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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Apreensão de maconha em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

A Polícia Civil tem intensificado as operações de combate ao tráfico em Juiz de Fora.
A equipe do GTO (Grupamento Tático Operacional) de Tóxicos e Homicídios investigava uma denúncia há 40 dias.
Na tarde dessa quarta-feira, o grupo foi até um barraco no bairro Jardim de Alá e apreendeu 86 tijolos fechados de maconha e outros abertos, que estavam sendo comercializados.

Um pintor de 34 anos foi preso em flagrante.
Ele era o que os policiais chamam de “guarda-roupa”, a pessoa encarregada de guardar a droga para o traficante em troca de dinheiro.
O homem contou aos policiais que ganharia 300 reais pelo serviço.
O curioso é que o dono da droga já está preso.
Ele cumpre o fim da pena por tráfico de drogas na Penitenciária Arioswaldo Campos Pires, em Juiz de Fora.

O sujeito estava em liberdade, foi ao Fórum assinar documentos e foi informado de que ainda tinha parte da pena para cumprir.
Voltou à Penitenciária por mais vinte dias.
Mas, com a movimentação policial na área de ação dele, o homem teria ficado inseguro e mandado movimentar a droga, trocando de lugar para despistar os policiais civis.
Foi o erro dele.
As mudanças chamaram a atenção e levaram o GTO à apreensão.
Agora, o desejo de voltar logo à convivência social deve ser adiado, já que o suspeito vai responder por tráfico em outro inquérito.

O Delegado Regional exaltou o bom trabalho da equipe do GTO e lembrou que, em duas semanas, foi a segunda operação que desestabilizou traficantes fortes de Juiz de Fora.
A intenção é continuar fechando o cerco ao tráfico, com muita investigação e operações de enfrentamento da criminalidade.

Paciente psiquiátrica sem socorro em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Foi um tumulto só! Os moradores do bairro Parque Independência contaram que uma mulher que sofre de problemas psiquiátricos teve um surto psicótico, agrediu a própria mãe e fugiu para a rua.
Ela entrou num salão de cabeleireiro, quebrou uma janela e ameaçou matar todo mundo que estava no local.
As funcionárias e as clientes gritaram por socorro e um homem apareceu para tentar segurar a mulher exaltada.

Ele não só passou aperto, como acabou com uma mordida na mão. Os vizinhos apavorados chamaram a polícia militar, que chegou dez minutos depois.
Os policiais pediram reforços e conseguiram controlar a mulher.
Mas, aí surgiu outro problema!
Os moradores chamaram o SAMU para fazer o transporte da paciente até um hospital psiquiátrico.
Mas, duas horas depois da primeira chamada, nenhuma ambulância apareceu.
Algumas pessoas ligaram reclamando e um funcionário teria dito para ligarem para os bombeiros.

Quando chegamos ao local, um Resgate tinha acabado de sair com a paciente.
Cobramos da Polícia Militar o motivo de não terem encaminhado a mulher para o hospital e o comandante do policiamento explicou que as viaturas policiais não são próprias para transporte de pacientes.
A mulher estava muito exaltada, teria que ser imobilizada para entrar na viatura e poderia acabar ferida ou ferindo algum policial. “Quem faz o transporte nesse tipo de situação, é o SAMU.
O Resgate fica responsável por atendimentos de acidentes, mas os bombeiros salvaram a situação vindo fazer o transporte” explicou o Sub-tenente Colares.

Suicídio ou assassinato – Mistério em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

As autoridades ainda não descobriram o que houve com o adolescente de 14 anos encontrado pendurado pelo pescoço por um lençol no alojamento onde dormia no Centro Sócio-educativo de Juiz de Fora.
O interno foi encontrado por volta de duas da tarde da última segunda-feira por agentes sócio-educativos que faziam ronda.

O adolescente foi socorrido pelos agentes e está internado em estado grave no Hospital de Pronto Socorro. A família denunciou ao Jornal da Alterosa que ele tinha marcas de agressão, o que descartaria a hipótese de suicídio, levantada desde o início. A mãe e a tia do garoto fazem plantão dia e noite na porta do HPS em busca de notícias. “Os médicos disseram que ele está com o cérebro muito inchado e não responde aos tratamentos” lamentou a mãe.

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil. O delegado responsável pelo inquérito, Rafael Couto Barreto, já ouviu os depoimentos dos dois agentes que encontraram o adolescente e dos outros dois internos que dividiam o alojamento com ele. Ninguém disse ter notado nada estranho. Os agentes contaram que, passando pelo alojamento, notaram o garoto pendurado pelo lençol e bateram nas grades para acordar os outros internos, que correram para segurar o corpo do colega.

