520 militares que fazem o curso participaram da atividade.
Os exercícios começaram no dia 28 de setembro e terminam dia 02 de outubro.
A EsAO é uma escola de ensino militar
que pertence ao Exército, de nível mestrado em Operações Militares.
Conhecida como "Casa do Capitão", ela foi fundada em 1920, pela missão francesa chefiada pelo General Gamelin.
O curso dura dois anos e habilita os capitães do Exército Brasileiro a exercer funções de comandantes e membros do Estado-Maior das unidades de Força Terrestre.
Essa foi a segunda vez que acompanhamos
as ações em Minas.
Seguimos o pessoal morro acima.
A trilha é estreita.
Nem preciso dizer que alguém estabanado como eu tem que tomar cuidado dobrado para não se distrair conversando e voltar ao "ponto zero" despencando morro abaixo.
O Robson mostrou preparo físico.
Nem bufou!
E olhe que ele levava no ombro a câmera que pesa uns onze quilos.
O Adler, que conhecemos no treinamento
do ano passado, estava em situação pior!
Ele ajudou a levar o equipamento da equipe da TV Panorama e subiu o morro com um tripé nas costas.
Registramos o esforço para mostrar à mulher dele, que também é jornalista, o trabalho que nossa profissão dá aos militares responsáveis pelo contato com a imprensa.
Diga-se de passagem, temos que
elogiar a equipe da comunicação.
Sempre solícitos, o Capitão André e todos os militares nos passaram as informações necessárias, responderam às nossas perguntas com paciência, nos mostraram os melhores lugares para registrar o treinamento e ainda se mostraram gratos pela nossa presença.
Imagine!
Nós é que temos que agradecer por essa abertura tão bem recebida pelo público.
Todo mundo gosta de ver imagens de ação.
No alto da colina transformada em Base Militar,
encontramos outro militar que conhecemos no ano passado, o Costa.
Compenetrado e muito atencioso, ele estava mais uma vez responsável pelas fotos do treinamento e da presença da imprensa.
Entre um registro e outro, lembramos das histórias do ano passado.
O texto do treinamento de 2008 está aqui no blog, com fotos muito legais.
O texto é o de número 331- Treinamento do Exército em Lima Duarte.
Voltando ao exercício deste ano, os m
ilitares foram divididos em grupos.
Cada um tinha uma meta a cumprir e deveria planejar a estratégia de defesa de áreas de interesse nacional que estavam sendo atacadas por tropas inimigas.
O Coronel Daniel Vieira Peres, Chefe da Divisão de Ensino explicou que a simulação era de invasão de tropa inimiga numa área de importância nacional.
O terreno escolhido para a ação foi um terreno com obstáculo natural, no caso, um rio.
A idéia era criar estratégias
de retardamento.
Os alunos do curso tinham que pensar em formas de atrasar o avanço dos invasores, para que as cidades estratégicas no caminho se reforçassem na defesa.
Para isso, os grupos tinham que avaliar quais as melhores formas de agir e como surpreender o inimigo.
O General de Brigada José Alberto da Costa Abreu,
Comandante da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, disse que o treinamento em Minas marca o fim do curso.
A área em Lima Duarte permite uma série de atividades.
Ele lembrou que a preparação dá aos militares participantes a capacidade de atuar em situações críticas, com poder de decisão e de criar estratégias.
Além da nossa equipe, estavam por lá
o Sérgio Rodrigues e o Moisés Vale, da TV Panorama.
O Moisés registrou os militares reunidos, enquanto o Serginho ia de um lado ao outro escrevendo o texto.
Ele estava preocupado com a hora.
Se houvesse atraso no treinamento com helicópteros, os dois teriam que voltar para Juiz de Fora, pois ele apresenta o jornal da noite.
Entre os alunos do curso da EsAO, estavam militares estrangeiros.
O primeiro com quem conversamos foi um chileno simpático.
O Capitão Patrício Villalon, do Chile, contou que o Brasil foi o país escolhido para o treinamento, pois as duas nações têm uma parceria de intercâmbio militar.
