Pentecostal do bairro Manoel Honório, zona leste de Juiz de Fora quando a bomba caseira foi jogada.
Uma mulher que sofria de problemas cardíacos passou mal e foi levada para o Hospital de Pronto Socorro.
Ela foi medicada e teve alta.
Outras pessoas tiveram arranhões provocados pelos estilhaços.
Mas, nada se comparou ao que a auxiliar de serviços gerais sofreu.

Simone nos recebeu na casa dela, na zona norte de Juiz de Fora. Ela está andando com cuidado e evitando movimentos bruscos.
Afinal, o estilhaço da bomba está dentro do seio esquerdo dela.
Olhando, parece só uma manchinha na mama.
Mas, na verdade é um furinho, aberto por um fragmento da bomba.
Os médicos não sabem se o objeto é metálico, se é uma lasca de ferro ou mesmo da telha.

A auxiliar de serviços gerais nos contou, em entrevista exclusiva ao Jornal da Alterosa, que viu uma mulher com uma criança no colo se levantar e oferecer a cadeira.
Simone sentou e participava do momento do louvor, quando tudo aconteceu.
"Eu fechei os olhos quando o pastor nos convidou a louvar ao Senhor. O som da música era alto e eu ouvi algo parecido com um trovão. Achei estranho e pensei que parecia um tiro. Quando ouvi todo mundo gritando e barulho de cadeiras sendo arrastadas, eu abri os olhos e notei um grande tumulto. À minha volta algumas pessoas olhavam assustadas para mim. Eu sentia uma dor forte no peito, queimando, e vi minha blusa toda molhada de sangue. Pensei por um momento que alguém tinha me dado um tiro. Mas, então lembrei que eu estava numa igreja. Quem faria isso numa igreja?" contou ela.

A Simone foi socorrida por pessoas da igreja e levada ao Hospital de Pronto Socorro. Um raio-x confirmou que ela foi ferida por um estilhaço.
Assustada e com muitas dores, a evangélica ficou dois dias internada, à espera de uma cirurgia.
"Eles me colocaram na maca e me deram Dipirona. Eu expliquei que esse medicamento não funciona comigo. Mesmo assim, não mudaram a medicação. Eu sentia muitas dores e reclamava de fome. Mas, os enfermeiros me diziam que eu só podia ingerir soro, pois poderia ser operada a qualquer momento. Fiquei desse jeito por dois dias, até ter alta. E sem a cirurgia" reclamou.

Segundo os médicos, o fragmento andou na mama da Simone. Para retirar o estilhaço, seria necessário um corte grande, para procurar o objeto. Isso causaria uma cicatriz grande, que poderia ser vista como mutilação pela paciente. A saída que eles encontraram foi dar alta para a Simone. A idéia é que o organismo dela reaja ao corpo estranho que está nele e comece a expelir o fragmento. Quando ele estiver próximo à pele, vai se formar um caroço. Aí, sim, vai ser feita uma cirurgia simples para a retirada.

O problema é a ansiedade que a Simone está sentindo. Ela sente dores e tem medo de que o estilhaço rompa vasos e cause danos internos. A auxiliar de serviços gerais recebeu atestado médico para ficar fora do trabalho por dez dias. O pastor da igreja Pentecostal e o presidente da Associação das Igrejas Evangélicas de Juiz de Fora acompanham o caso. "Os peritos da polícia civil estiveram na igreja e disseram que não foi uma bombinha qualquer. Quem planejou o atentado fez uma bomba com grande efeito de destruição. Quando tiramos o pano que decora o teto e olhamos o telhado, havia pregos e pedaços de metal por todo lado. A explosão foi tão forte que abriu um rombo no telhado e ainda furou a telha galvanizada que fica embaixo." contou o pastor Júlio de Castro.

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