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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

sábado, 31 de outubro de 2009

Taça Minas Gerais - Tupi perde e Uberaba se classifica

Por Michele Pacheco

O Tupi precisava vencer para seguir na Taça Minas Gerais.
O time de Juiz de Fora já tinha perdido por 2 a 1 o confronto contra o Uberaba, no Triângulo Mineiro.
Com isso, perdeu a vantagem de jogar por dois empates.
O Ivan Costa (o Xodó da Galera) e Ricardo Wagner, da rádio Globo Juiz de Fora, estavam otimistas com o Galo.
A torcida carijó esperava a revanche em casa.
Mas, ela não veio.

Num sábado de tempo fechado e ameaça de chuva, o galo carijó entrou em campo sem energia.
Apesar da necessidade da vitória, o time parecia apático.
Poucas jogadas perigosas foram criadas.
O Felipe Canavan bem que tentou aproveitar os lances de bola parada e deu trabalho ao goleiro do Uberaba, Glaysson.
Rafael Aguiar também tentou marcar.

Acho que o melhor ditado já criado no futebol é "quem não faz, leva".
E foi o que aconteceu hoje.
A torcida contava com a vitória em casa e a repetição de 2008, quando o Tupi venceu a Taça Minas.
Mas, o resultado foi bem diferente.
Quem abriu o placar foi o Samir, para o Uberaba.
Ele tinha acabado de entrar em campo.
O gol veio logo depois de uma série de falhas do time carijó.
João Junior foi substituído e saiu de campo ouvindo reclamações da torcida.
Podemos dizer que ele teve o seu dia de inferno astral.

Aos 25 minutos do primeiro tempo, o temporal desabou sobre o Estádio Municipal.
Em campo, Samir viu o colega furar na entrada da área e fez falta dura, tomando cartão vermelho.
A partida, que já estava monótona, ficou mais lenta ainda.
O gramado é muito bom e não atrapalhou tanto as jogadas.
O problema era que o Uberaba estava com um jogador a menos e tentando segurar o placar.
E o Tupi parecia cada vez mais desmotivado em campo.

Na cabine, comentamos com a equipe da TVE Juiz de Fora que era uma pena ver o sonho do bi na Taça Minas ir literalmente por água a baixo.
O torcedor enfrentou o mau tempo, levou a família ao estádio, acreditou na equipe e na capacidade de vencer em casa.
Mas, viu um jogo sem emoções, frio e lastimável.
O técnico do Tupi, Leo Condé, bem que tentou empurrar a equipe, motivar os jogadores.
Foi em vão!

No segundo tempo, o Uberaba continuou tentando segurar o resultado.
O Tupi tentou aproveitar a vantagem de um jogador a mais.
Rafael Aguiar partiu para cima.
Os jogadores carijós se revezaram no ataque, sem balançar a rede.
O técnico do time do Triângulo reclamou tanto que acabou expulso de campo.
Danilo fez um papel feio.
Ele sofreu a falta e, para amarrar o jogo, ficou se revirando no chão.
Os carregadores entraram com a maca e estavam retirando o jogador de campo, quando ele pulou e saiu andando de volta ao centro do gramado.
Tomou cartão amarelo, claro!

O empate veio aos 20 minutos do segundo tempo.
Rafael Aguiar marcou de cabeça e saiu comemorando com as mãos em forma de coração e beijando a aliança, numa declaração de amor.
Pena que o clima entre a torcida e o time não fosse mais tão amorosa.
O gol saiu pouco depois das torcidas organizadas vaiarem o Tupi e gritarem "olé" cada vez que o uberaba colocava o pé na bola.
Diante da chance de vitória, alguns torcedores até arriscaram festejar o carijó.

A partida terminou em 1 a 1 e deu a classificação ao Uberaba.
O técnico Marcos Birigui disse que agora é pensar no próximo adversário, que ainda não estava definido.
Ele lembrou que a equipe teve alguns desfalques, mas conseguiu a vitória, que é o mais importante.
Ele não entrou em detalhes sobre a expulsão e os lances polêmicos da partida.

