Por Michele Pacheco
Depois de quatro anos de investigação, a Delegacia de Mulheres de Juiz de Fora concluiu o inquérito sobre denúncias contra a responsável pela administração de um abrigo.
Segundo a delegada, a polícia civil foi acionada pelo Ministério público para apurar maus tratos, exploração sexual de adolescentes, venda de material de doação e fornecimento de bebida alcoólica a crianças e adolescentes.
Sônia Parma revelou que as investigações confirmaram as denúncias.
Uma interna contou ter perdido a virgindade no local aos 12 anos e ter continuado a manter relações sexuais com funcionários e outros abrigados.
Em outros depoimentos, foi dito que o consumo de álcool era liberado no local.
Hoje, 25 crianças e adolescentes com idades entre 3 e 17 anos estão no abrigo.
A responsável pela administração ficou revoltada com o resultado do inquérito.
"Para quem eu iria vender o material doado?
Eu ajudo várias outras entidades e muitas famílias carentes.
Antes que os alimentos passem do prazo de validade, eu distribuo.
Nunca vendi nada" desabafou a dirigente que atua há 40 anos abrigando crianças e adolescentes em situação de risco social.
Ela disse ainda que "quanto aos maus tratos, o abrigo é fiscalizado com frequencia e nunca encontraram nenhuma irregularidade.
A própria polícia civil já esteve aqui com peritos várias vezes e viu tudo em ordem."
A dirigente acredita que o preconceito dos vizinhos, num bairro nobre de Juiz de Fora, tenha despertado as denúncias.
"Ninguém quer o abrigo num bairro de classe média alta.
Somos discriminados e várias pessoas já pediram a nossa retirada daqui" desabafou.
Uma cópia do inquérito foi enviada à Promotoria da Infância e da Juventude.
Mas, o promotor afirma que não recebeu o documento.
Ele não fala sobre o caso.
O mesmo ocorre na Vara da Infância e da Juventude.
A Juíza não vai se manifestar, pois não foi comunicada pelo Ministério Público.
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