Por Michele Pacheco
O Tupi enfrentou em casa o Social, de Coronel Fabriciano. O galo carijó começou a partida dando sufoco ao adversário do Vale do Aço. Bola na trave, bola rente ao travessão, cabeçada que não entrou por pouco... foi um festival de boas jogadas desperdiçadas. Mas, o Tupi desanimou e Gilvan não perdoou! Ele aproveitou a desatenção da defesa carijó, aos 46 minutos, e marcou, depois de uma cobrança de escanteio. No segundo tempo, Luciano empatou aos 14 minutos. O torcedor emendou um grito de alegria com outro, já que, menos de um minuto depois, Hugo aproveitou que o goleiro Ronaldo estava adiantado e chutou forte, marcando por cobertura. Mas, o Social estragou a festa carijó. Mais uma vez Gilvan! Ele entrou pela esquerda, trocou de perna, rolou a bola para esquerda, direita e esquerda de novo e mandou com vontade no fundo na rede. Fim de jogo, Tupi 2 x 2 Social.
Enquanto o torcedor acompanhava tudo isso, os jornalistas se desdobravam para escapar do temporal que começou no início da partida, deu uma trégua no primeiro tempo, voltou no início do segundo e ficou mais forte no fim do jogo. A gente se deu bem, já que estava só com uma equipe e teve que ficar na cabine. Mas, na saída ficamos presos na área das cabines, pois a tempestade piorou e nosso carro estava longe.
O Thiago, estagiário da técnica da TV Alterosa de Juiz de Fora estava conosco. Ele está aprendendo câmera e aproveitou o jogo para treinar. Fez todas as imagens da preliminar, entre dois times femininos para marcar o mês da mulher. Foi uma partida entre Benfica e Seleção Juizforna. O Benfica venceu por 3 a 2. O Thiago ficou cheio de pose para a foto!
Como já fazia tempo que eu não praticava alguma gafe, aproveitei para tirar o atraso! Detesto cobrir jogo ouvindo rádio. Em muitos casos, é difícil acreditar que o que está sendo narrado é o mesmo que estamos vendo! Mas, o Robson adora ouvir as transmissões da equipe do Ricardo Wagner e do Ivan Costa, da Rádio Globo, e acabei me acostumando a ouvir também. Para adiantar o meu serviço, evitando ter que ir às cabines de rádio confirmar nome de jogador que fez gol e o tempo da marcação, resolvi fazer o jogo de hoje ouvindo rádio.
O Robson ficou todo feliz, pegou o radinho que me deu de presente há algum tempo, colocou pilha e me entregou. Na hora da partida, eu estava sossegada ouvindo o Ivan, quando começou uma música religiosa. Achei estranho. Pouco depois, o Ricardo Wagner fez um comentário seguido pela lista de celebrações religiosas da semana. Arregalei os olhos! Aquilo não era normal! Passei para o Robson, ele ouviu a descrição de uma jogada e me chamou de doida, dizendo que não tinha nada de errado. Coloquei o fone no ouvido e... mais religião. Ficamos nessa: eu ouvia religião, passava para o Robson que ouvia futebol, e devolvia para eu ouvir religião! Até que as orações venceram e o futebol se foi de vez.
Achando que alguma rádio pirata tinha invadido a área, corri à cabine da Rádio Globo e avisei ao Ricardo. Ele achou estranho, pois estava ouvindo muito bem a transmissão.
Depois de alguns minutos, ele chegou na nossa cabine com um sorriso de deboche no rosto e me entregou um rádio maior e potente. Muito gentil, como sempre, ele me explicou que não havia nenhuma rádio pirata, mas que o aparelho que eu estava usando é que era muito ruim! Agradeci e olhei para o Robson, que fingiu que não ouviu. Afinal, foi ele que me deu o presente de grego que me fez pagar o primeiro mico do ano! Apesar disso, vou guardar meu radinho com carinho, como faço com todos os presentes que ele já me deu.
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