Já o técnico do Tupi, Léo Condé, foi isentado de culpa pela desclassificação.
A comissão técnica já foi toda recontratada e deve começar a planejar a equipe para 2010.
O presidente do Tupi, Áureo Fortuna, estava nitidamente insatisfeito nos vestiários.
Mas, manteve a tranquilidade ao falar que agora é pensar no futuro e buscar os reforços pedidos pela comissão técnica.
Bola pra frente, Tupi!

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

PM prende foragido da Polícia Federal e dono de bazuca

Por Michele Pacheco

Em setembro, Juiz de Fora ficou chocada com a notícia de que a Polícia Militar tinha apreendido uma bazuca enterrada numa casa do bairro São Bernardo e que a arma pertenceria a traficantes.
Afinal, uma cidade relativamente calma fica em alerta ao saber que os bandidos estão se armando com lança-foguetes de uso restrito das Forças Armadas.
Os pms estavam à procura do dono do armamento, que não foi localizado no dia da apreensão.

Hoje, ele não teve a mesma sorte.
Os policiais do Tático Móvel da 70a Cia. faziam patrulhamento pelo bairro São Bernardo e notaram um homem em atitude suspeita saindo de uma casa.
Ele foi abordado e os pms encontraram algumas pedras de crack.
O suspeito contou que comprou a droga na casa.

Os policiais deram buscas no local e encontraram mais droga.
Dois homens foram presos.
Um deles, o dono da casa, era foragido da Polícia Militar.
Marcelo Souza Segundo foi preso em novembro do ano passado, durante a Operação Metralhas da Polícia Federal.
Ele seria um dos integrantes de uma quadrilha comandada por três irmãos que dominavam o tráfico em várias regiões de Juiz de Fora.

Os presos na Operação Metralhas conseguiram um Habeas Corpus no carnaval e deixaram a cadeia.
Pouco depois, foram liberados os pedidos de prisão preventiva para todos.
É claro que eles já tinham sumido da cidade e não foram localizados.
Até hoje.
Segundo a Polícia Militar, o suspeito preso no São Bernardo confessou trabalhar com tráfico de drogas.

Na época da apreensão da bazuca, o nome do Marcelo foi citado.
Ele teria dado à dona da casa 400 reais para ela esconder a arma e a cocaína.
O lança-foguetes estava enterrado no quintal, debaixo de uma escada.
E a cocaína estava enterrada num canil.
A mulher presa agia como "guarda-roupas" que, na gíria policial, significa a pessoa que guarda drogas e armas para bandidos.
Em geral, são escolhidas para o serviço pessoas que não tenham antecedentes criminais e não chamem a atenção da polícia.

Na prisão de hoje, um detalhe chamou a atenção dos policiais militares.
Eles agiram rápido, assim que deram buscas no suspeito que saía da casa e acharam o crack.
Eles comunicaram ao Copom que fariam um averiguação de suspeita de tráfico e foram para a casa.
Desceram a escada e encontraram uma porta com uma mensagem religiosa.

Mas, parece que os moradores não confiaram apenas na proteção divina.
Eles também capricharam no reforço da porta.
Três trancas fortes foram instaladas.
Se os pms tivessem demorado, encontrariam a porta trancada e não teriam conseguido o flagrante de tráfico.
O sistema de segurança parece arcaico, mas funciona.
Com as trancas fechadas, a porta nem mexe.
Se alguém tentasse arrombar, com certeza teria sérios problemas.

Mas, hoje não era o dia do Marcelo.
Ele foi preso por estar foragido e ainda estava com 100g de crack, 100g de cocaína, 7 bisnagas de lidocaína (produto usado no refino da cocaína) e 412 reais em dinheiro.
O material reforça a denúncia de tráfico de drogas.
Na delegacia, ele foi ouvido.
O delegado de plantão disse que, diante do mandado de prisão em aberto e das evidências, o suspeito teria a prisão confirmada e seria enviado ao Ceresp.
Quando saímos da delegacia, ainda não havia confirmação da prisão dos outros dois suspeitos.

