Por Michele Pacheco
Por volta de dez da manhã, a Polícia Federal de Juiz de Fora desencadeou a Operação Babilônia.
O nome é uma referência aos jardins suspensos.
A comparação é muito bem feita.
Afinal, na cobertura, no 11o andar do prédio, o morador transformou um quarto em estufa de maconha.
Os policiais encontraram 30 pés no local.
A polícia suspeita que a estufa estivesse funcionando há 6 meses.
Os pés de maconha, com cerca de 1 metro e 70 cm de altura, foram plantados há um mês.
Eles cresceram mais rápido do que o normal, pois eram bem adubados e contavam com iluminação especial, à vapor de sódio.
As luminárias foram colocadas em pontos estratégicos do quarto, presas por correntes a um suporte afixado no teto.
Havia também um sistema de ventilação improvisado com ventiladores e exaustores.
O tipo de maconha apreendido é conhecido como Skank.
As sementes são geneticamente modificadas em laboratório, para aumentar o potencial sobre o organismo humano.
Segundo os policiais federais, o efeito é bem mais forte do que o provocado pela maconha comum.
Em compensação, um quilo de skank custa o dobro do quilo da maconha tradicional.
Um DVD com o título "Tudo sobre plantação de maconha indoor (em espanhol)" foi apreendido, junto com quase 3 kg de droga pronta para a venda.
A Polícia Federal recebeu denúncias de que uma parcela da população de Juiz de Fora estava consumindo em larga escala o skank.
As investigações levaram ao eletricista de 33 anos que morava na cobertura com a mãe dele.
A mulher é doente e os policiais não acreditam que estivesse envolvida com a quadrilha de tráfico.
A maconha era cultivada, prensada e vendida na própria cobertura.
A alta rotatividade de pessoas estranhas no prédio chamou a atenção.
O morador da cobertura seria um dos integrantes de uma quadrilha que estaria agindo em Juiz de Fora.
Ele seria o responsável por cultivar a droga.
As folhas eram colhidas e colocadas dentro de um armário em outro quarto.
Lá, arejadas e longe da claridade excessiva, elas iam secando até o ponto de serem prensadas e vendidas.
O suspeito preso vai responder por cultivo e tráfico de maconha e pode pegar até 15 anos de prisão.
O delegado responsável pelas investigações pediu a perda do imóvel.
O motivo é que a cobertura era usada como um laboratório para pesquisa e como estufa de maconha.
Os policiais lembraram que plantação indoor de maconha está cada vez mais comum nos EUA.
Mas, nenhum deles já tinha visto algo parecido aqui no Brasil.
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