O laudo preliminar da perícia apontou que não há sinais de agressão nem de reação a agressões no corpo da vítima. As únicas marcas recentes são do lençol no pescoço do adolescente. Isso confirmaria o laudo dos médicos do HPS e reforçaria a hipótese de suicídio. Mas, a possibilidade de assassinato não foi descartada ainda, já que o adolescente era ameaçado por outros internos de um bairro rival.
O Juizado da Infância e da Juventude acompanha de perto o caso. Segundo o comissário Maurício Alvim Filho, a juíza já determinou que a família tenha todo o apoio necessário dos órgãos públicos e que a suspeita de assassinato seja apurada com rigor. Os dois adolescentes que dividiam o alojamento com a vítima foram ouvidos pela juíza.

Suspeito de pedofilia solto revolta moradores de Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Caso complicado! No início da semana, foi divulgada a informação de que um adolescente de 14 anos, da zona leste de Juiz de Fora, teria sido vítima de tentativa de abuso sexual.
Um servente de 35 anos seria o responsável.
A comunidade está revoltada, pois o suspeito foi solto na mesma noite em que foi preso em flagrante pela polícia militar.

Tudo teria começado numa praça do bairro Vitorino Braga, onde há uma pista de skate que atrai crianças e adolescentes.
Segundo os moradores, o suspeito vive rondando a área, em busca de vítimas.
Ele se aproxima com uma conversa sobre skate ou esportes e tenta ganhar a confiança do pessoal.

O pai do adolescente que denunciou a tentativa de abuso sexual contou que o filho estava com os colegas, quando o servente chegou e disse que tinha umas peças de skate para vender.
O garoto se interessou e foi à casa do suspeito para ver o material.
Ele contou à família que, ao chegar ao local, achou estranho o homem trancar a porta e pediu para ir embora.

Foi quando o suspeito começou a fazer ameaças ao adolescente e tentar tirar a roupa dele.
O pai fica revoltado ao contar que o filho pedia o tempo todo para ir embora, para que o sujeito parasse, mas o servente ficava cada vez mais violento.
Até que o garoto ouviu um barulho na casa de baixo e começou a falar mais alto, pedindo para ir embora e que o homem parasse com aquilo.
Assustado com a possibilidade do vizinho intervir, o suspeito soltou o garoto que correu para pedir ajuda.

Ele foi até a casa de um conhecido do pai e gritou por socorro. Os vizinhos se mobilizaram a pé e de carro e perseguiram o suspeito. Ele foi encontrado e quase foi linchado. A Polícia Militar chegou e fez a prisão. O homem foi levado para a 7ª Delegacia Regional de Segurança Pública, onde vítima e suspeito foram ouvidos e liberados. Isso gerou revolta na comunidade. “Meu filho está tão abalado que nem consegue ir à aula. E o miserável que fez isso está solto, passando toda hora na porta da minha casa” desabafou o pai do adolescente.

Registramos a reclamação dos moradores e fomos ouvir a Polícia Civil.
A assessoria de imprensa informou que a delegada de plantão ouviu as duas partes.
Como não havia testemunhas e o servente negou a tentativa de abuso, ficou a palavra de um contra a do outro.
Assim, o suspeito foi liberado e o caso foi encaminhado à delegacia responsável para abertura de inquérito.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Usina fechada e ameaça de dimissão em Santos Dumont

Por Michele Pacheco

Sabe, tem umas reportagens que deixam a gente mal.
São aquelas em que vemos pessoas decentes sofrendo pela irresponsabilidade de outras.
Foi o que senti em Santos Dumont.
O olhar desesperado e perdido de 38 trabalhadores foi difícil de encarar.

Eles são funcionários da Usina de Triagem e Compostagem de lixo, que foi interditada pela Feam, Fundação Estadual do Meio Ambiente, por irregularidades ambientais.
Segundo técnicos do órgão, a usina funcionava à céu aberto e sem licença ambiental.

No último dia 23, as autoridades ambientais
foram ao local que fica na estrada para Cabangu, na zona rural de
Santos Dumont.
O acúmulo de lixo, as condições precárias de trabalho e os impactos ambientais foram algumas das razões citadas pela Feam para a interdição e a multa de 20 mil reais.

A Usina está fechada.
As 35 toneladas de lixo recolhidas diariamente em Santos Dumont eram enviadas para lá.
A montanha de rejeitos era trabalhada pelos operadores de reciclagem, que separavam todos os itens que poderiam ser reaproveitados.
O lixo orgânico e outros produtos que não são recicláveis eram levados para o Aterro Sanitário, depois da separação.

O problema é que, uma semana depois da interdição, os funcionários não receberam qualquer informação sobre o destino deles.
Uma comissão se reuniu no plenário da Câmara Municipal para pedir ajuda e cobrar respostas.
Alguns vereadores se propuseram a ajudar as famílias que não sabem sequer se vão receber o pagamento pelo mês trabalhado.

Entre os trabalhadores, encontramos o Saimon e a Eliana.
O casal jovem trabalhava junto reciclando o lixo na Usina de Santos Dumont.
Desse esforço diário, vinha o dinheiro para sustentar a casa e o filho de 9 meses.
Agora, os dois vivem um momento de insegurança e desespero.

O menininho está doente e os pais não sabem o que vão fazer.
Os remédios que o bebê precisa são caros e o casal já tinha dificuldades antes.
Agora, com a ameaça de demissão e sem expectativa de receber o salário, eles estão apavorados. Fiquei com um nó na garganta.
A gente cobre todos os dias exemplos de pais que não se importam com os filhos.
Ver um casal sem a mínima condição financeira sofrer tanto por causa do bebê que precisa de remédios e eles não têm como comprar, é duro.

O líder do movimento dos trabalhadores pôs a culpa na prefeitura.
Para ele, o poder público é o responsável por pagar os salários dos funcionários e por providenciar os direitos trabalhistas de todos.
Achei estranho e perguntei por que eles não cobravam da empresa Coletec, já que eram funcionários dela e não do município.
A resposta foi que a prefeitura pagava a Coletec pelo serviço, portanto, tem responsabilidades com os trabalhadores.

Comecei a desconfiar de uma briga política por trás de toda a história.
Um grupo de trabalhadores foi até à prefeitura cobrar respostas.
Os funcionários da usina queriam garantias do poder público que iam desde a melhoria da usina para permitir a reabertura até o pagamento dos salários.

O secretário de Administração recebeu o grupo e explicou que a prefeitura não pode se pronunciar sobre o assunto, pois não foi comunicada oficialmente sobre a intredição e as irregularidades encontradas.
Ricardo Amadeu Boza perguntou aos trabalhadores por que eles não estavam cobrando respostas do dono da empresa responsável, já que ele é quem pode explicar o que vai ser feito daqui para frente.

Durante a conversa, descobri que a usina tem sido denunciada por irregularidades desde 2005.
Segundo o secretário, a prefeitura tentou rescindir o contrato para trasnferir o serviço a outra empresa que atendesse às exigências ambientais, mas não foi possível.
"A prefeitura tentou suspender o contrato, mas o dono da empresa entrou na justiça e conseguiu uma liminar que nos impede de rescindir o contrato e obriga o município a entregar todo o lixo recolhido à Coletec" explicou o Ricardo.

Enfim, ficou claro que os trabalhadores são vítimas de um jogo de empurra que tem base política. Se eles cobram da empresa para a qual trabalham, são orientados a procurar a prefeitura.
Se procuram a prefeitura, são orientados a buscar respostas junto à empresa que recebe 45 mil reais para fazer a triagem e compostagem do lixo em Santos Dumont.

É triste, mas tive a sensação de que essas pessoas estão entregues à própria sorte.
Mesmo com a imprensa em cima do caso, a situação está longe de ser resolvida.

O dono da Coletec ligou várias vezes para a TV Alterosa, pedindo para que fizéssemos a reportagem e se comprometendo em estar na Câmara par agravar entrevista, explicar o posicionamento da empresa e autorizar imagens dentro dela.
Mas, passamos a tarde toda na cidade e ele não apareceu.

Um funcionário fazia contatos por telefone e o empresário dizia estar chegando.
Mas não chegou. Por telefone, ele disse que estava doente e precisou ir ao médico em Juiz de Fora.
Sobre o problema, disse que a Coletec entrou com pedido de liminar na justiça, mas não cosneguiu a reabertura da usina.
Agora, vão recorrer.
Quanto à situação dos funcionários, nada foi explicado.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Leopoldina – 155 anos

Por Michele Pacheco

Hoje, fomos chamados mais cedo pela TV para ir a Leopoldina cobrir parte das comemorações do aniversário da cidade.
O trajeto foi demorado!
Não podemos reclamar, já que o atraso foi por uma boa causa.
Depois de ceder no trecho de Argirita, ficando interditada por um bom tempo, a BR 267 está sendo reconstruída no local.

