Por Michele Pacheco
Desde a Operação De Volta para Pasárgada, realizada no dia 12 de junho, temos ouvido boatos sobre provas de pagamento de propina a vereadores de Juiz de Fora em troca da liberação do aumento do preço da passagem dos ônibus urbanos. Agora, as informações são mais concretas.
A divulgação dos vídeos em que o ex-prefeito Alberto Bejani aparece com o empresário Francisco Carapinha, o Bolão, vice-presidente da Astransp (Associação das Empresas de Transporte Coletivo de Juiz de Fora), deixou mais claro para a população que eram verdade as suspeitas levantadas em 2007 sobre suborno.
Na época, os estudantes foram às ruas protestar e criaram muito tumulto.
Todos queriam que uma revisão fosse feita na planilha apresentada pelas empresas de transporte.
Como o aumento foi aprovado na Câmara, sem muito alarde, foi levantada a possibilidade de que os vereadores tinham recebido propina para garantir o reajuste na tarifa, passando de R$1,50 para R$1,75.
Apesar dos protestos e das denúncias, o caso foi abafado e a passagem aumentou.
A Justiça chegou a avaliar as planilhas, mas não encontrou irregularidades na época.
Agora, a situação mudou.
No Dia dos Namorados, quando a sede da Astransp foi invadida pela Polícia Federal e vários documentos foram apreendidos, os policiais federais teriam ganho um presente pelo amor ao trabalho.
Entre os documentos recolhidos, estaria uma agenda com nomes de vereadores que teriam recebido propina para liberar o aumento da passagem.
O material está sendo avaliado e várias autoridades do município já ouviram informações sobre o conteúdo.
Uma fonte nos contou que, por enquanto, a Polícia Federal não quer divulgar a agenda e vai fazer um levantamento completo na vida daqueles que foram citados.
Em ano de eleições municipais, isso vai dar o que falar!
Em breve devemos ter novidades sobre as Operações Pasárgada.
Ao contrário das Polícias Civil e Militar, a Polícia Federal tem ido fundo nas investigações criminais e políticas. Se os policiais militares e civis muitas vezes esbarram na parede de proteção criada pelos governos estaduais e municipais para evitar que as irregularidades sejam descobertas, os federais têm demonstrado liberdade de ação.
As Operações Pasárgada são um bom exemplo.
Muitas pessoas acreditavam que não daria em nada e que os políticos e juristas presos seriam soltos e o caso abafado. Não é o que está acontecendo.
Quem sabe, se ficar claro que a punição existe para todos, não seja possível reduzir a corrupção no país?
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