Taxistas e prefeitura de Juiz de Fora assinam Termo de Ajustamento de Conduta

Por Michele Pacheco

A polêmica com os taxistas começou no governo passado.
O então prefeito José Eduardo Araújo determinou as mudanças que deveriam ser feitas e houve resistência por parte dos taxistas.
O Ministério Público entrou na discussão e propôs um TAC, Termo de Ajustamento de Conduta.
Foi pedido um estudo sobre o serviço de táxis na cidade.
O trabalho foi feito pela Universidade Federal de Juiz de Fora.
E o resultado foi que 75% dos entrevistados gostam do serviço, mas a maioria reclama do número insuficiente de veículos.

A pesquisa ajudou a nortear as propostas do TAC.
Hoje, a cidade tem 433 táxis.
Vão ser liberadas mais 45 permissões.
O número foi calculado a partir da média entre a proposta de 100 veículos novos feita pela prefeitura e a contra-proposta da categoria.
Nessa tarde, representantes dos taxistas e da Secretaria de Transporte e Trânsito se reuniram na Promotoria de Defesa do Consumidor para assinar o documento.

A imprensa estava toda lá.
Enquanto a reunião não começava, colocamos os assuntos em dia.
Quando começou, cada um tratou de fazer o melhor possível.
Apesar da sala ser bem maior do que as de outros promotores, o espaço ficou pequeno para tanta gente.
O pessoal de imagem foi se revezando nos locais melhores para gravar a reunião.
Os cinegrafistas e fotógrafos trabalharam em harmonia, sem atrapalhar o serviço uns dos outros.

Depois de discutirem os artigos do TAC, os representantes dos taxistas fizeram alguns comentários, o secretário de Transporte também se manifestou e todos assinaram o documento.
Assim, foi encerrada a polêmica e dado o primeiro passo para melhorar ainda mais o serviço de táxis na cidade.
A prefeitura deve abrir em breve a licitação para os 45 novos permissionários.

Os que já estão atuando têm um ano para se adequarem às mudanças exigidas no TAC.
A secretaria de Transportes deve aumentar a fiscalização e garantir que as determinações sejam cumpridas.
Caso contrário, vai pagar multa de mil reais por artigo descumprido.
Os taxistas que não cumprirem as determinações vão passar por processo administrativo e podem perder a permissão.

Entre as mudanças, fica definido que os táxis têm que ter obrigatoriamente potência mínima de 65 cavalos e capacidade do porta-malas a partir de 260 litros.
Além disso, só serão aceitos veículos com quatro portas e os taxistas vão ter que trabalhar uniformizados.
O prazo de validade da frota é de oito anos a partir da data de fabricação do carro.
O objetivo do Ministério Público ao propor o TAC é garantir a melhoria da qualidade dos serviços prestados aos consumidores que moram ou passam por Juiz de Fora.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Acidentes deixam 5 feridos em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Hoje, a tarde foi acidentada em Juiz de Fora.
Estávamos voltando da zona sudeste da cidade, quando nos avisaram sobre um carro forte que tinha batido num poste no bairro Mariano Procópio.
Fomos para lá.
No caminho, a Carla Detoni, produtora, ligou passando a mesma notícia.
Ficamos mais confiantes de que era verdade.

Mas, no local, descobrimos que não havia nenhum carro forte.
O motorista de um Voyage bateu num poste, que quase tombou.
O carro ficou em péssimo estado.
Os policiais militares encarregados de registrar a ocorrência disseram que o homem foi socorrido pelos bombeiros e levado para o Hospital de Pronto Socorro.
Segundo parentes, ele disse ter passado mal e perdido o controle do veículo.

Acabamos de fazer as imagens e apurar os dados e já estávamos deixando o local do acidente, na Avenida Brasil, quando um taxista assustado parou e avisou aos policiais militares que havia outro acidente atrás da rodoviária.
Pegamos os dados e fomos para lá.
No meio do caminho, encontramos uma ambulância do Resgate e carros dos bombeiros indo na mesma direção.
No bairro São Dimas, na zona norte, a batida era parecida com a primeira.

O motorista de um Gol, daquele modelo mais antigo, perdeu o controle da direção após uma curva e bateu num poste.
Os três passageiros ficaram feridos.
O motorista nem teve arranhões.
A cena que encontramos era de caos total.
As vítimas ensanguentadas sentadas na calçada, os curiosos se acotovelando para ver mais de perto e o carro destruído.

