Por Michele Pacheco
Uma moradora de Rio Novo ligou para a TV pedindo que uma equipe fosse para lá registrar um caso que gerou revolta.
Eu e o Robson fomos ver o que estava acontecendo.
Encontramos o pai e vários parentes da vítima na Santa Casa, para onde foi levado o corpo do adolescente de 13 anos.
Iago da Silva Balbino morreu eletrocutado depois de levar um choque numa cerca eletrificada.
O irmão dele, Hugo, de 14 anos tentou socorrer o garoto, mas não conseguiu.
O pai estava revoltado por saber que o filho morreu no local onde sempre costumava brincar.
Ele reclamou que o dono do sítio instalou a cerca sem avisar os vizinhos.
O caso é complicado.
A cerca eletrificada fica dentro da propriedade, o que é considerado legal.
O problema, segundo a PM, é que ela é artesanal e não tinha qualquer sinalização sobre a voltagem e o perigo.
O dono do sítio foi trazido para a delegacia de Juiz de Fora.
Ninguém da família dele quis gravar entrevista, mas parentes disseram que a cerca foi colocada para isolar o gado e não para afastar os vizinhos.
Nós fomos até o sítio e encontramos a cerca que dá para a rua toda destruída e com sinais de ter sido desfeita há um bom tempo.
Além disso, há uma casa na beirada do pasto.
A moradora nos convidou para entrar, alegando que ali era o quintal dela.
No meio do pasto, uma linha de pipa confirmava a versão de amigos da vítima.
Eles contaram que o Iago corria atrás de uma pipa, quando passou pelo brejo e, ainda com o pé na água, tocou na cerca eletrificada.
O adolescente morreu no local.
A comunidade está revoltada e cobra justiça.
Há muitas crianças no local e o medo é de que outros casos parecidos ocorram.
O dono do sítio foi ouvido em juiz de Fora, pagou fiança e foi liberado.
Ele vai responder a processo por homicídio culposo, sem intenção de matar.
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