Por Michele Pacheco
Pela segunda vez nesta semana, a Polícia Civil deu buscas numa mata de eucaliptos entre os bairros Linhares e Vila Alpina.
A procura pelo corpo da catadora de papel de 33 anos que desapareceu em março está sendo feito no local a partir de informações de um dos suspeitos de matar a mulher.
Segundo a família, a vítima era dependente química e costumava subir a mata numa encosta íngreme para fumar crack.
A investigação é da Delegacia de Mulheres.
A delegada Dolores Tambasco ouviu os dois homens suspeitos de matar a Flávia Renata Miranda Reis.
Um deles está em silêncio por orientação do advogado.
O outro contou que foi à mata com a Flávia e um ex-amante dela, conhecido como Orelha, para usar droga.
Segundo os investigadores, ele confessou ter segurado a catadora para que fosse espancada até a morte.
Os policiais civis tiveram o apoio dos bombeiros para procurar o corpo.
Uma equipe foi ao local com pás e enxadas para cavar no ponto onde o suspeito disse que o assassino jogou a vítima já morta.
É bem num grotão, debaixo de uma saibreira.
O duro foi chegar até lá.
O Marco Fagundes foi na frente, acompanhando o trabalho da polícia.
Eu tinha sinceras esperanças de não precisar subir, já que estava de salto alto.
Minhas pautas eram todas produzidas nesse dia e não previ que poderia ter que escalar morro e enfrentar floresta.
Um erro grave para qualquer repórter!
A trilha estreita só dá passagem a uma pessoa por vez.
Como o suspeito afirmou que o corpo estava lá, o Fagundes me avisou e lá fui eu barranco acima.
Até que me saí bem e não caí nem escorreguei.
Também, com os policiais em pontos estratégicos da subida, a última coisa de que eu precisava era ser flagrada esborrachando morro abaixo.
O calor era intenso.
Na saibreira, encontrei os policiais civis, os bombeiros e o Fagundes.
Comigo subiu a equipe da Tribuna de Minas, Olavo Prazeres e Fernanda Sanglard.
Lá em cima, o Fagundes e o Olavo se revesavam no espaço estreito para registrar o trabalho dos bombeiros.
Qualquer passo em falso e as buscas teriam outra finalidade: resgatar jornalistas no barranco.
Aos poucos, equipes das outras empresas foram chegando.
A Cláudia e o José Marcos, da TV Panorama, entraram no rodízio perto do local da escavação.
Como na rua todo mundo está no mesmo barco, quando um gravava, o outro se espremia nas laterais do saibro para não aparecer e vice-versa.
Marcelo, Rodrigo e Walcy (cobrindo férias do Antônio Pedro), da Record Minas, completaram o grupo.
Eu e o Fagundes ficamos quase cinco horas pendurados por lá.
Depois, voltamos para a redação.
Hoje, retomamos o caso que a TV Alterosa vem acompanhando desde março, quando a família da catadora pediu ajuda pela primeira vez.
A mãe e uma das irmãs da vítima foram ouvidas.
Como a Dona Maria Aparecida é cega, coube à Kely identificar os dois suspeitos e ainda apontar um terceiro homem que tinha contato com a Flávia e pode estar relacionado ao desaparecimento dela.
Os policiais civis e bombeiros voltaram ao local e passaram o dia na escavação.
Mas, nada de sinal da catadora desaparecida.
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