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Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Cães farejadores combatem traficantes ousados em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco 

Essa foi novidade para mim.
A gente pensa que os traficantes evitam lugares públicos para guardar drogas, mas não é bem assim.
Quem frequenta a Praça Antônio Carlos, no centro de Juiz de Fora já se acostumou a sentir cheiro de maconha no ar a qualquer hora do dia e da noite.
Por isso, a PM tem reforçado o patrulhamento e as abordagens no local.

Ontem à noite, os policiais da 30a Cia. pediram apoio ao canil da PM, para apurar uma denúncia de tráfico e consumo de entorpecentes..
A equipe de plantão deslocou para a praça com o cão da raça labrador.
O animal descobriu o que passava despercebido ao olhar humano.
Os traficantes são tão ousados que esconderam os tabletes de maconha em buracos entre a grama do canteiro e o banco de cimento que fica nas bordas dele.

Se eu não tivesse visto o vídeo feito pelos policiais, nunca teria desconfiado do pessoal que passa horas sentado no banco do canteiro da praça.
Depois de saber do flagrante do canil, fui olhar de perto e notei que há vários buracos parecidos.
Eles são difíceis de notar, porque ficam camuflados pela vegetação.
Os criminosos conseguiram enganar nossos olhares, mas não escaparam do faro dos cães.

Hoje, o canil da PM de Juiz de Fora tem três cães farejadores e um filhote sendo treinado para farejar drogas.
Para os animais, o treino é uma brincadeira.
Eles têm o instinto de caça estimulado com brinquedos e ordens para buscar.
Com o tempo, o objeto escolhido passa a ter cheiro de droga.
Assim, durante a operação de busca, o condutor do cão incentiva o bichinho a procurar o brinquedo dele.
Quando sente o cheiro da droga, ele dá o alarme, imaginando ter conseguido terminar a diversão.

E eles podem treinar bastante, se depender dos traficantes que frequentam a Praça Antônio Carlos.
Enquanto eu e o Robson estávamos lá gravando a passagem e fazendo imagens, vários estudantes saíram apressados do ponto onde havia um cheiro forte de maconha.
Um homem me viu com o microfone e correu para a base da pilastra de sustentação do coreto.
Ele agachou e escondeu alguma coisa num cano.

Depois que nos viu indo para o lado oposto, correu lá, quebrou o cano e tirou algo parecido com uma bucha de maconha.
Ele saiu rindo e fazendo sinais para a câmera.
Depois da ocorrência policial, vai ser difícil passar pela praça Antônio Carlos sem imaginar quanto de droga pode estar escondido em cada ponto da área ampla.
Para os policiais humanos, fica praticamente impossível vasculhar cada provável esconderijo.
Aí entra o trabalho que o canil desempenha com louvor.

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