Por Michele Pacheco
Uma família assustada e sofrendo muito.
Foi o que encontramos no bairro Benfica.
E não é para menos!
Impossível a gente que tem filho não se colocar no lugar daquela mãe.
Ela só vai ter os resultados dos exames dentro de uns 15 dias.
Ela chegou a ser agressiva com a nossa equipe no início, se negando até mesmo a conversar sobre o assunto.
Claro que respeitamos o direito dela.
Num momento de sofrimento, não dá para querer que alguém tenha tranquilidade para gravar entrevista.
Eu e o Robson temos por hábito conversar primeiro com os possíveis entrevistados e entender a versão deles.
Nem sempre isso é possível.
Desta vez foi.
Gravamos com uma mulher que contou ser tia do bebê de dois anos que morreu na última sexta-feira com sintomas parecidos com os da febre maculosa.
A suspeita foi reforçada por que 15 dias antes um primo dele, de 40 anos, morreu com sintomas percidos.
Segundo a tia, o homem voltou de uma pescaria cheio de carrapatos, parou na entrada da vila onde estão várias casas da mesma família e começou a tirar os parasitas e jogar no chão.
Em alguns momentos, ele estava com o priminho no colo.
Pouco tempo depois, o homem foi internado e em seguida o menino.
Vendo a gravação, a mãe decidiu gravar também, para esclarecer de uma vez por todas que não havia confirmação e acabar com versões distorcidas que, segundo ela, andam sendo divulgadas.
A mãe contou que os sintomas do filho eram parecidos com os de várias outras doenças.
Ele tinha febre alta e estava sem energia.
No hospital, a primeira suspeita foi de faringite ou laringite.
Como a febre não baixava e havia o histórico do primo, a criança foi internada e não resistiu.
Fizemos o registro para Juiz de Fora e recebi uma ligação da equipe do SBT de São Paulo.
Eles queriam uma versão para a rede.
Eu e o Robson fomos à procura de mais informações e imagens.
A editora de São Paulo levantou dados interessantes: MG é o terceiro estado com maior número de casos de febre maculosa, ficando atrás apenas de Santa Catarina e São Paulo.
Além disso, dados do Ministério da Saúde apontam que em média 18 pessoas morrem por ano com essa doença transmitida pelo carrapato estrela.
Como alerta, vale lembrar que quem estiver em locais infestados por carrapatos deve fazer a "cata" o mais rápido possível.
Especialistas sugerem usar uma fita adesiva larga e ir colando e tirando da roupa e dos calçados.
Além disso, olhar pelo corpo e evitar a permanência dos carrapatos por mais de 3 horas.
É o tempo necessário para o parasita transmitir a doença.
Febre alta, dor pelo corpo e na cabeça e falta de apetite são alguns dos sintomas que exigem atenção.
Se você sentir alguns deles e tiver histórico de contato recente com carrapatos, é importante informar isso ao médico.
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