Ele falou ainda das diferenças nos exercícios dos dois países.
No Chile, eles têm basicamente dois tipos de relevo: o deserto no norte e as montanhas da Cordilheira dos Andes.
Além disso, o clima é mais frio.
Já no Brasil, eles treinam em temperaturas bem mais elevadas e em terrenos de todo tipo.
Outro entrevistado foi o Capitão Danilo Godoy,
do Equador.
Ele também enumerou as diferenças nos treinamentos militares dos dois países e exaltou a competência dos brasileiros na elaboração de atividades e estratégias.
O capitão falou que o Brasil é rico em áreas para treinamento e que eles tinham aprendido a agir em várias delas.
Não são só os estrangeiros que disputam
uma vaga na EsAO.
O Capitão Alvaro Studart, de Fortaleza, falou da importância desse curso na vida dos militares de carreira.
Ele lembrou que quem conclui o treinamento está apto a comandar e a participar de decisões importantes durante os conflitos.
Entre as mulheres, reencontramos a Capitão Cristina Wernek,
com quem gravamos no ano passado.
Ela confirma que, cada vez mais, a mulher é bem recebida nas Forças Armadas.
A Cristina é instrutora.
Calma, ela mostra que não é preciso voz grossa ou gritos para comandar.
Basta ter autoridade e saber usá-la, independentemente do sexo.
A equipe da TVE Juiz de Fora chegou
pouco antes do início das ações pelo ar.
O Gilberto aproveitou para registrar imagens dos militares reunidos e trabalhando na estratégia.
No início, ficou meio perdido com tanta gente.
Depois, entendeu como funciona o treinamento e relaxou.
Quando as estratégias são definidas,
os militares pedem apoio aéreo.
É aí que os helicópteros entram em ação.
Os instrutores simulam uma comunicação via rádio com a equipe do ar.
As aeronaves saíram de Juiz de Fora rumo a Lima Duarte para reforçar a ação de retardamento do inimigo.
Como no ano passado, os pilotos
primeiro fizeram o reconhecimento da área de ataque.
Nesse momento, a gente fica ansioso para enxergar de onde eles estão vindo.
Aos poucos, o sossego da zona rural é quebrado pelo barulho dos helicópteros.
Mesmo tendo feito diversas matérias com militares, confesso que prefiro as ações que têm participações aéreas.
Rendem boas imagens e são sempre mais interessantes.
Duro é para os cinegrafistas.
Eles ficam invariavelmente com torcicolo.
Imagine ter que equilibrar a câmera no ombro e ainda se contorcer para registrar os melhores ângulos dos helicópteros em movimento sobre nossas cabeças.
Haja pescoço!
O Robson já sabia de que lado
as aeronaves vinham, pois foi da mesma direção do ano passado, e se posicionou em local que facilitasse o registro do "ataque" e da retirada.
Mesmo assim, não dá para se distrair.
Ele alertou os outros cinegrafistas
quanto à vinda das equipes aéreas.
Os pilotos são muito ágeis e precisos.
Eles chegam, atacam e partem.
Numa batalha de verdade, essa estratégia pode manter a vida da equipe.
Os "alvos" definidos pelos militares são representados por
marcações nos morros vizinhos à Base.
Quando os helicópteros atacam, militares em terra liberam fumaça, que simboliza o alvo atingido.
Nesse treinamento, eles não usam armamentos reais.
Apenas simulam as ações.
O importante é que todos têm consciência de que um trabalho bem feito nos exercícios militares pode fazer diferença numa guerra de verdade.
A única coisa que lamento é que os
carrapatos estão tão atentos às estratégias militares, que a cada ano se tornam mais precisos.
Em 2008, eu encontrei apenas dois desses monstros sanguinários devorando meu sangue.
Tudo bem que fiquei com calombos por algumas semanas.
Hoje, notei uma agressividade
maior neles.
Já retirei sete carrapatos.
Alguns kamikases atacaram em local visível, sabendo que seriam mortos num instante.
Outros, são mais astutos e estão escondidos, deixando apenas um rastro de calombos pelo caminho!