Nos últimos dias, a Polícia Civil de Juiz de Fora trabalhou dobrado.
Hoje, por volta de três da tarde, os agentes e o delegado do GTO, Grupo Tático Operacional, de Tóxicos e Homicídios estourou uma banca de jogo do bicho na cidade.Uma denúncia levou a equipe a um prédio comercial na área mais movimentada do centro.
Na sala, foram encontrados diversos materiais usados para fazer os jogos, documentos, computadores, telefones e calculadoras.Segundo a investigação feita, o local era usado para comandar pelo menos 50 pontos de jogos do bicho.
As apostas eram recolhidas por um motoboy e levadas a um ponto mais central.De lá, iam para esta sala discreta, dentro de uma galeria.
Nela, eram conferidos os resultados por meio dos números de loterias tradicionais.Nos dias em que não há sorteio oficial, os próprios bicheiros faziam sorteios, num equipamento que parece um jogo de bingo, e anunciavam os números aos apostadores.
Nas paredes, códigos numéricos chamavam a atenção. Ao lado deles, longas listas com todos os pontos de jogos comandados pelo grupo.
Parecia uma sala de telemarketing, com inúmeros telefones fixos, fax e celulares.Segundo os policiais, algumas apostas feitas depois da passagem do motoboy eram relatadas por telefone.
Por isso, os diversos números disponíveis evitavam linhas ocupadas.Vale explicar que a "banca" é comparada ao coração do jogo do bicho.
É ela que sustenta os pontos de aposta e distribui as coordenadas definidas pelo dono, que seria o cérebro de toda a operação.Os detidos assinaram um Termo de Compromisso e devem se apresentar à polícia durante o inquérito.
Ontem, foi a equipe do 1o Distrito Policial de Juiz de Fora que teve destaque na imprensa.
Uma quadrilha de estelionatários estava sendo investigada há uma semana.Uma vítima foi identificada e os policiais se prepararam para flagrar a transação com os bandidos.
O local escolhido foi um shopping de luxo na cidade.Um casal que fingia ser dono de um terreno e dois homens que se apresentaram como corretores se reuniram com a vítima para fechar o negócio e receber um cheque de 50 mil reais.
Eles já tinham embolsado 5 mil reais.Assim que o aperto de mão selou o fim do negócio, os agentes policiais agiram.
Eles cercaram o grupo, se apresentaram e renderam os suspeitos.Dentro da bolsa da Maria do Socorro Silva Lopes, de 49 anos, os policiais encontraram o cheque e diversos documentos.
Os quatro foram levados ao 1o Distrito para serem ouvidos.Os delegados descobriram num envelope que estava com os estelionatários inúmeros documentos falsificados.
A Maria do Socorro tinha quatro carteiras de trabalho com dados diferentes.
Nenhuma tinha sido assinada.Quatro CPFs estavam no nome do mesmo homem, mas tinham números diferentes.
Foram apreendidos ainda talões de cheques, cartões bancários e documentos de todo tipo.Além da mulher, foram presos Tomás Neves Senra, de 55 anos, Euclides da Silveira Gomes Júnior, de 70, e Antônio Geraldo Mendes Lopes, de 56.
Vários computadores foram apreendidos e tinham documentos preparados para impressão.
Carimbos prontos e com sinal de uso também estavam no imóvel, confirmando que a quadrilha não só aplicava golpes, mas também falsificava os documentos usados na negociação.A vítima que se encontrou com os estelionatários no shopping é um Técnico em Exploração de Petróleo.
Ele procurava um terreno para comprar no bairro Aeroporto, área nobre de Juiz de Fora, e conheceu o Tomás.O marceneiro disse que conhecia vários imóveis à venda e apresentou o Euclides como corretor.
Depois de escolher o lote que queria comprar, a vítima deu uma entrada de 5 mil reais.A transação parecia legal e o casal que supostamente seria dono do terreno acompanhou tudo.
A desconfiança veio quando o técnico resolveu pesquisar melhor o que ia comprar.O Luiz Ferreira Júnior estranhou que o nome que constava no IPTU era de uma pessoa que não fazia parte da negociação. Pela internet, ele localizou a pessoa citada, que confirmou a posse do terreno e avisou que ele nunca esteve à venda.
A quadrilha aplicou outros golpes parecidos.Até agora, a Polícia Civil já identificou cinco vítimas.
A verdadeira dona do imóvel negociado no bairro Aeroporto é de Vila Velha, Espírito Santo.
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