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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

terça-feira, 30 de junho de 2009

Notícias dessa terça

Por Robson Rocha

Hoje, terça-feira, a cidade amanheceu sob um forte nevoeiro, que aqui a gente chama de serração.
A vontade de sair da cama para trabalhar era nenhuma, mas como não tem jeito...
Fomos ao trabalho.
Nossa primeira pauta era sobre a greve dos médicos do sistema municipal de saúde de Juiz de Fora.

Fomos direto à Unidade Básica de Saúde, UBS, do bairro Linhares.
Ali é minha área. Bairro onde nasci e cresci.
Desci do carro e comecei a gravar, enquanto a Michele se maquiava.
Repórter gravar às 7 da manhã sem maquiagem, não dá.
O posto de saúde não estava cheio, havia umas vinte e poucas pessoas aguardando atendimento.

Logo que comecei a gravar, encontrei o Joel Liodoro, velho amigo de meu pai, uma figura muito divertida.
Porém, hoje ele falou sério. Gravou entrevista não criticando os médicos, mas a dificuldade de se marcar uma consulta pelo SUS.
E culpando a administração municipal, que antes de assumir fez promessas e até agora não cumpriu.
Segundo o Joel, os médicos não querem só aumento de salário, eles querem também melhores condições de atendimento.
Ele aproveitou para contar algumas histórias para a Michele.
Ele lembrou que a primeira vez em que quebrei meu dedo, foi na casa dele.

Mas, voltando ao trabalho, gravamos com a Maria de Lourdes Costa, a Lourdinha, assistente social.
Ela disse que apenas dois dos cinco médicos do posto aderiram à greve e que, apesar da sobrecarga, os atendimentos seriam feitos e os casos mais graves encaminhados para as regionais de saúde e o Hospital de Pronto Socorro.
Mas, ela acredita que vai haver dificuldades no atendimento caso a greve seja longa.

O sindicato dos médicos garantiu que as unidades de Urgência e Emergência, como o HPS, Policlínica de Benfica, Regional Leste e o PAI, não teriam suas atividades prejudicadas. Mas, avisou que as 57 unidades básicas de saúde parariam. Apesar da reinvidicação parecer justa, quem sofre é a população mais carente.
Os médicos se reúnem em assembleia nesta quarta-feira, dia 1º, na Sociedade de Medicina e Cirurgia de Juiz de Fora para decidir os rumos da greve.

Do Linhares, fomos direto para o bairro Grama para gravar outra matéria na área de saúde. Mas, dessa vez sobre a gripe influenza A(H1N1), que a gente conhece como gripe suína.
O local da gravação foi o Hospital João Penido, que é um dos 17 hospitais selecionados pela Secretaria Estadual de Saúde para tratamento de pacientes com suspeita da nova gripe.

Uma enfermaria está sendo adaptada para receber pacientes com suspeita de gripe suína.
O isolamento vai seguir padrões da Organização Mundial de Saúde. E, se tudo correr dentro do cronograma, as obras devem ficar prontas dentro de quinze dias.

Mas, para o diretor do hospital, Márcio Itaboraí, mesmo que algum caso suspeito seja descoberto antes do final das obras, o hospital tem condições de receber pacientes com suspeita de gripe A.
Isso porque, pelo o hospital ser referencia no tratamento de AIDS e tuberculose, já possui várias áreas de isolamento.
Por isso, ele afirma que casos suspeitos ou confirmados podem ter a internação imediata no João Penido.

Ontem, já tínhamos feito uma entrevista, ao vivo, no jornal da Alterosa com a secretária de Saúde de Juiz de Fora, Eunice Dantas, sobre esse assunto. Ela deu orientações e disse que o município está preparado para tratar casos de gripe suína.

Mas, voltando ao hospital João Penido, deixamos para gravar a passagem, aquela parte que o repórter aparece, na hora de ir embora.
Aí, gastamos uns vinte minutos esperando que alguma das inúmeras nuvens tampasse o sol.
Pois, no melhor lugar para gravar o sol estava pegando de lado no rosto da Michele e fica horrível.
Como as nuvens não colaboravam o jeito foi colocar a Michele na sobra e desfocar o segundo plano.

Dali, voltamos para a TV, para as entradas ao vivo no Jornal da Alterosa.
O tema de hoje foi a situação dos abrigos de Juiz de Fora, que atendem crianças e adultos carentes ou em situação de risco.
A Cris do Valle, coordenadora executiva dos programas de proteção especial da AMAC, foi a entrevistada.

Na semana passada, a Michele e eu tínhamos gravado em alguns abrigos.
Primeiro, gravamos com a responsável por um abrigo em Juiz de Fora e que está sendo indiciada por maus tratos.
Ela negou as acusações.

