Por Michele Pacheco
Estávamos seguindo para uma pauta na zona norte da cidade
e decidimos passar pela BR 040, caminho mais tranquilo a partir do local da entrevista anterior.
No meio do trajeto, notamos um movimento estranho de policiais militares na área.
Paramos para ver o que acontecia e descobrimos que era o registro de um roubo.
Cinco adultos e duas crianças estavam numa casa na
Avenida Deusdedith Salgado, perto de várias concessionárias de automóveis.
Por volta de duas da tarde, quatro assaltantes apareceram, renderam todo mundo, agrediram as vítimas e roubaram ferramentas agrícolas e, pasmem, galinhas!
Depois de amedrontar a família, eles fugiram pelo morro por onde chegaram.
O que os bandidos não esperavam era que uma pessoa
de moto passando pelo local notou a movimentação e acelerou para procurar ajuda.
Num trevo próximo, os policiais militares da Companhia de Trânsito montavam uma blitz, segundo o sargento Edmilson Brugger.
Ao avistar os pms, a testemunha parou, alertou sobre o crime e ainda levou os policiais ao local.
Assim que viram a PM chegando, os ladrões mudaram a direção da fuga, se embrenhando numa mata.
Foi pedido reforço policial.
Equipes da Rotam, do Choque e da Companhia Aérea foram deslocados para o bairro Salvaterra e ajudaram na perseguição.
Do alto, os policiais do Pégasus tinham uma visão privilegiada da rota dos assaltantes e indicavam às equipes de terra onde procurar.
Duro foi o Robson equilibrar o peso da câmera
e se virar todo para garantir imagens fechadas do helicóptero sobrevoando o local onde nós estávamos.
Num matéria como essa, a adrenalina corre solta e a gente nem percebe o esforço que faz para acompanhar o ritmo dos policiais, correndo para cima e para baixo.
Claro que depois a gente sente cada músculo do corpo!
Muito bacana ver a empolgação dos policiais durante a captura.
Numa hora dessas, não existe divisão de áreas.
Rotam, Choque, Pégasus, Trânsito e 32a Companhia formavam um grupo único e eficiente.
O resultado foi a abordagem de 7 pessoas.
Elas estavam no alto do pasto que fica acima da mata.
Assim que o helicóptero fez uma manobra estratégica, os sujeitos ficaram à vista.
Os policiais que subiram e desceram barranco na perseguição estavam à postos para abordar os suspeitos.
Eles foram levados pelo pasto até a parte alta do bairro vizinho, onde as viaturas aguardavam para dar apoio.
Dos sete, três admitiram ter participado do roubo.
Um jovem de 18 anos, um adolescente de 16 e outro de 15.
O mais curioso foi ver o garoto de 15 anos chegando
com uma galinha e parando ao lado dos policiais.
Ele viu o movimento abaixo, notou os colegas presos e só então virou para um pm e disse que tinha ido até eles para devolver a galinha que tinha acabado de pegar na casa branca.
Enfim, o ladrão de galinha confesso foi aprendido com os colegas.
Um deles levou os policiais até à casa do quarto assaltante, de 16 anos.
Para completar o serviço bem-feito, os policiais apreenderam um punhal
e drogas na casa de um dos suspeitos e descobriram que um dos adolescentes de 16 anos já cumpriu medidas sócio-educativas no Rio de Janeiro por tráfico de drogas, trabalhava como operador de HT (rádio do tipo que a polícia usa) para uma facção criminosa e estava escondido em Minas depois de matar duas pessoas.
Todos foram levados para a delegacia, junto com as ferramentas recuperadas e a pobre da galinha roubada.
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