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Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Fuzileiros navais marcham para Brasília

Por Michele Pacheco

O CFN, Corpo de Fuzileiros Navais, está completando 200 anos. Ele teve origem na Brigada Real da Marinha, criada em Portugal por
D. Maria I, em 1797.

Foi essa Brigada que garantiu a segurança da Família Real e da Corte Portuguesa na vinda para o Brasil, em 1808. Depois que D. João VI voltou para a Europa, um batalhão da Brigada Real permaneceu no Rio de Janeiro, dando início à tradição dos soldados-marinheiros no país. Hoje, existem em torno de 15 mil fuzileiros no país.

Para comemorar o bicentenário, um grupo deixou o Rio de Janeiro no último sábado e marcha em direção a Brasília. A expectativa de chegada na capital federal é no dia 19 de abril. Esse mesmo trajeto foi percorrido a pé pelos fuzileiros em 1960. Eles saíram do Rio e participaram do desfile militar na inauguração de Brasília. Desta vez, 220 militares participam. 166 deles são da equipe de apoio, providenciando alimentação, atendimento médico e acomodações pelo caminho.

Cobrimos a passagem da marcha por Juiz de Fora. Enquanto o Robson fazia imagens, aproveitei para garantir fotos para o nosso blog. O problema é que eu como fotógrafa sou uma ótima repórter! Ou seja, penei para conseguir um ângulo legal sem prejudicar o Robson e os fuzileiros que estavam registrando tudo para o CFN. O grupo usava um uniforme escuro, que virou camuflagem no asfalto no fim de tarde. Resultado, só consegui salvar as que foram tiradas mais de perto.

Estava toda empolgada, achando que tinha conseguido uma foto boa, mostrando o grupo, o Robson e os fuzileiros de apoio. Mas, quando fui rever, notei que tinha algo mais claro se destacando no todo escuro. Puxei o zoom e descobri o que era. Não sabia se ria ou chorava! Como toda esposa chata, já pedi a ele que tome cuidado com algumas camisas mais curtas, que sobem quando se abaixa para fazer imagens. E foi o que aconteceu! Empolgado, ele pôs a câmera para um lado, virou para o outro, abaixou e...mostrou o cofrinho! Só que no entardecer, com tudo mais escuro na foto, a marquinha da sunga branca virou um holofote na imagem.
Para quem vive se gabando de registrar todos os cofrinhos por onde anda, dessa vez ele deu mole!
Mas, para preservar o orgulho ferido do meu querido maridinho, a foto foi devidamente censurada.

Voltando ao que interessa. O grupo mantém o ritmo da caminhada. Os militares estão percorrendo em média 55km por dia, levando um fuzil que pesa 4kg e um bornal de 2kg. Claro que esse peso é quando saem de madrugada para começar a marcha. Porque, no fim de cada trajeto, o equipamento deve pesar o dobro! Apesar do cansaço, é legal ver a determinação no rosto de cada fuzileiro. Eles superam as dores, o calor e as bolhas com a disposiçao de quem sabe que está entrando para a história. Alguns driblam a vontade de descansar conversando, rindo ou mesmo lendo um livro.

Eles dormem hoje em Barbacena e amanhã seguem viagem.
Além da marcha, os fuzileiros têm feito uma série de apresentações e trabalhos sociais nas cidades por onde passam.
Em Juiz de Fora, eles trabalharam numa escola pública junto aos alunos.

Além disso, hoje a Banda Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais se apresentou no Cine Teatro Central.
Pena que estávamos trabalhando e não deu para ir.

Um comentário:

Anônimo disse...

Michele PACHECO,
FIQUEI MUITO FELIZ COM SUA REPORTAGEM. TENHO UMA FILHA NA MARCHA E ESTÁ DIFÍCIL ASSISTIR UMA REPORTAGEM SOBRE ESTE ACONTECIMENTO, POIS ME PARECE QUE "OUTROS" NÃO ESTÁO MUITO INTERESSADOS. MUITO OBRIGADA E QUE DEUS A ABENÇOE HOJE E SEMPRE.