Por Michele Pacheco
Depois de ser solto e retornar a Juiz de Fora na última terça-feira, o prefeito Alberto Bejani voltou ao trabalho. Ele enviou ofício à Câmara Municipal ontem à tarde, comunicando o cancelamento das férias que tinha pedido e avisando do retorno ao cargo. Hoje, por volta de onze e meia da manhã, o prefeito de Juiz de Fora voltou à prefeitura e foi recebido por uma multidão de 500 assessores, políticos, servidores municipais e eleitores. Todos disputando espaço para dar um abraço e demonstrar apoio.
Bejani chegou com a mulher, Vanessa Loçasso Bejani. No caminho, ele recebeu um cumprimento afetuoso do vice-prefeito José Eduardo Araújo. No gabinete, o prefeito chamou um a um todos os aliados que estavam presentes para uma conversa. Depois de uma reunião com os secretários, ele conversou com exclusividade com a nossa equipe.
Logo que entramos, Bejani deixou claro que estava disposto a responder a qualquer pergunta. Ele comentou o trabalho da imprensa no caso, dizendo que ficou surpreso com o fato da prisão dele ter tido de todas as empresas mais divulgação do que a prisão dos outros prefeitos e do juiz detidos na Operação Pasárgada, da Polícia Federal.
Sobre as denúncias de fraude no repasse de verbas do Fundo de Participação dos Municípios (pela denúncia da Polícia Federal, os prefeitos detidos pagavam um advogado e lobista para negociar sentenças favoráveis para a liberação do recurso a municípios com irregularidades, em especial dívidas com o INSS, o que seria o caso de Juiz de Fora), Bejani negou qualquer envolvimento e disse que a cidade recebeu os recursos porque a dívida com o INSS desde a administração anterior está sendo paga. Ele foi duro ao criticar o INSS, afirmando que o órgão sim é que deveria ser investigado, já que reteve de forma irregular o dinheiro dos municípios. Segundo Bejani, o INSS deveria descontar 6% das prefeituras, mas estaria há alguns anos trabalhando com descontos de 9%, o que significa que as cidades deveriam ter reembolso dessa diferença e não tiveram. Ele desafiou os responsáveis pelo INSS a provar que há irregularidades.
Sobre as armas encontradas na casa dele, o prefeito voltou a afirmar que a pistola 9mm apreendida não é de uso exclusivo das forças de segurança. Ele reforçou o depoimento exclusivo do ex-policial civil, e agora empresário, Mauro Fusco ao Jornal da Alterosa.
Fusco disse que a arma foi adquirida por ele em 97, como presente de um amigo, e já saiu da loja no centro de Belo Horizonte com nota fiscal e registro no nome do então inspetor da Polícia Civil. A pistola seria uma 9mm short, ou seja 9mm curta, com munição menor e menos potente do que a usada pelas forças armadas e por alguns policiais. Bejani lembrou que ficou preso na Penitenciária Nélson Hungria, de segurança máxima, por 11 dias a mais que os outros detidos. O motivo seria a posse ilegal de arma de uso restrito. Argumento que foi derrubado pelos desembargadores do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. O prefeito contou que a apreensão foi ilegal e um dos desembargadores chegou a sugerir que as armas fossem devolvidas.
A imagem do dinheiro encontrado na casa do prefeito de Juiz de Fora, um milhão 120 mil reais, chocou muita gente. Perguntamos se poderia explicar a origem daquele dinheiro. Ele disse que só não tinha levado os documentos para a entrevista, porque os advogados dele pediram que esperasse até a próxima semana. Mas, afirmou que vai divulgar logo esses documentos. Ele pretende conversar com o governador Aécio Neves sobre o que viu e viveu na penitenciária, em Contagem. Um dos pontos que chamaram a atenção dele foi a situação dos agentes penitenciários, que não têm nenhuma garantia de que vão voltar ao trabalho no dia seguinte, que estão em contato constante com integrantes de facções perigosas, como o PCC, sem ter como se defender das ameaças. As condições dos presos também chocaram Bejani, que afirmou que, daquela forma, ninguém sai recuperado.
Sobre o futuro político, Bejani disse que está mais preocupado agora em cumprir o mandato até o fim, que não está pensando ainda na eleição deste ano e que não sabe se vai continuar na vida política. Para ele, o mais importante neste momento é rebater todas as denúncias e provar que é inocente. A entrevista está sendo exibida pelos jornais da TV Alterosa. Ela já foi ao ar hoje, no Jornal da Alterosa 2ª Edição e deve ser repetida nos telejornais dessa sexta-feira. Quem não puder assistir, pode ver o material mais tarde no site da TV Alterosa, http://www.alterosa.com.br/ A partir de amanhã à tarde, a entrevista vai estar também no site de Juiz de Fora www.alterosa.com.br/jf
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