Estava chegando para trabalhar quando uma fonte me ligou. A polícia militar tinha acabado de estourar outro laboratório de refino de cocaína em Juiz de Fora. Para quem não lembra, a polícia federal estourou um ontem,
num condomínio de luxo às margens da BR 040. Num quiosque de alvenaria na beira da piscina, estavam produtos químicos, material para refino e boa parte dos 90 kg de pasta base, que renderiam em torno de 400kg de cocaína. Foi tudo apreendido. Desta vez, os policiais encontraram a droga num bairro de classe média baixa, na zona leste da cidade.
Quando chegamos ao local, encontramos dois carros da Rotam.
Os policiais ainda estavam recolhendo o material. Numa casa de sete cômodos pequenos abaixo do nível da rua Baependi, no bairro Vitorino Braga, a PM prendeu em flagrante um segurança de 27 anos. Dentro do imóvel, havia poucos móveis e algumas roupas no chão. Só um quarto tinha armário e aparência de habitado. Os policiais suspeitam que o local era usado para preparar a cocaína e distribuir a droga. Eles acreditam que o laboratório mesmo funcione em outro lugar.
Na cozinha, havia em cima da pia produtos químicos, uma bandeja de plástico com divisórias e muito vestígio da cocaína. O botijão de gás estava com um saco quase vazio de um pó branco que seria misturado à pasta base. No chão do cômodo estreito estavam dois papelões esticados, onde os policiais encontraram os sacos com a droga. O laboratório foi estourado depois de uma investigação do serviço de inteligência da 3a Companhia de Missões Especiais.
Foi muito bom voltar a fazer uma matéria de polícia como nos velhos tempos, chegando antes do resto da imprensa e com imagens exclusivas. Por essa e outras, que sempre afirmamos que jornalista sem fonte deve mudar de profissão. Não somos nada sem elas. Alías, somos sim. Somos comuns, medíocres. Ficamos na mesmice e não conseguimos nos destacar. A TV Alterosa está retomando os rumos de jornalismo mais factual, atuante.
E isso é muito bom!
Voltando à apreensão, levamos um susto quando os policiais começaram a colocar no carro o material apreendido. O suspeito tinha em casa um pistola 9mm (uso exclusivo das Forças Armadas), uma pistola calibre 380 e um revólver calibre 38. As duas pistolas estavam com as numerações raspadas. Havia também muita munição dos calibres 9mm e 38. Mas, o que chamou mesmo a atenção de todo mundo foram uma banana de dinamite e uma granada de estilhaçamento. Esta granada tem um alto poder de destruição, já que se transforma em pequenos estilhaços quando explode. Ela é de uso restrito às Forças Armadas e usada em combates.
Além do segurança, um outro homem foi detido pelos policiais. Ele estava no carro do suspeito preso na casa, chegou no endereço onde houve a apreensão e, quando viu a PM, saiu em alta velocidade, sendo detido algumas ruas depois. Ele prestou depoimento e tinha chances de ser liberado. Os dois homens e o material apreendido foram levados para a Delegacia da Polícia Federal. Parabéns aos policiais envolvidos na operação, que mostraram que mais do que apreender algumas buchas de maconha e papelotes de cocaína, a Polícia Militar também se destaca em grandes apreensões. Isso mostra que além da prevenção, a Segurança Pública precisa de uma dose de repressão para funcionar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário