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Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Carrapatos e protestos

Por Robson Rocha

Nessa quarta-feira, começamos o dia de gravações com uma matéria para a semana que vem.
Fiz minhas imagens e tive que ficar esperando, pois a Michele estava fazendo a matéria para a tv e para o Guia de Negócios, do Jornal Estado de Minas.
Depois de mais de duas horas, minha região glútea já estava quadrada!
Na Avenida Independência, uma cena do velho oeste.
Em pleno centro de Juiz de Fora, um cavalo amarrado a uma árvore

Dali, seguimos para o bairro Monte Castelo, onde o pessoal do Departamento de Vigilância Epidemiológica da prefeitura estaria aplicando carrapaticida em cavalos, mulas e afins usados por carroceiros.
O trabalho faz parte do combate à febre maculosa, que é transmitida pelo carrapato.

Muitos dos casos registrados em Juiz de Fora são de pessoas que tiveram contato com eqüinos ou moravam perto de onde havia carroças de tração animal.
Por isso, no ano passado, foi feito um cadastro dos carroceiros em Juiz de Fora.

Entre cadastradas e não cadastradas, estima-se que circulem pelas ruas de Juiz de Fora mais de 90 carroças.
A aplicação havia começado na Benjamim Constant, perto da linha férrea no centro da cidade, onde fica o maior ponto de carroceiros de Juiz de Fora.

No Monte Castelo, os animais custaram para ser levados e ficamos mais uma vez aguardando. Eu morrendo de frio, pois o tempo estava quente e fui trabalhar com uma camisa fininha. Mas, o clima mudou. O vento frio doía e eu já imaginava o resfriado que pegaria.
Depois de um tempo, três animais foram levados. Mas, sem os donos, ninguém tinha coragem de pegá-los.
Fiz algumas imagens, gravamos entrevista e passagem.
E por fim, um garoto laçou o primeiro animal e foi aplicado o carrapaticida.
Logo depois, chegou um carroceiro e o estado, digamos etílico, dele não era bom.
Ele estava completamente embriagado e, segundo o veterinário, esse é um dos maiores problemas desses trabalhadores. A grande maioria sofre de alcoolismo.
Depois de aplicações em alguns animais fomos embora. No carro, senti alguma coisa me andando. Quando paramos no sinal, levantei a perna da calça e encontrei um carrapato estrela, de primeira grandeza.
O tirei da minha perna e a Michele deu fim nele pra mim.

Segui pra TV e deixei a Michele fechando o texto do Guia, que tinha que ser enviado para Belo Horizonte, e fui gravar a manifestação “Fora Bejani” na porta da Câmara Municipal.
Cheguei lá e me lembrei que segundo o Luiz Carlos Duarte, repórter fotográfico do Jornal Panorama, as quartas-feiras, desde o mês de abril, viraram sinônimo de reunião da imprensa de Juiz de Fora.

E lá estavam três repórteres fotográficos trocando figurinhas. Fernando Priamo, da Tribuna de Minas, Luiz Carlos Duarte, do Jornal Panorama e Carlos Mendonça do jornal O Tempo.
Depois de fazer imagens, ficamos aguardando o que os manifestantes iriam fazer. Segundo a Polícia Militar eram cerca de 80 manifestantes, que dessa vez não saíram em passeata.

Sindicalistas e representantes estudantis protestaram com faixas e fizeram discursos em frente à escadaria da Câmara.
Quando a manifestação acabou, alguns vereadores começaram a deixar a sede do legislativo municipal.

Depois que sai do trabalho, fui a um boteco tomar uma cerveja e encontrei uma fonte que me contou uma coisa, no mínimo, interessante.
Ela me disse que no dia da prisão do prefeito de Juiz de Fora, o combustível das viaturas teria sido pago pela Prefeitura de Juiz de Fora. De lá pra cá, as viaturas só participaram de uma operação, pois a Prefeitura não estaria mais abastecendo os carros da Polícia Federal.
Será?

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