Tudo começou há quatro anos, quando a delegacia de Mulheres de Juiz de Fora foi acionada pelo Ministério Público para apurar maus tratos, exploração sexual de adolescentes, venda de material de doação e fornecimento de bebida alcoólica a crianças e adolescentes.
Depois de quatro anos de investigação, o inquérito sobre denúncias contra a responsável pela administração do abrigo foi concluído

A delegada Sônia Parma disse que as investigações confirmaram as denúncias.
Foram ouvidos 14 crianças e adolescentes que vivem no abrigo.
Uma interna contou ter perdido a virgindade no local aos 12 anos e ter continuado a manter relações sexuais com funcionários e outros abrigados.
Em outros depoimentos, foi dito que o consumo de álcool era liberado no local.
Hoje, 25 crianças e adolescentes com idades entre 3 e 17 anos estão no abrigo.
De posse do processo, a justiça proibiu que qualquer criança ou adolescente seja encaminhado para esse abrigo e determinou o afastamento da responsável pelo local. Um interventor foi definido, seguindo sugestões da AMAC.

Também gravamos na Casa da Cidadania, onde é feito atendimento a pessoas adultas em situação vulnerável.
São cerca de 80 atendidos que na sua maioria são idosos.
Outro lugar que gravamos foi na Casa Aberta, onde são atendidos 20 adolescentes entre 12 e 18 anos incompletos, vitimas de abandono ou violência doméstica.

Na Casa Aberta, nos chamou a atenção a garota que teria sofrido maus tratos em uma casa no bairro São Judas Tadeu.
Ela não fala e tem um ar assustado. Mesmo quando recebe um carinho, parece ter medo.
Também não é pra menos. O Evandro e o Fagundes gravaram matéria com uma conselheira tutelar que confirmou os maus tratos e afirmou que as crianças eram obrigadas até a comer vômito.
Mas, o interessante é que estivemos com a polícia e o conselho tutelar nessa mesma casa há 5 anos e confirmaram a situação de maus tratos das crianças no local. E, agora tudo se repete. Quem errou? Por que essas crianças continuavam na casa?

Acabou a entrevista ao vivo e, enquanto guardava a câmera, fui pensando nos casos que acompanhamos e conclui que, pelo menos por enquanto, essas crianças terão uma qualidade de vida um pouco melhor.
Legal o Jornal da Alterosa não abandonar o caso. Acho que a gente tinha que entrar em outras instituições da cidade para mostrar o real tratamento que crianças, adolescentes e idosos estão recebendo em nossos abrigos.
Como nos disse uma pessoa da área, se mexer sai muita coisa que está escondida.

sábado, 27 de junho de 2009

IV Churrascão Fatos em Foco

Por Michele Pacheco

Hoje, curtimos uma das festas mais esperadas de Juiz de Fora.
O churrasco promovido pelo apresentador José Luiz Magrão, estrela do programa Fatos em Foco, da TV Alterosa/SBT.
Ele mobiliza toda a sociedade do município e personalidades da região num evento de altíssima qualidade.

Comida farta, boa conversa, encontro com os amigos e conhecidos que não vemos com frequência, local agradável, boa música...
Os motivos para esperarmos ansiosos o Churrascão são vários.

A cada ano, o organizador se supera e reúne mais convidados.
Tivemos o privilégio de estar lá e aproveitar um sábado muito bom.
Além dos petiscos de dar água na boca, o almoço foi delicioso.

Tinha carne de todo tipo, farofa, maionese, vinagrete e arroz.
De sobremesa, o tradicional queijo Minas com doce de leite e cocada de colher.
Dá água na boca só de lembrar!
Todos os detalhes da festa foram registrados por várias câmeras e serão mostrados no programa Fatos em Foco na TV Alterosa.
O Churrascão 2009 foi 10!

Parabéns Magrão!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Mulher grávida é queimada pelo namorado

Por Michele Pacheco

Uma jovem de 18 anos, grávida de 5 meses, foi vítima da violência do próprio companheiro.
Eles moravam juntos, na zona norte de Juiz de Fora, desde que ela ficou grávida.
No início do ano, o rapaz já tinha se mostrado agressivo.
Mas, a namorada achou que era apenas um momento passageiro.
Estava enganada!

Ciumento, o rapaz de 22 anos começou uma discussão com a companheira.
Ainda magoada e chocada com a agressão, ela conta que ele parou de brigar e foi ao carro.
Voltou com um pouco de gasolina, jogou nas pernas dela e pôs fogo.
"Fiquei desesperada!

Usei a mão para apagar o fogo e ficou toda queimada.
Ele me levou ao Hospital de Pronto Socorro, eles me atenderam, fizeram os curativos e eu voltei para casa.
Dois dias depois, consegui ajuda da minha família para sair de lá" revelou a jovem.

