Por Michele Pacheco
Hoje, ficamos surpresos com uma cena lamentável.
A gente passava pelo bairro Nossa Senhora das Graças, quando duas viaturas da PM e muitas pessoas na calçada chamaram a nossa atenção.
Paramos para saber o que estava havendo e descobrimos uma idosa de 78 anos chorando.
Ela contou que é espancada com frequência pelo companheiro dentro de casa.
Ela mostrou marcas nas pernas e um ferimento na cabeça.
Disse que apanha muito e que ele fica com toda a pensão que ela recebe.
Perguntei se não pediu ajuda aos parentes e ela respondeu que não tem ninguém a quem pedir socorro.
Os vizinhos estavam revoltados e contaram que todo dia ouvem a mulher pedindo socorro.
Os sons de violência doméstica incomodam há algum tempo.
Eles já chamaram a PM antes, mas a mulher não chegou a prestar queixa, com medo do agressor.
Uma vizinha disse que ele usa pedaços de pau e outros objetos para bater e não deixa ninguém entrar para ajudar a vítima.
Uma sobrinha disse que não aguenta mais essa situação e chamou a PM de novo.
Dessa vez, eles conseguiram tirar a idosa da casa e encaminhar ao hospital para ser atendida e examinada.
A casa é dela e, segundo a mulher, o companheiro se recusa a sair.
Os parentes dele já entraram com pedido na prefeitura para que uma assistente social avalie o caso e encaminhe os dois para um asilo, já que não têm condições de se cuidar sozinhos.
Depois de gravar com a vítima e as testemunhas, entramos no beco à procura do suspeito.
Ele vinha saindo acompanhado pelos policiais.
Parou e gravou com a nossa equipe.
Negou as agressões, disse que a mulher tem problemas mentais e que ele apenas cuida dela.
Perguntei sobre os hematomas e as cicatrizes e ele disse que são das quedas frequentes dela em casa.
Sinceramente é difícil avaliar uma situação como esta.
Os dois pareceram convincentes.
Mas, alguma coisa na reação do idoso de 85 anos me pareceu teatral demais.
As lágrimas não me convenceram.
Não quero ser injusta, afinal ele pode estar falando a verdade, mas tantas pessoas não inventariam a mesma mentira.
Espero que as autoridades acompanhem esse caso, antes que algo mais grave aconteça.
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