
A concentração foi no Parque Halfeld, no coração de Juiz de Fora.
No alto de um dos quatro trios elétricos, os fundadores do MGM, Movimento Gay de Minas, mobilizavam os participantes a fazer uma bela festa contra a violência.

Ainda mais quando o Brasil inteiro comenta os assassinatos de travestis no interior de São Paulo.
Oswaldo Braga Júnior, organizador da Parada, contou que toda semana o MGM recebe denúncias de violência contra homossexuais e de bulling.

São muitos os relatos de quem não teve apoio de pais, irmãos e filhos ao assumir a homossexualidade.
Antônio e Marco Aurélio superaram as dificuldades e comemoram 6 anos de união.
Antônio contou que no início a família não aceitava que ele fosse morar com o namorado.

Hoje, o cabeleireiro tem a compreensão da mãe.
Já o Marco Aurélio ainda enfrenta a indiferença do filho, o que leva um brilho de lágrimas aos olhos do cabeleireiro ao falar sobre respeito às escolhas de cada um.

Juiz de Fora é considerada uma cidade de vanguarda no combate ao preconceito.
Mesmo assim, ainda convive com cenas lamentáveis, como a protagonizada por um agente de trânsito da prefeitura, debochando dos gays.
O flagrante foi feito pelo Robson no estádio municipal, enquanto o agente multava o carro da TV na área próxima às cabines.
O vídeo foi assistido e compartilhado nas redes sociais por pessoas que não entendiam a reação tão estranha diante de uma ocorrência de trânsito.
O MGM entrou com um processo pedindo punição.
Foi nesta época que descobrimos que a Lei Rosa não poderia ser aplicada, já que o Robson é heterossexual e ela só protege homossexuais.
Até hoje, a única providência de que temos informação foi o afastamento desse funcionário do trabalho na rua.

Todos lamentaram a falta de punição exemplar.
Repetimos o que a prefeitura vem nos dizendo durante todos esses meses: há um caminho burocrático a seguir e uma investigação a ser feita.
Casos assim mostram os problemas que a comunidade homossexual enfrenta para garantir o direito à igualdade.
Para quem acha que não há solução, as imagens da Parada dão uma esperança de que seja possível mudar.
No chão, acompanhando os trios, ou no alto dos prédios, o apoio foi enorme.
Muito bacana ver pessoas de todas as idades dançando nas janelas e se divertindo com a passagem da multidão colorida.
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