Por Michele Pacheco
Era para ser apenas mais uma manifestação de estudantes a favor dos professores da rede estadual em greve desde 8 de junho.
O protesto começou com caras pintadas e apitos na porta do Instituto Estadual de Educação.
Depois dos discursos e das entrevistas, o grupo saiu em passeata pelas principais avenidas do centro de Juiz de Fora.
Pelo caminho, foram ficando as pessoas e os veículos que não conseguiam seguir em frente.
Na Avenida Independência, os motoristas de ônibus estavam com ar de desespero, já que têm horário para cumprir e não tinham como passar pelos manifestantes.
Ambulâncias e carros também ficaram presos enquanto os alunos exerciam o direito legítimo de se manifestar.
Como sempre, fica no ar o ditado de que o direito de um começa onde termina o do outro.
Mas, num caso desses, quem está certo?
A população que tem uma vida corrida e não merece ficar presa no trânsito interrompido por manifestantes ou os estudantes que querem mostrar à comunidade que apoiam a greve dos professores?
Difícil chegar a uma conclusão.
No cruzamento da avenida Rio Branco com a rua Halfeld, no coração comercial da cidade, os manifestantes decidiram fazer um protesto maior.
Como da última vez que se reuniram, eles resolveram fechar as três pistas da Avenida Rio Branco.
Aí começou a confusão.
Segundo os policiais militares, eles ouviram reclamações de moradores e motoristas incomodados com o transtorno e entraram em ação.
Os pms explicaram aos estudantes que eles não poderiam impedir o direito de ir e vir da população fechando a avenida.
Alguns insistiram, houve empurra empurra e um professor foi preso por desacatar um tenente que tentava liberar a via, baseado na lei.
Segundo os estudantes, os policiais militares usaram uma moto e um carro para forçar passagem pelo grupo que fechava a avenida.
Um professor tentou defender os alunos e se colocou na frente dos policiais.
Ele acabou agredido, jogado no chão, algemado e levado para a delegacia.
Tudo registrado por estudantes que cederam as imagens para toda a imprensa.
O fato levantou uma polêmica e ainda vai dar muito o que falar.
O Major Preste acompanhou a repercussão do caso e foi ao vivo no Jornal da Alterosa passar a versão da PM.
Ele lembrou que a Polícia Militar está presente em todo tipo de manifestação com o objetivo de manter a ordem e a segurança da população e dos próprios manifestantes.
O caso de hoje lembra protestos e paralisações passados, em que houve prejuízos para o bem comum.
A greve é um direito, e manifestar o apoio a ela também.
Mas, eu realmente me pergunto se há necessidade de parar a cidade para isso.
São rodoviários, funcionários públicos e agora alunos e professores.
Todo mundo que quer protestar fecha ruas e avenidas.
Será que é justo com quem tem horários a cumprir e não tem culpa nenhuma do que está ocorrendo com a categoria que organizou o protesto?
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