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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Bombeiros procuram corpo no rio do Peixe em Toledos

Por Robson Rocha

Hoje fomos até Toledos. Isso, depois que os bombeiros informaram que procuravam o corpo de um homem no rio do Peixe.
Toledos é um bairro da zona norte de Juiz de Fora.
O problema é que fica a 53 quilometros do centro da cidade.
E, a estrada para chegar é de chão.

Esse tipo de matéria mostra que às vezes é mais perto gravar em algumas cidades que em bairros de Juiz de Fora.
Chácara e Matias Barbosa, por exemplo, são duas cidades que, além de mais próximas que alguns bairros juizforanos, tem acesso asfaltado, ao contrario de Toledos.
A estradinha vicinal é cheia de mata-burros e, para que o ônibus passasse, tivemos que parar.

Falando em burros, o cuidado no deslocamento tem que ser absoluto.
Isso, porque em todo trecho encontramos animais na pista.
Esses cavalos se assustaram com o carro e quase atropelaram a nossa Parati.
Tivemos que dar uma paradinha para que eles nos dessem passagem.

Pouco mais à frente, depois de uma curva, quase atropelamos um bezerro perdido na estrada.
Ele foi andando assustado e desengonçado na frente do carro até encontrar uma entrada na cerca.
É incrível como os proprietários não se importam com os riscos de acidentes que esses bichos representam soltos pelas estradas.

Enfim, depois de sacudir muito, chegamos a Toledos.
Assim como a estrada, o bairro é completamente abandonado.
As ruas são todas de terra.
Mas, paramos e perguntamos a uma senhora onde teria acontecido o acidente.
Ela disse que teríamos que pegar uma outra estrada para chegar onde os bombeiros estavam.

Aí, vimos que a coisa podia piorar.
Pra começar, a estrada além de “ecológica” é cheia de porteiras.
A Michele foi convocada para abri-las.
Com isso, o tempo foi passando e a gente não encontrava os bombeiros.
Nossa preocupação era com a hora, porque já eram 10h e não tínhamos chegado ao local.

Pouco mais à frente, além da porteira, o gado se esparramava pelo caminho e mais uma vez a Michele ajudou.
Desceu do carro, abriu a porteira e espantou os animais.
Mesmo assim, ainda tive que desviar de alguns que simplesmente não saíram da estrada.
Meu medo era um bicho se assustar e amassar o carro.

Enfim, avistamos uma viatura do corpo de Bombeiros e familiares da vitima.
Enquanto eu preparava o equipamento, a Michele se maquiou rapidamente.
Aí, fomos cada um para um lado.
Eu fui registrar as imagens dos bombeiros trabalhando e a Michele foi coletar as informações.

Segundo familiares, nessa segunda-feira, Rogério da Silva, de 33 anos foi ao aniversário do pai que mora do outro lado do rio do Peixe.
No final da tarde, ele estava transportando as pessoas de volta com uma canoa e, quando chegou à margem, caiu dentro do Rio.

O sargento Denilton Dias Ferreira, do quarto Batalhão de Bombeiros, explicou que desde a tarde passada militares dão buscas em todo leito do rio e que a dificuldade no trabalho é aumentada pela quantidade de pedras no fundo do rio do Peixe.
Enquanto o sargento Denilton ia com o bote em zig zag, fazendo movimentar o que estivesse no fundo do rio, outros bombeiros iam descendo à nado, procurando pelo corpo.
Apesar da água turva, eles mergulham e vão literalmente tateando o fundo do leito.
Além disso, muitos galhos de árvores atrapalham o trabalho.

Apesar do sol quente, familiares e amigos do funcionário público acompanhavam de perto o trabalho dos Bombeiros.
Conforme os militares iam descendo o rio, essas pessoas seguiam pelas margens na esperança de encontrar o corpo do homem.

Nosso tempo era apertado, mas tivemos que seguir caminhando junto com os familiares para poder registrar o trabalho do corpo de bombeiros e o drama da família.
Outro detalhe é que algumas pessoas não queriam ser gravadas.
Tínhamos que prestar atenção no caminho e andar com cuidado, porque o lugar é cheio de formigueiros.

Gravamos entrevistas e a passagem e era hora de voltar.
No retorno, vimos que tínhamos andado bastante, pois o carro estava longe.
E, como todo mundo foi acompanhando os bombeiros, a Parati parecia abandonada em meio a um mar de verde.

Voltando para Juiz de Fora, apesar da pressa mais uma vez tudo atrasava a gente.
Isso, começando pelas inúmeras porteiras a serem abertas pela Michele, que a essa altura já não estava com o humor muito bom.
Ah! Sem se esquecer do gado esparramado pelo caminho e o péssimo estado da estrada.

Enfim, chegamos à zona norte Juiz de Fora por volta de 11h e 20min e o jornal entra no ar as 11h e 50min.
Além da matéria para o jornal, a gente estava escalado para o vivo. Só que ainda tínhamos que atravessar a cidade e pra variar o trânsito não estava ajudando.
Consegui chegar na TV 11h45, mas premiado com uma multa.

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