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Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Incêndio em lote põe vizinhos em perigo

Por Michele Pacheco

A gente cansa de fazer matérias explicando o perigo das queimadas, em especial em lotes vagos perto de moradias.
E o que ocorre todo ano?
Os bombeiros têm um trabalhão para dar conta de todos os focos.
Eu me pergunto se não estou passando direito o recado, se poderia falar de forma mais clara, se não é responsabilidade dos jornalistas abordar o assunto com mais profundidade...
E chego à conclusão de que nada disso resolve.
Faltam educação e consciência de coletividade.

Vejam o caso de hoje!
Vimos uma coluna de fumaça na região leste de Juiz de Fora.
Pensamos: lá vai mais um pasto queimado.
Mas, uma moradora do bairro Bonfim, com quem fizemos matéria na época dos estragos da chuva, ligou para o meu celular e contou que estavam todos assustados numa rua perto da dela, pois um terreno baldio estava pegando fogo e colocando em perigo as casas vizinhas.

Fomos para o local e levamos um susto.
Não dava para passar pela calçada do lote.
As chamas altas tinha chegado às árvores mais próximas do muro.
As labaredas se espalhavam rápido pela vegetação seca.

Os moradores assustados estavam nas portas das casas, acompanhando o fogo avançar pelo lote.
O vento ficou mais forte e as chamas devoraram tudo pela frente.
As crianças se divertiam com o espetáculo perigoso, enquanto os adultos avaliavam os riscos para as casas no entorno do terreno.
Algumas pessoas reclamavam entre si que o dono do lote era o culpado, pois tinha fechado a área e abandonado o local aos ratos e ao mato.
Eles pediam capina há muito tempo, mas nunca foram atendidos.
Pena que não quiseram gravar entrevista.
Numa hora dessas, poucos querem se indispor com os vizinhos.

Um casa ficava cada vez mais na mira do incêndio.
Nela, moram quatro pessoas.
A Aparecida, dona de casa, contou que sentiu o cheiro de fumaça e viu o fogo se alastrando pelo terreno vizinho.
A primeira idéia que teve foi fechar portas e janelas para evitar a entrada de fuligem.
Mesmo assim, o cheiro da fumaça era forte e ela começou a se sentir mal.
Foi então que trancou tudo e foi para a calçada.

Como o fogo só foi aumentando, o pessoal chamou socorro.
O caminhão chegou e dois bombeiros partiram para o combate ao fogo com água.
Primeiro, o trabalho foi feito da calçada, com jatos nas árvores e na vegetação mais alta.
Só quando as labaredas já não eram mais vistas, eles mudaram a estratégia.

Um dos bombeiros subiu no muro para ter visão melhor da área em chamas.
Ele direcionou a mangueira para o mato rasteiro e os arbustos.
Em poucos minutos, o fogo acabou.
Em compensação, a fumaça negra aumentou e se espalhou, transformando a tarde em noite.
O pior é que os moradores contaram aos bombeiros que suspeitavam de dois adolescentes que tinham passado pela rua e jogado alguma coisa no lote, pouco antes de começar o cheiro de queimado.
Que brincadeira de mau gosto!

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