Vai ser muito estranho passar pelo Santa Cruz Shopping no período de Natal e não ouvir as risadas alegres das crianças e do Papai Noel mais carismático de Juiz de Fora.
O velhinho e barba branca e roupa vermelha que conquistava adultos e crianças não era o único personagem marcante na vida do ator Robson Terra.
Eu me arrisco a dizer que o melhor papel que ele já interpretou foi o dele mesmo.
Veio ao mundo com uma energia surpreendente, dizendo que foi avisado por uma cigana que veio para abrir portas.
E não perdeu tempo.
Professor dedicado, ator competente, guerreiro na luta pela cultura.
Nunca vou esquecer uma pauta que recebi no dia de Santo Antônio.
Nosso objetivo era levar um ator vestido como o santo até uma comunidade carente para distribuir pães.
Tivemos uma grata surpresa ao descobrir que nosso personagem era o Robson.
O segredo não estava nas roupas e nos acessórios, estava no coração.
Ele acreditava realmente que era possível fazer diferença na vida daquelas pessoas.
Distribuiu pães com uma boa dose de carinho e de humanidade.
Os moradores acostumados à discriminação pareciam não acreditar naquela figura inusitada.
Foi uma das melhores matérias que já fiz.
Saí de lá com o coração leve e cheio de admiração pelo Robson.
Nós nos encontramos em muitas outras ocasiões desde então e a amizade só cresceu.
Onde o ator/professor/jornalista/ativista... colocava o dedo, era sinal de sucesso.
Conseguiu mobilizar nossa classe desunida num grupo no facebook, que está bombando.
No "Sites Interessantes para jornalistas", ele tinha participação assídua e estava presente quando passou mal.
O homem simples, de feitos grandes foi embora.
Mas, deixou muito para trás.
Conseguiu eternizar suas lembranças.
Cada um de nós que teve o privilégio de conviver com o Robson Terra nesse momento de dor e luto está revendo essas preciosidades que o tempo nunca vai apagar.
Um comentário:
[Excelente, amigos Robson e Michele!]
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