Por Michele Pacheco
Desde cedo Juiz de Fora convive com a incerteza sobre uma possível greve dos servidores municipais.
No início da manhã, representantes do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, Sinserpu, estiveram em pontos estratégicos acompanhando a adesão ao protesto.
O dia de paralisação teve serviços como coleta de lixo e capina suspensos.
Na saúde, a situação também ficou complicada.
O HPS, Hospital de Pronto Socorro, já anda sobrecarregado e deve ficar ainda mais com 60 UBS, Unidades Básicas de Saúde, fechadas.
Por volta de oito da manhã, a situação ainda era tranquila.
Agora há pouco, o movimento estava bem intenso.
Na UBS Centro-sul, na Avenida Rio Branco, a fila estava enorme.
Quem precisa se vacinar contra a gripe H1N1 e encontrou as outras Unidades fechadas, correu para o centro munido de muita paciência.
O presidente do Sindicato dos Médicos calcula uma adesão muito boa da categoria.
Segundo Gilson Salomão, apenas 12 UBS funcionaram hoje.
Mas, ele lembra que isso não quer dizer muito, já que a falta de médicos compromete a qualidade do trabalho desenvolvido nelas.
"O usuário do SUS tem que fazer uma peregrinação se quiser ser atendido em Juiz de Fora.
Ele vai de um lado para o outro à procura de médicos e não encontra.
Os baixos salários e a falta de estrutura para trabalhar tem espantado os profissionais" esclareceu o médico.
A manhã terminou com uma Assembléia na Praça João Penido, a Praça da Estação.
Os servidores de vários setores se uniram para votar a possibilidade de greve por tempo indeterminado.
O protesto é contra a proposta de 7% de reajuste feita pela prefeitura.
Os funcionários públicos municipais querem 15% de aumento.
Depois de vários discursos na praça lotada, foi colacada em votação uma proposta de manter a paralisação por 72 horas e só retomar o trabalho na segunda-feira.
A sugestão foi aprovada.
Os servidores destacaram a união dos sindicatos nesse movimento.
Cosme Nogueira exaltou a participação em massa do funcionalismo e disse que acredita que a negociação deve ser aberta logo com a prefeitura.
Para ele, o fato dos Sindicatos dos Servidores, dos Professores, dos Engenheiros e dos Médicos estarem juntos na luta vai ter um peso maior do que ações separadas.
A multidão deixou a praça e seguiu em passeata pelo centro da cidade.
Com apitos e carros de som, os servidores gritavam palavras de ordem do movimento e explicavam a quem passava a razão do protesto.
Muita gente saiu das lojas ou parou nas calçadas para veder a passagem dos manifestantes.
Eles aproveitaram para distribuir panfletos com informações sobre a situação do funcionalismo público municipal em Juiz de Fora.
O Robson caçou um lugar para registrar imagens do alto e mostrar a rua Halfeld tomada pelos manifestantes.
Ele conseguiu autorização de lojistas para usar a sacada de um prédio comercial.
Essa é uma situação que o pessoal que faz imagens enfrenta nesse tipo de cobertura.
Avaliar onde é melhor estar para ter as melhores imagens.
No caso de hoje, do alto o registro ficou legal porque deu uma dimensão de quantas pessoas estgavam participando da passeata.
Sem falar que a rua ficou inteira cheia de manifestantes, com faixas e bandeiras.
A cena realmente despertou a curiosidade de quem estgava no centro.
A população fica dividida em casos assim.
Ao mesmo tempo que concorda com o direito dos trabalhadores exigirem melhor salário, sabem que quem acaba se dando mal nas greves e paralisações de serviços públicos é o povo.
O trânsito ficou complicado na área central.
Mais de uma hora depois do fim da passeata, as avenidas Rio Branco e Getúlio Vargas ainda estavam cheias de pontos de retenção do tráfego.
Além disso, a coleta de lixo fica comprometida durante esses quatro dias.
Sem falar no sufoco de quem trabalha na Regional Leste e na Policlínica de Benfica.
Sem as UBS, elas vão trabalhar bem acima do normal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário