Por volta de seis da tarde, quem passava pelo centro de Juiz de Fora não entendia por que o trânsito estava tão complicado.
O fluxo de veículos era desviado por agentes de trânsito para a Avenida dos Andradas e a Avenida Brasil.
Os ônibus não estavam parando em vários pontos da área central.
O Mergulhão, na Avenida Rio Branco, foi interditado nas três pistas.Olhando com mais atenção para o movimento de policiais e bombeiros, os curiosos começaram a entender o que estava ocorrendo.
Um suicida se sentiu no direito de prejudicar a cidade inteira.
Quem não tinha como passar se aglomerou por lá mesmo.Em torno da área isolada pelos policiais militares, uma multidão se formou.
A cada minuto que passava, mais gente aparecia querendo saber o que estava havendo.
O número de policiais e bombeiros chamava a atenção.
Eles se esforçavam para garantir um ambiente o mais tranquilo possível para negociar e salvar a vida do rapaz.
Equipes da 3a Companhia de Missões Especiais, da 30a Companhia e do 4a Batalhão de Bombeiros Militar se dividiam em pontos estratégicos do Mergulhão para acompanhar as ações do jovem.
Tentando ignorar os comentários dos curiosos e a impaciência de quem estava sendo prejudicao, os profissionais se concentraram em salvar aquela vida ameaçada.
Os jornalistas se espremiam entre os carros para não serem vistos pelo rapaz.
O engraçado é que o sujeito que se pendurou no Mergulhão ameaçando pular estava incomodado com a atenção que chamou.
Chegou a reclamar com os policiais que todo mundo estava olhando para ele.
Oras, se você transforma seus problemas pessoais em transtorno para uma cidade de 600 mil habitantes, deve saber que vai virar centro das atenções.
O pedreiro de 27 anos sentou num dos vãos da trincheira no início da noite.
Ele ameaçava se matar.
O detalhe interessante é que o vão tem apenas 4,5 metros.
O mais provável seria ele cair e fraturar as pernas, dando trabalho para a família dele, em vez de conseguir o objetivo de se matar.O rapaz estava inqueito.
Bombeiros e policiais tentavam acalmá-lo e convencê-lo de que valia a pena enfrentar os problemas de outra forma.
Bombeiros e policiais tentavam acalmá-lo e convencê-lo de que valia a pena enfrentar os problemas de outra forma.
Ele sentava, mudava de posição, conversava com os policiais, mudava de novo...
Um tenente da 3a CME ficou responsável pela negociação.
O pedreiro contou que estava separado da mulher há três meses, tem tido dificuldades para ver os filhos e ainda foi demitido.
Tudo isso levou a um quadro de desespero e ele decidiu se matar.E conseguiu!
Além dos policiais e bombeiros, quem ficava sabendo da tentativa de suicídio corria para o local com celulares e máquinas fotográficas.
Todo mundo em busca de um flagrante para mostrar à família e aos amigos.O rapaz queria ver os filhos.
Essa foi a condição que ele apresentou ao negociador.
Uma equipe do Gate, Grupo de Ações Táticas Especiais, foi à casa da ex-mulher do pedreiro.Ela não queria deixar de jeito nenhum os policiais levarem as crianças ao Mergulhão.
A mulher explicou que já tinha sido agredida pelo ex-marido e não arriscaria a vida das crianças.Depois de muita conversa, a ida dos filhos foi liberada.
Um grupo começou a gritar "Pula, pula" e teve que ser contido pelos policiais militares.
Como se já não bastasse a situação delicada dos negociadores, eles ainda tinham que lidar com a falta de bonsenso de algums pessoas que achavam divertido o drama que se desenrolava no Mergulhão.
Quando a PM liberou a passsagem de veículos num dos lados da avenida, um motorista parou e gritou para o jovem pular.
Claro que a Rio Branco foi fechada de novo!
Todo mundo ficou quieto, acompanhando.Assim que pisou no canteiro que fica no alto do Mergulhão, ele foi agarrado pelos pms e levado para um lugar seguro, na passagem de nível da linha férrea. Todo mundo ficou esperando para ver o que iria acontecer.
O objetivo era evitar que o rapaz se desesperasse de novo e voltasse à viga.
O rapaz foi mantido num canto da passagem, enquanto as crianças estavam do outro lado da linha férrea.
Um a um, os filhos foram levados até o pai.
Ele abraçou cada criança, conversou com elas e depois acompanhou o movimento dos policiais devolvendo as crianças à mãe.
Depois, ele desmaiou, foi socorrido pelos médicos do SAMU e encaminhado ao Hospital de Pronto Socorro.
Um a um, os filhos foram levados até o pai.
Ele abraçou cada criança, conversou com elas e depois acompanhou o movimento dos policiais devolvendo as crianças à mãe.
Depois, ele desmaiou, foi socorrido pelos médicos do SAMU e encaminhado ao Hospital de Pronto Socorro.
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