Por Michele Pacheco
Estávamos no depósito da prefeitura fazendo imagens dos lotes de remédios vencidos que foram vistoriados ontem à tarde pela polícia federal, quando um funcionário disse que tinha visto um incêndio na rua Espírito Santo.
Terminamos as imagens dos medicamentos, que venceram em vez de ser distribuídos à população e geraram um investigação sobre os responsáveis pelo desperdício, e fomos para o centro da cidade.
O apartamento que pegou fogo fica na rua Espírito Santo, quase esquina com Avenida Independência, num dos cruzamentos mais movimentados da cidade.
A cobertura é dividida em duas partes: um terraço em cima e vários cômodos embaixo.
Foi num desses cômodos que as chamas começaram.
Enquanto o Robson registrava o trabalho dos bombeiros, corri dois quarteirões para entregar a fita com as imagens dos remédios e voltei ao local do acidente.
A rua estava com o trânsito interditado, o que gerou confusão no trafégo na área, em pleno horário de pico.
Segundo testemunhas, o fogo começou por volta de onze da manhã.
No apartamento, no último andar do prédio, havia muita fumaça.
Do alto, mal dava ver os bombeiros trabalhando do lado de dentro.
Conseguimos subir num estacionamento que fica em frente, para fazer imagens no mesmo nível do cômodo incendiado.
O Robson teve que se esquivar dos jatos de água que eram jogados pelos bombeiros de dentro para fora.
Eram tão fortes que cruzavam a rua e chegavam no estacionamento.
Mesmo assim, a fumaça custou para diminuir.
Na rua, os bombeiros isolaram a área junto a Polícia Militar, para impedir que os curiosos corressem perigo.
Foram necessários muitos jatos de água também de cima para baixo.
Ao todo foram onze mil litros gastos.
Por medida de segurança, a energia elétrica foi suspensa pela Cemig na área próxima.
Quem trabalha ou mora por perto correu para ver o que tinha acontecido.
De longe dava para ver a fumaça saindo da janela do apartamento.
Segundo o médico do SAMU, Paulo Valle, havia uma moradora no imóvel quando o incêndio começou.
Ela tentou apagar as chamas com um extintor, mas não conseguiu.
Os bombeiros e a equipe do SAMU chegaram rápido e ela foi retirada do prédio.
Mas, tentou voltar para salvar o cãozinho de estimação que tinha ficado para trás.
Como havia fogo e muito perigo, ela foi impedida de subir.
O médico contou que a mulher teve queimaduras de primeiro grau no rosto, arranhões nos braços e estava abalada.
Ela disse que o fogo começou num curto circuito.
O Robson subiu junto com os bombeiros e registrou imagens do apartamento com as paredes e os móveis chamuscados.
O Tenente Demétrius Goulart, dos Bombeiros, disse que a cena que encontraram foi de muito fogo nos dois cômodos da frente do apartamento.
"Parecia um depósito, com grande quantidade de roupas e papéis.
Isso fez o fogo se alastrar rápido e impediu que a moradora conseguisse conter as primeiras labaredas" explicou o tenente.
Olhando de fora, dava para notar as pastilhas da fachada queimadas e o mármore do parapeito quebrado.
Mesmo pensando em informações e imagens, a gente da imprensa não se acostuma nunca com situações desse tipo.
Entre um registro e outro, todo mundo pára para olhar a fumaça e a habilidade dos bombeiros.
Na era do celular com câmera, ninguém perde tempo.
Muita gente nos parou para oferecer imagens do momento em que o fogo começou, antes dos bombeiros chegarem.
Gravamos entrevista com dois "cinegrafistas amadores" e eles mostravam uma mistura de excitação e medo.
O Tony Pereira, funcionário público, fez ótimas imagens que postamos aqui no blog. Elas mostram as chamas altas consumindo o que havia no apartamento e se espalhando pela fachada.
O morador do apartamento vizinho estava na rua com o cachorrinho de estimação.
Ele disse que os bombeiros pediram a todos para evacuar o prédio.
Algumas pessoas saíram com malas nas mãos, outras estavam tão assustadas que nem se lembraram de pegar nada.
Os bombeiros acionaram a Defesa Civil para vistoriar o imóvel, já que rachaduras foram notadas nas paredes entre os apartamentos.
O tenente Goulart temia que a estrutura do apartamento estivesse comprometida.
Depois de controlar as chamas e a fumaça, os bombeiros retiraram ferragens da janela e as partes soltas da fachada, para evitar que os materiais caíssem e machucassem alguém embaixo.
Durante a vistoria no apartamento, eles notaram que o cãozinho da família tinha morrido no incêndio.
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