Havia três homens machucados na calçada.
Um deles, mais idoso, estava com o rosto muito ferido, coberto por sangue.
Ele foi a vítima em pior estado.
Teve traumatismo com afundamento craniano.
Foi imobilizado e colocado numa ambulância do SAMU.
Os socorristas estavam visivelmente preocupados com ele.
O homem ficou internado em estado grave.

Outro passageiro estava atordoado e tinha o lábio inferior cortado até o queixo.
O ferimento sangrava muito e ele parecia anestesiado pelo choque.
A terceira vítima estava apenas com um corte na testa.
Quem viu o carro teve a impressão de que nenhum dos feridos usava cinto de segurança.
Perguntei ao policial militar que registrava a ocorrência se ele sabia algo a esse respeito.
Fomos até o veículo, olhamos e não vimos sinal de que o cinto estivesse sendo usado na hora da batida.

O motorista não quis gravar entrevista.
Ele disse que não lembrava direito o que tinha acontecido.
Só lembrava de ter feito a curva para entrar na rua e ter sido fechado por um caminhão com baú.
O homem estava muito nervoso e acabou sendo levado para o hospital junto com o passageiro que teve menos ferimentos.

Uma moradora acompanhou de casa o acidente.
Ela negou que algum caminhão ou outro veículo estivesse envolvido na batida.
"Eu estava na varanda da minha casa e vi o Gol entrando na rua, depois do sinal.
Ouvi o barulho e achei que o carro tivesse batido apenas no meio-fio.
Depois, vi que tinha sido no poste.
O que não entendo é que o homem que saiu de trás do volante não é esse que está se apresentando como motorista" explicou a mulher ainda assustada com o acidente.
Os policiais militares e os bombeiros acreditam que ela tenha visto o passageiro saindo pela porta do motorista, já que o carro é antigo, modelo duas portas.

Uma cena que nos chamou atenção foi o trabalho de equipe ágil e competente feito pelas equipes dos bombeiros e do SAMU.
Ao contrário do que foi visto há pouco tempo em Belo Horizonte, quando uma vítima morreu esperando socorro enquanto as equipes brigavam para ver quem a levaria ao hospital, em Juiz de Fora o clima é de harmonia.
Os bombeiros e os profissionais do SAMU dividiram as tarefas e deram apoio uns aos outros para agilizar o socorro e evitar que a situação dos feridos se agravasse.

A médica Isabel Venâncio, do SAMU, se desdobrava para atender a todos.
Com a competência que a tornou famosa no meio policial e médico, ela examinou a todos, avaliou a gravidade de cada um, chamou mais uma ambulância para levar o terceiro ferido e o motorista ao HPS...
Fez tudo isso, sem perder a calma e sem elevar a voz com ninguém.
E ainda encontrou tempo entre os atendimentos para conversar conosco sobre o estado aparente das vítimas.

Conhecemos a Isabel há um bom tempo e nossa admiração por ela só cresce.
Acho que é um exemplo de amor à profissão.
Como outros médicos que trabalham no socorro a acidentados, ela convive com situações extremas, sem perder a humanidade e o desejo de salvar vidas.
Os bombeiros também estão de parabéns por mais um trabalho sério e bem realizado.

Quanto a nós, da imprensa, temos um desafio grande nesse tipo de cobertura.
Temos que registrar as melhores imagens, mas sem prejudicar o trabalho de quem presta o socorro.
Não tem cabimento sair empurrando o microfone no nariz dos acidentados para saber o que ocorreu.
Há momento certo para tudo.
Se uma das vítimas está em melhor estado, converse com ela.
Apure o máximo que puder. Se ela quiser gravar entrevista, ótimo.
Se não quiser, pelo menos temos as informações para a matéria.

Não acho justo atrapalhar o serviço dos socorristas.
Um minuto perdido pode fazer diferença entre a vida e a morte.
Para o pessoal da imagem é mais difícil.
O Robson tem que ficar de um lado para o outro da área de atendimento.
Ele registra cada detalhe, cada gesto, sem incomodar quem está em ação.
É complicado, mas possível.
Basta ter bom-senso e profissionalismo.