Por Robson Rocha
Tem dias que parecem tranqüilos e depois...
Hoje foi um dia desses.
A primeira pauta era sobre os novos pecados. Matéria em que eu precisava apenas fazer povo-fala, imagens e sonora com Monsenhor Falabela, pois o restante seria do arquivo. Melzinho na chupeta! Mas aí a coisa começou a mudar, por volta de 8 e meia, ligaram avisando de uma ameaça de bomba na Faculdade de Odontologia, no campus da UFJF. Corremos pra lá, mas não havia nada no local. Meu dia de sorte!
Seguimos com nosso cronograma e fomos pegar as ocorrências da PM. Não havia nenhum destaque. Oh, sorte!
Então fomos para a próxima pauta que era a assembléia dos rodoviários. Eles estão em negociação e não aceitaram a proposta patronal. Eles querem 9,7% de reajuste e os empresários ofereceram 4,6%.
Quando chegamos, disse à Michele: não disse que hoje é meu dia de sorte!?
Isso, porque consegui uma vaga na porta de onde seria a assembléia. Em geral ficamos dando voltas até conseguir uma vaga.
Mas, acho que falei cedo demais. A reunião aconteceu no terraço, no terceiro andar.
Tive que subir uma escadaria com a câmera no ombro, que me fez sentir um pagador de promessas.
Na área não corria ar e era coberta com telhas de zinco. O calor era alguma coisa infernal e pra piorar a situação aquele monte de homens reunidos.
Lembrei dos pecados capitais, da bomba na UFJF, que sou um cara de sorte e a coisa ia melhorar.
O pessoal do sindicato afirmou: a reunião é rápida!
E eu acreditei: é minha sorte falando mais alto!
De repente, os caras começaram a discutir e mais um pouquinho o pau ia comer. Tive que sair para o outro lado, o único vazio, mas justamente onde o sol batia.
Com o calor, o sol e discussões por tantos motivos, que eu já não sabia o que eu estava fazendo ali. Gravamos as entrevistas e fomos para emissora onde teria entradas ao vivo com o grupo argentino de tango que apresenta hoje no Cine Teatro Central o espetáculo “Uma noite em Buenos Aires”.
Ao vivo, tranqüilo, nada de esforço, nem calor. Tudo rolou na mais perfeita ordem. Porém, na hora de ir embora, um dos hermanos se despediu de mim com um beijo no rosto.
Não tenho nenhum tipo de preconceito quanto a isso, sei que é tradição em todos os países de colonização espanhola, mas a galera da técnica não perdoou e caí na boca do povo da TV.
No restante da semana vou pagar meus pecados, pois pra galera foi uma bomba e não vai haver negociação e o hermano me fez a notícia da semana na tv. Oh, sorte!?
Nenhum comentário:
Postar um comentário