Ao contrário de vezes anteriores, agora é para valer.
Estão aterrando parte da ribanceira, explodindo pedras e refazendo o traçado da estrada que liga a Zona da Mata Mineira ao Sul de Minas.
O problema é que toda obra causa transtornos.
Numa rodovia movimentada então... Quem vai de Juiz de Fora até a BR 116, em Leopoldina, passa por dois trechos em recuperação.

A poeira é tanta, que em alguns momentos os veículos quase somem no caminho.
O trânsito é lento, com várias paradas.
Enquanto as máquinas trabalham, o tráfego é interrompido nos dois sentidos.
Isso garante a segurança dos motoristas e dos operários da firma contratada para o serviço.

Quando a gente foi chegando perto do local da obra maior, foi dando aquela tristeza!
Da última vez que passamos por ali, na quinta-feira passada, ficamos presos por quarenta minutos na ida e uma hora na volta.
Torno a dizer que é por uma boa causa.
Mas, hoje deu desespero.
Tínhamos que estar em Leopoldina antes das três da tarde, saímos da TV uma hora e já eram duas e meia e ainda estávamos parados na estrada.

Apesar da aflição, pelo menos eu e o Robson estávamos confortáveis, dentro do carro com ar condicionado.
Pior é a situação dos trabalhadores que ficam dia após dia naquele sol de rachar a cabeça.
O máximo que acontece com a gente é a impaciência e a ansiedade.
Eles, em compensação, devem contar os minutos para ir embora e tomar um bom banho!

Bem, depois das paradas nada estratégicas, chegamos à praça principal de Leopoldina.
A cena era de muita animação.
Desde as nove da manhã estava sendo realizado o Festival Alterosa da Alegria.
Brinquedos como pula-pula, cama elástica e tobogã foram instalados entre os jardins.
A criançada fez a festa!
Animados com a novidade, meninos e meninas nem se importaram com as filas longas que enfrentaram.

Os adultos se divertiram de outras formas.
Vários serviços foram prestados.
Os cortes de cabelo foram disputados.
Houve aferição de pressão, palestras sobre saúde e orientações sobre temas diversos.
Foram distribuídos vários folders com dicas de uso racional da energia elétrica e de segurança ao lidar com eletricidade.
Um estande com ossos e peças anatômicas surpreendeu o público com informações sobre o corpo humano.


As comemorações começaram na sexta passada.
Foram vários shows, entrega de medalhas e outras solenidades.
Leopoldina surgiu em terras dos índios Puris, conquistadas pelos tropeiros que desbravavam Minas Gerais e procuravam terras férteis.
Ainda hoje, a agropecuária é a base da economia.
No passado, a cafeicultura era o carro chefe da arrecadação no município.
Hoje, o café deu lugar à pecuária e ao cultivo diversificado.

A cidade também se destaca no comércio e na prestação de serviços.
A prefeitura está se empenhando para retomar o crescimento e tem apresentado à imprensa diversos projetos sócio-econômicos.
Torcemos para que eles emplaquem e que tragam o desenvolvimento esperado.
Na tranqüilidade da praça, à sombra das árvores antigas, os moradores exaltaram as qualidades de Leopoldina.
A cidade cresce, mas não perde o jeitinho sossegado do interior.

Aproveitamos para registrar a festa de hoje junto com o Alfredo, executivo de contas da TV Alterosa, e alguns parceiros que colaboram sempre conosco.
Para que um evento desse dê certo, muita gente se empenha nos bastidores para acertar todos os detalhes.
O público se diverte e os organizadores comemoram o esforço conjunto.

Sentimos falta dos eventos que fazíamos pela região.
Era muito divertido encontrar o pessoal em coberturas como o Sanatório Geral, em Ubá, exposições agropecuárias, shows...
Mas, temos certeza de que, se depender do empenho do Alfredo, muito em breve a TV Alterosa vai voltar a ser a “TV dos grandes eventos”.

sábado, 25 de abril de 2009

A Dengue na Zona da Mata Mineira

Por Michele Pacheco

A Secretaria de Saúde de Minas Gerais divulgou dados sobre a infestação em várias cidades da Zona da Mata Mineira.
A recordista em casos registrados é Muriaé.
Em 2008, foram 579 notificações.
Neste ano, em apenas quatro meses, já foram 520 casos notificados.
Até agora, 125 foram confirmados.

