Dito e feito!
A festa planejada pela prefeitura em quatro pontos diferentes da cidade perdeu muito do brilho.
Na praça de Benfica, zona norte da cidade, estava tudo pronto para uma grande festa.
Mas, uma chuva intensa desanimou muita gente.
Quem resolveu arriscar, disputou espaço nas marquises e nos bares.
A festa planejada pela prefeitura em quatro pontos diferentes da cidade perdeu muito do brilho.
Na praça de Benfica, zona norte da cidade, estava tudo pronto para uma grande festa.
Mas, uma chuva intensa desanimou muita gente.
Quem resolveu arriscar, disputou espaço nas marquises e nos bares.
Todo mundo estava triste com a festa molhada, mas tentava manter o bom-humor.
Mas, à meia-noite, os dez minutos de fogos de artifício fizeram a galera esquecer o desconforto.
Mesmo no temporal, quem foi para a praça comemorou e dançou ao som de música eletrônica e forró.
Mesmo no temporal, quem foi para a praça comemorou e dançou ao som de música eletrônica e forró.
Acabamos a cobertura de Reveillon e já sonhávamos com um repouso, já que estávamos trabalhando desde as sete da manhã.
Mas, em plantão de fim de ano, descanso é um sonho!
Chegamos em casa, de olho no chuveiro e na cama, quando uma fonte ligou dizendo que um barranco tinha desabado no bairro Retiro e que havia três pessoas soterradas.
Quando se trata de solterrados, cada minuto faz diferença.
As equipes cavavam com pás para retirar a montanha de terra que desabou sobre um ponto de ônibus.
A informação de moradores era de que três pessoas que esperavam o coletivo tinham ficado soterradas.
A informação de moradores era de que três pessoas que esperavam o coletivo tinham ficado soterradas.
Com a máquina, o trabalho foi mais rápido.
Mesmo assim, três horas depois de começarem a busca, ainda havia muito material para ser removido.
Era preciso cuidado.
Se realmente houvesse alguém debaixo da terra, a escavadeira poderia causar ferimentos.
Por isso, a máquina tirava o volume maior e os bombeiros davam os retoques com pás.
Por sorte, nenhuma vítima foi encontrada.
Se realmente houvesse alguém debaixo da terra, a escavadeira poderia causar ferimentos.
Por isso, a máquina tirava o volume maior e os bombeiros davam os retoques com pás.
Por sorte, nenhuma vítima foi encontrada.
A BR 267 ficou interditada nos dois sentidos.
Quem queria voltar para casa nas cidades da região ficou preso numa longa fila de veículos.
Até quem mora nos bairros próximos não conseguiu passar.
Até quem mora nos bairros próximos não conseguiu passar.
Houve inundação em várias ruas.
Enquanto esperavam a água baixar, os viajantes aumentaram a multidão de curiosos que acompanhava o trabalho dos bombeiros.
Enquanto esperavam a água baixar, os viajantes aumentaram a multidão de curiosos que acompanhava o trabalho dos bombeiros.
As equipes se dividiram para atender a todas as ocorrências em andamento.
Por volta de quatro da manhã, chegou o chamado mais grave.
Por volta de quatro da manhã, chegou o chamado mais grave.
Foi no bairro Cesário Alvim.
Um barranco deslizou e carregou junto metade de uma casa de dois andares.
Um barranco deslizou e carregou junto metade de uma casa de dois andares.
Cinco pessoas da mesma fam ília estavam dormindo na hora da tragédia.
Eles precisavam ser rápidos, mas o gerador estava no suposto soterramento do bairro Retiro.
Com lanternas, a equipe que chegou primeiro escalou o paredão de entulho e destroços à procura de sobreviventes.
Emprestamos nosso iluminador portátil e duas baterias para ajudar na busca das vitimas.
Emprestamos nosso iluminador portátil e duas baterias para ajudar na busca das vitimas.
Um casal que dormia num quarto do segundo andar sobreviveu e foi retirado da casa pelos bombeiros.
A situação foi triste demais.
O sobrevivente é o nosso colega da imprensa, Trajano Andrade Neto, motorista do jornal Tribuna de Minas.
Ele estava desesperado e contou que a família inteira se reuniu para celebrar o Reveillon.
A festa acabou por volta de duas da madrugada.
Ficaram na casa: os pais dele, que moravam na parte de baixo, ele, a mulher e a sogra na parte de cima.
A festa acabou por volta de duas da madrugada.
Ficaram na casa: os pais dele, que moravam na parte de baixo, ele, a mulher e a sogra na parte de cima.
Às quatro da madrugada, Trajano acordou com um barulho estranho, foi até à sacada e descobriu que metade da casa tinha desaparecido.
Apavorado, ele começou a gritar por socorro.
Um militar vizinho saía para o trabalho, quando ouviu os gritos.
Ao chegar em frente à casa, levou um susto com o tamanho da destruição e chamou os bombeiros.
Ao chegar em frente à casa, levou um susto com o tamanho da destruição e chamou os bombeiros.
Quando chamam os bombeiros de guerreiros e heróis, é por um bom motivo.
Aqueles homens suados, cansados, imundos de terra e lama, cavaram sem parar de quatro da manhã até às seis, quando o primeiro corpo foi localizado.
Ruth Gonçalves de Oliveira, a sogra do Trajano, foi arrastada com cama e tudo.
As buscas foram retomadas.
Lá pelas nove horas, os bombeiros pareciam sombras humanas, movidas apenas pelo desejo de salvar aquelas pessoas.
Eles não prestavam mais atenção ao frio, às roupas encharcadas, aos braços e pernas dormentes de tanto cavar na mesma posição.
Qualquer descuido poderia colocar abaixo o que sobrou da casa e empurrar a terra para as casas da rua de baixo.
Além de se preocupar com a segurança dos companheiros, os bombeiros tinham que evitar que o grande número de curiosos invadisse a área isolada para tirar fotos.
O "turismo da tragédia" sempre me assusta.
Basta saber que alguém está sofrendo, para que algumas pessoas saiam de onde estiverem para ver de perto, fotografar e atrapalhar a vida de quem está lá trabalhando.
Tínhamos que levar o último material gravado para a TV e eu precisava estar na exibição do jornal, para não deixar o pessoal na mão no feriado.
À tarde, uma escavadeira foi usada para agilizar o serviço antes que voltasse a chover.
Um comentário:
Parabens pelo blog, ficou mto bom. E parabens aos bombeiros pelo trabalho!!!
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