Com apoio da família, a vítima procurou a polícia civil e denunciou o agressor.
A Delegacia de Mulher registrou a queixa e vai investigar o caso.
A primeira medida tomada pela delegada foi determinar a transferência da jovem para a Casa Abrigo, para evitar contato com o agressor e ameaças dele.
Lá, ela vai encontrar outras mulheres que fugiram da violência denunciando.

Nos últimos três anos, a Delegacia de Mulheres de Juiz de Fora investigou quase mil casos de violência doméstica.
Em 2009, até março foram 202 registros.
A média é estável, mas o número de medidas de proteção tem aumentado.

Polícia Civil apreende cocaína e prende 4 pessoas

Por Michele Pacheco

Estávamos na delegacia no fim da tarde, quando ouvimos várias sirenes.
Da porta, vimos as viaturas da Polícia Civil passando apressadas e fomos conferir.
Tem dia que é assim!
Quando a gente acha que está acabando e vai descansar, começa a pipocar um monte de matérias.
Hoje, uma foi se misturando à outra e, quando vimos, já estávamos com cinco factuais na mão.
Aí, o jeito foi ligar meio sem graça para a nossa editora e explicar que tínhamos lotado o jornal de amanhã.

Mas, como não registrar?
As coisas foram aparecendo na nossa frente e não teve jeito!
Os policiais civis estavam chegando com droga e presos por tráfico. A operação começou na parte da manhã.

Depois de dois meses de investigações, a equipe do GTO, Grupo Tático Operacional, de Tóxicos recebeu a informação de que uma quadrilha que vende droga em bairros nobres de Juiz de Fora tinha ido buscar entorpecentes numa cidade vizinha.

Três homens foram presos no bairro Retiro, zona sudeste de Juiz de Fora. Eles chegavam de Bicas com 600g de cocaína.
Ao verem que "o barraco caiu", eles levaram os agentes até o fornecedor, na cidade vizinha.
Lá, uma mulher foi presa e os policiais apreenderam duas balanças de precisão e material para embalar a droga.
O marido dela está foragido.

Ao todo, os policiais prenderam quatro pessoas e apreenderam 600g de cocaína, duas balanças de precisão, documentos, material para refinar e embalar a droga, celulares e um carro.
A Polícia Civil tem fechado o cerco ao tráfico e acredita ter tirado de circulação uma quadrilha forte em Juiz de Fora.
Se tiverem prisão confirmada, os homens vão para o Ceresp e a mulher para a Penitenciária Arioswaldo Campos Pires.

Diretora de abrigo indiciada por maus tratos

Por Michele Pacheco

Depois de quatro anos de investigação, a Delegacia de Mulheres de Juiz de Fora concluiu o inquérito sobre denúncias contra a responsável pela administração de um abrigo.
Segundo a delegada, a polícia civil foi acionada pelo Ministério público para apurar maus tratos, exploração sexual de adolescentes, venda de material de doação e fornecimento de bebida alcoólica a crianças e adolescentes.

Sônia Parma revelou que as investigações confirmaram as denúncias.
Foram ouvidos 14 crianças e adolescentes que vivem no abrigo.
Uma interna contou ter perdido a virgindade no local aos 12 anos e ter continuado a manter relações sexuais com funcionários e outros abrigados.
Em outros depoimentos, foi dito que o consumo de álcool era liberado no local.
Hoje, 25 crianças e adolescentes com idades entre 3 e 17 anos estão no abrigo.

A responsável pela administração ficou revoltada com o resultado do inquérito.
Ela negou todas as acusações.
"Para quem eu iria vender o material doado?
Eu ajudo várias outras entidades e muitas famílias carentes.
Antes que os alimentos passem do prazo de validade, eu distribuo.
Nunca vendi nada" desabafou a dirigente que atua há 40 anos abrigando crianças e adolescentes em situação de risco social.
Ela disse ainda que "quanto aos maus tratos, o abrigo é fiscalizado com frequencia e nunca encontraram nenhuma irregularidade.

A própria polícia civil já esteve aqui com peritos várias vezes e viu tudo em ordem."
A dirigente acredita que o preconceito dos vizinhos, num bairro nobre de Juiz de Fora, tenha despertado as denúncias.
"Ninguém quer o abrigo num bairro de classe média alta.
Somos discriminados e várias pessoas já pediram a nossa retirada daqui" desabafou.

Uma cópia do inquérito foi enviada à Promotoria da Infância e da Juventude.
Mas, o promotor afirma que não recebeu o documento.
Ele não fala sobre o caso.
O mesmo ocorre na Vara da Infância e da Juventude.
A Juíza não vai se manifestar, pois não foi comunicada pelo Ministério Público.