Conversamos com alguns moradores que já tiveram ou estão com dengue e todos reclamaram das dores pelo corpo e nos olhos, além da sensação de cansaço e mal-estar.
Um caso curioso foi o da aposentada Neuza Medeiros Laia.
Ela é mãe do nosso companheiro de trabalho, Evandro Medeiros.
Ela só descobriu que estava com a doença, quando já estava se recuperando.
“Como eu sofro de problemas na coluna, imaginei que as dores fossem causadas por eles. Tomei analgésicos e nada da dor passar. Depois de alguns dias, procurei o médico que atende minha família e ele pediu exames para confirmar a suspeita. Minhas hemácias tinham diminuído muito, confirmando a dengue” explicou a Neuza.

A Neusa aproveitou o exemplo dela para fazer um alerta.
“Quem estiver com os sintomas, não deve perder tempo e procurar ajuda médica. Os sintomas não se manifestam todos de uma vez e podem variar de uma pessoa a outra. Por isso, é importante estar atento e desconfiar de qualquer mal-estar. É claro que também é importante seguir as orientações sobre prevenção” avisou.

Os 45 agentes de saúde de Muriaé estão fazendo um trabalho intensivo para eliminar o perigo.
Eles já encontraram focos em 22 dos 51 bairros vistoriados.
Por onde passam, a cena é a mesma: um monte de lixo e entulho guardado em casas e terrenos baldios.
Isso favorece o surgimento de focos e a reprodução do aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue.

Nessa casa, no bairro São Pedro, os agentes encontraram muitas garrafas pet, potes, lixo e até um vaso sanitário no quintal, acumulando água de chuva.
Uma caixa d’água estava tampada, mas havia outra apenas com uma lona por cima.
Como choveu nessa semana, o plástico estava cheio de água.
Várias larvas foram achadas numa garrafa destampada.

Todo esse material foi retirado da casa e encaminhado à coleta de lixo.
Os agentes contam que o caso é apenas mais um que prova o descaso de parte da sociedade com o problema.
Por mais que haja campanhas educativas, ainda é pequena a participação da comunidade.
É comum ver os moradores, de uma rua onde houve algum caso, se mobilizarem para evitar os riscos.
Mas, quando a situação se acalma, eles praticam os mesmos erros de antes.

O fumacê é usado para combater o mosquito.
As equipes se dividem em diferentes regiões da cidade.
Os moradores são avisados com antecedência, para deixar portas e janelas abertas, facilitando a entrada do inseticida.
Mesmo assim, é comum encontrar casas totalmente fechadas.

Isso atrasa o trabalho preventivo, já que o resultado não é o esperado e as equipes têm que retornar com freqüência aos locais visitados.
O pessoal trabalha com disposição e bom-humor, mas fica chateado quando algum morador impede a entrada dos agentes nas moradias.
Isso mostra um descaso e um desrespeito com a saúde pública.

O Coordenador do Programa de Endemias da Secretaria de Saúde de Muriaé lembrou que todos os investimentos feitos na prevenção e no combate à dengue não vão surtir efeito se não houver um trabalho conjunto do poder público com a sociedade. Afinal, a doença não tem preconceito nem fronteira e atinge pobres e ricos.

Em Cataguases, a situação também é complicada.
No ano passado, o município já esteve em alerta por conta dos casos de dengue.
Nós fomos lá cobrir o caso e levamos um estoque de repelente.
Em 2009, até agora já foram 53 casos confirmados de dengue e 143 casos suspeitos.
As autoridades também estão mobilizadas no combate à doença.

Leopoldina fica a 22 km de distância de Cataguases e vive uma situação completamente diferente.
A parceria entre o poder público e a sociedade está funcionando bem.
Em 2008, foram notificados 221 casos e confirmados 58.
Em 2009, até o dia 11 de abril, foram 30 casos notificados e 7 confirmados, sendo que em dois deles a contaminação foi no Espírito Santo, por pessoas que estavam viajando de férias.
Entre os trabalhos preventivos está a coleta de lixo e o fumacê.
Para o secretário de Saúde, Guilherme Reis, o segredo do sucesso no combate à dengue está na equipe de trabalho.
“Nós mantivemos a mesma equipe de rua que já trabalhava.
E contratamos mais agentes de saúde, passando de 15 para 31.
A experiência deles aliada ao apoio da comunidade tem dado resultados positivos” explicou o secretário.
Cada passo da campanha de combate à dengue é informado à população por meio das rádios, dos jornais e de anúncios.